[MASOCH-L] Tribunal de Contas do Ceará fracassa e abandona Softlivre
Omar Kaminski
omar at kaminski.com
Mon Aug 6 22:44:41 -03 2007
Prezados, meus dois cents:
A luta pelo software livre é a luta pela soberania, independência
tecnológica, auditabilidade e desenvolvimento.
Na esfera jurídica infelizmente existem poucos simpatizantes, o que não
impede de existirem ao menos 5 leis estaduais e várias municipais em favor,
bem como a recente lei do processo eletrônico prevê sua adoção preferencial.
Há inclusive várias iniciativas jurídicas envolvendo o licenciamento.
É uma luta inglória e às vezes desanima? Sim, enquanto o software livre for
visto como "genérico" ou "segunda linha" e não tiver invadido os desktops
dos usuários finais.
Mas a luta mais inglória é tentar vencer a preguiça dos usuários de deixar a
passividade quase televisiva e partir para a ação/modificação/divulgação de
ferramentas informacionais.
Ou o futuro será colaborativo ou cada vez mais restritivo.
[]s
Omar
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<masoch-l at eng.registro.br>
Sent: Monday, August 06, 2007 10:18 PM
Subject: Re: [MASOCH-L] Tribunal de Contas do Ceará fracassa e abandona
Softlivre
On Mon, 6 Aug 2007, Guilherme H. S. Ostrock wrote:
> A primeira a ser defendida dee ser a de escolha entre o software
> proprietário ou o livre, caso contrário teriamos uma ditadura tecnocrata.
note que o livre do conceito de software livre é "free as in freedom not
as in free beer", e isso significa liberdade para programadores exercerem
seu ofício sem a tirania da propriedade intelectual. isso não tem nada a
ver com escolhas feitas pela direção de uma corporação. se ela ela escolhe
errado (e eu acho que a nova direção do TCCe escolheu errado, ms duvido
que lá alguém vai programar alguma coisa, de modo que essa escolha é meio
irrelevante) que se entenda depois com quem tem que prestar contas.
repito: a politização que se tem feito do software livre tem sido
extremamente contraproducente, tiro saindo pela culatra. para vender a
idéia de software livre tem que se mostrar:
1. as vantagens da existência de uma comunidade de suporte ou mesmo de
contratos de suporte (Free not as in free beer) sobre os esquemas
proprietários;
2. questões estratégicas como o domínio da tecnologia. Uma historinha
interessante: há alguns anos um fabricante de elevadores no japão decidiu
usar Linux em sua linha de controladores inteligentes. a explicação do
diretor de planejamento estratégico foi que eles mantinham elevadores que
foram fabricados no século XIX, portanto a perspectiva de vida de seus
equipamentos podia exceder cem anos, tempo em que o software proprietário
certamente não seria mais suportado, se é que o fabricante ainda
existisse. Com o software livre a coisa mais difícil seria os engenheiros
do próximo século terem que aprender uma antiga linguagem de programação
aonhecida como C. Difícil, mas difícil é bem melhor que impossível,
ponderou o diretor.
3. custo total, incluíndo todo o tempo perdido com vírus e anti-vírus e
essa porcariada toda.
Colocando essas questões na ponta do lápis haverá situações em que
software livre se sai melhor, outras favoráveis a soluções (detesto esta
palavra, para mim solução é coisa de químico) proprietárias e outras ainda
favoráveis a esquemas híbridos. tudo tem que ser adequado à missão da
corporação (no caso do tribunal de contas esta é achar pelo em ovo das
contas do governo), aos usuários, etc. Só que eu nunca vi alguém fazer
este tipo de estudo para valer para decidir compra de qualquer coisa. É
tudo na base da influência de marketing ou de ideologia.
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