[GTER] Decisao PROCON SP

[Carlos Ribeiro]

Caros colegas...

Correndo o risco de apanhar igualmente dos provedores e das operadoras 
presentes no Forum, vou colocar a minha opinião pessoal...

[obs: eu TRABALHO para uma operadora, a CTBC Telecom, de Uberlândia; mas a 
opinião que se segue é pessoal]

Temos no Brasil um modelo que foi criado de acordo com o esquema de 
funcionamento do acesso discado. Inicialmente, ele fazia todo sentido, pois o 
ISP tinha seu próprio equipamento.

Com a evolução do sistema, os ISPs começaram a alugar cada vez mais 
infraestrutura das operadoras. Os racks de acesso discado, por exemplo; 
antigamente todo mundo tinha (quem lembra dos 2511, das multiseriais Cyclades 
e dos PM3?), mas hoje poucos provedores mantém seus próprios sistemas.

O acesso em banda larga já é um caso onde o simples bom senso diz que a 
infraestrutura fica melhor colocada debaixo do guarda-chuva da operadora. 
Qualquer coisa diferente disso custaria mais caro.

Assim, chegamos à situação atual. Para a agência reguladora, não interessa 
que haja um monopólio do acesso Internet nas mãos das operadoras. Por outro 
lado, para o cliente, o ISP é visto muitas vezes como uma figura 
desnecessária, especialmente se ele se restringe a oferecer uma continha de 
email a título de 'SVA'...

Por conta dessa percepção, existem usuários que desejam adquirir somente uma 
conexão IP, sem nenhuma conta de acesso. Tecnicamente, não há motivo para não 
fazer isso; é uma decisão do cliente que poderia ser acatada. A grande 
questão é: se os ISPs não conseguirem convencer o público de que eles agregam 
algum valor ao negócio, então as próprias leis de mercado vão se encarregar 
de dar uma solução. Alguns ISPs já oferecem serviços, conteúdo, suporte - 
coisas que justificam o nome SVA. Estes terão todas as condições de continuar 
a prestar seus serviços, pois os seus clientes estão satisfeitos e percebem o 
valor daquilo que é pago. Agora, se for só para fazer o cadastro e receber no 
final do mês, então o cliente vai ter toda razão de chiar.


Carlos Ribeiro
CTBC Telecom