[GTER] Problemas em interconexão Embratel <=> Telefônica

Tukso Antartiko tukso.antartiko at gmail.com
Fri Feb 1 20:53:56 -02 2008


Concordo com a identificação do problema, o que me estranha é que dias atrás
enviei uma mensagem de igual teor mas que foi censurada (
http://eng.registro.br/pipermail/masoch-l/2008-January/006114.html ) como a
maioria das minhas mensagens.

Quanto à solução eu discordo, o órgão responsável por fiscalizar as
interconexões e last-mile é a Anatel, o órgão responsável por controlar
monopólio e defesa da concorrência é o CADE.

Alguns preferem que estes órgãos sejam fracos para não dar problema, mas em
compensação sendo fracos eles não resolvem problema nenhum.

Estes órgãos tem uma visão ingênua ou distorcida que promulgando leis,
normas e decisões elas passam a ter efeito imediato no mercado. Enquanto
isso existem pessoas nas empresas monopolistas ganhando muito bem para
tornar estas leis inúteis. Se estes órgãos não deixarem a papelada para
fiscalizar de verdade a influência deles será mínima.

Sua solução sobre o CG é impossível, mas minha argumentação servirá apenas
aos causadores do problema, portanto fico calado, já que nenhum dos dois
está merecendo presentes. (no dia que AUP valer eu conto)

Se o registro quiser ajudar sem gastar muito poderia fornecer informação de
verdade (para um contra-exemplo veja cetic.br) , listando empresas, serviços
e estatísticas de preço que sirvam para orientar decisões daqueles que não
estão por dentro do mercado.

Se quiser gastar alguns trocados a mais pode alugar um rack no Terremark (ou
usar espaço do ANSP) e integrar via fibra ao PTT-SP.

Se o dinheiro estiver sobrando alugue waves de 10G entre os PTTs, criando
além dos PTTs locais, um PTT nacional (vide o produto da Terremark) onde o
roteamento seja controlado para não permitir tráfego entre o mesmo AS de
origem e destino (diretamente ou via AS intermediário).

Quanto aos supostos benefícios do ocorrido, não vejo nenhum, apenas perdas.
Estas empresas perdem valor da marca e este ofuscamento pode evidenciar
outras empresas no mercado. Mas no geral não melhora nada, ninguém pagará
mais barato ou terá mais capacidade por causa disso.

O caos poderia levar a uma revolução no setor, mas não existe nenhuma
revolução na nossa história de "jeitinhos".

2008/1/31 Rubens Kuhl Jr. <rubensk at gmail.com>:

> O que corresponde à realidade: a culpa é mútua pois eles não se
> entendem sobre termos de interconexão. Eu tenho uma proposta para
> isso, que é incluir nos termos de concessão de endereços IP no Brasil
> que os cessionários aceitam arbitragem sobre interconexão. Aí
> conflitos como esse poderiam ser denunciados pelos usuários ao CG, que
> em resposta poderia iniciar um procedimento de arbitragem entre as
> operadoras que não conseguissem se entender após um prazo de alguns
> meses.
>
> Esse problema Telefônica x Embratel já vem de vários anos e vai
> perdurar, já que as duas "se acham" e querem vender trânsito uma para
> a outra... os termos de interconexão settlement-free da Embratel foram
> cuidadosamente escritos para quem nenhuma operadora se encaixasse
> nele, e não reconhece a realidade de que o backbone da Telefônica
> ultrapassou em tráfego o da Embratel devido à alavancagem do Speedy
> (ADSL). O número de centros de roteamento é similar e o backbone IP da
> Telefônica não se limita ao estado de SP, mas cobre algumas cidades
> relevantes da região de cobertura da BrOi que é provável próximo
> conflito de interconexão.
>
> A Embratel deveria sim é ter protestado contra o uso monopolista da
> última milha no estado de SP pela Telefônica com mecanismos de entrega
> casada com o backbone IP, o que tornou o backbone da Telefônica o que
> ele é hoje. Mas ela se calou e fica fazendo picuinhas num dos efeitos
> que é o da interconexão. Agora é tarde para isso, é hora da Embratel e
> da Telefônica reconhecerem que as necessidades de seus clientes
> superam a necessidade deles de tentarem proteger aparências que não
> existem mais.
>
> Se todos os clientes IP dedicado das duas operadoras passarem a abrir
> chamados e pedir descontos por interrupção de todo o intervalo em que
> o tráfego entre elas é ruim, por mais que no final eles venham a
> desconsiderar esses pedidos alegando que só garantem banda dentro do
> backbone de cada uma, o custo burocrático disso talvez fizesse elas
> pensarem melhor.
>
> Enquanto isso, alguns clientes começam a descobrir que um fornecedor
> mais neutro nessa história pode prover boa conectividade com as redes
> de todas as operadoras. Viva a competição.
>
>



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