[GTER] PTT (e PTT-SP) - Envolvimento da comunidade
Fernando Frediani
fhfrediani at gmail.com
Tue May 19 19:42:39 -03 2015
Importante salientar alguns detalhes legais a respeito desse assunto.
De fato o CGI não é uma autarquia e nao é uma "entidade" do governo,
porém foi sim criado por decreto (não decreto lei - que era usado no
período da ditadura).
Isso significa que com uma só canetada O Presidente da República pode
mudar a composição do CGI para aquilo que ele desejar. Felizmente isso
nunca aconteceu o que garante ele continuar sendo multisetorial como é
até hoje.
Fernando
On 19/05/2015 17:51, Rafael Koike wrote:
> Obrigado pelas respostas Rubens!
>
> Ficou algumas dúvidas ainda.
>
> A criação do CGI.br foi feito via decreto lei.
> Sendo assim a CGI não é uma "entidade" do governo?
> Digo isso porque meu entendimento uma autarquia seria uma entidade
> governamental com independência de poderes. (Porem ainda assim criada pelo
> governo e com o envolvimento do governo)
> Dai a necessidade de a sua administração normalmente ter 50% de pessoas
> indicadas ou do próprio governo.
> Abaixo do CGI.br foi criado outras estruturas, dentre elas a NIC.br e dai
> minha linha de raciocínio de que se o CGI.br tem 50% do seu board o governo
> as estruturas abaixo também deve ter e consequentemente envolvimento do
> governo.
>
> Desculpe essa é uma visão de fora, de quem nunca trabalhou em autarquias ou
> estruturas mistas. Se essa visão estiver errada por favor, me corrija.
>
> Agora a questão do investimento acho que temos um paradoxo aqui.
> Se dinheiro não é o problema, então porque não se monta PTTs em outros
> estados conforme comentado aqui?
> Baixo volume de interessados?
> O custo não se justifica? (Aqui está o paradoxo se custo não é o problema)
> Baixo tráfego nessas regiões? (Aqui entra o conceito do ovo e da galinha já
> comentado anteriormente, o volume é pequeno porque não tem PTT ou não tem
> PTT porque o volume é pequeno?)
>
> Acho que são estes os pontos que geraram o inicio desta thread, como
> podemos discutir isso de forma organizada e chegar a uma conclusão?
>
> Obrigado pelas respostas!
>
> Rafael M. Koike
>
>
> Em 19 de maio de 2015 17:12, Rubens Kuhl <rubensk at gmail.com> escreveu:
>
>> 2015-05-19 16:53 GMT-03:00 Rafael Koike <koike.rafael at gmail.com>:
>>
>>> Tá ai uma coisa interessante a se discutir que não sei se é normalmente
>>> divulgada.
>>>
>>> Do que se investe hoje em infra-estrutura dos PTT's no Brasil quanto é
>>> subsidiado pelo governo
>>
>> Uma parte bem pequena, via RNP, que hospeda alguns dos PIX centrais do
>> PTT-Metro. E mesmo a RNP tem custos baixos nesses locais, tipicamente
>> cedidos por universidades/escolas federais e estaduais sem custo... então
>> alguma coisa do governo federal nos PIX que ficam em locais federais,
>> alguma coisa de governos estaduais, mas não envolvendo nem equipamentos nem
>> administração dos equipamentos, que corre sempre por conta do NIC.br.
>>
>>
>>> e quanto é arrecadado com o dinheiro cobrado das
>>> conexões?
>>>
>> Depende da localidade. Em várias localidades não há cobrança alguma; nas
>> que há, apenas o PIX recebe algo, não o NIC.br.
>>
>>
>>> Vejam, hoje existe toda uma estrutura da altarquia (CGI.br, NIC.br,
>> PTT.br,
>>> etc.)
>>
>> Nenhum deles é uma autarquia. Nenhum deles é nada controlado pelo governo,
>> recebe dinheiro do governo ou repassa dinheiro para o governo.
>>
>>
>>> que demanda de aluguel de escritórios, funcionários administrativos,
>>> técnicos, equipamentos, limpeza, etc.)
>>> Soma-se a isso os gastos com os datacenters onde ficam os PTT's em si com
>>> racks, ar condicionado, energia, equipamentos de rede, etc.
>>>
>> E esses datacenters ou franqueiam acesso ou cobram uma pequena taxa de
>> conexão, às vezes algum co-location.
>>
>>
>>> Parte disso tudo é subsidiado com os serviços que estrutura cobra como:
>>> registros de DNS, venda de domínios especiais, custos mensais de conexão,
>>> etc.
>>>
>> Registro de DNS, sim.
>> Custos mensais de conexão não são repassados ao NIC.br.
>>
>>
>>> Tudo isso é suportado só com o que se cobra dos clientes ou há um aporte
>> do
>>> governo em investimentos ou manutenção?
>>>
>> Maciçamente suportado com receita vinda do registro de domínios .br, mas
>> praticamente nada do governo.
>>
>>
>>
>>> Quanto sobra para se investir em novos PTTs?
>>>
>> Nem se pagam, então não sobra nada... qualquer investimento em novos PTTs
>> vem da mesma fonte já citada, o registro de domínios .br.
>>
>>
>>> Se não tiver dinheiro hoje, quanto custa subir um novo PTT e quanto
>> seria o
>>> rateio desse investimento?
>>>
>> Um switch, dos servidores... nada muito difícil de estimar. Mas porque a
>> premissa de que sejam financeiro o limitador ?
>>
>>
>>
>>> Eu diria que essas são as perguntas que o post inicial quis trazer a
>> tona e
>>> dai a necessidade de se "dialogar" mais.
>>>
>> Me pareceu que a questão era sobre governança do PTT, inclusive com mais
>> foco nos PTTs existentes do que em novos.
>>
>>
>>> Mas eu vejo que talvez não seja tanto o NIC.br e CGI.br mudar sua
>> estrutura
>>> administrativa ou o modelo de gestão, mas sim criar um modelo mais claro
>> de
>>> consumo dos clientes/parceiros que são os provedores.
>>>
>>> Bastaria mostrar um custo total de operação por PTT e qual seria a massa
>>> crítica necessária para a criação de um novo PTT.
>>> Quantos assinantes na região, volume de tráfego, etc.
>>>
>> Esse tipo de coisa costuma ser mostrada, eu vou ver se acho depois alguma
>> das apresentações... mas a sua pergunta de novo sugere que dinheiro seja a
>> questão, enquanto a massa crítica é mais de quantos AS precisam existir e
>> trocar tráfego na região para que isso seja razoável do ponto de vista
>> institucional. Fora alguns PTTs bem específicos como SP/RJ/PR/RS,
>> dificilmente os outros seriam viáveis por si só.
>>
>>
>>
>>
>>> O governo não estava querendo lançar uma empresa de telecomunicações a um
>>> tempo atrás?
>>>
>> E ele lançou, a Telebrás. Mas pouco tempo depois o facão fiscal baixou lá,
>> e isso não mudou com o Levy, pelo contrário.
>>
>>
>>> Qual seria o papel dela na interconexão dos PTTs?
>>>
>>>
>> Oferecer interligação entre PTTs vendendo capacidade para quem quisesse ir
>> de um a outro PTT, e quem sabe algum tipo de trânsito limitado só incluindo
>> PTTs.
>>
>>
>>
>>> Enfim, há muitas ideias boas, basta leva-las até o PTT e de lá para o
>> CGI,
>>> mas se não me engano o mesmo presidente do CGI é do NIC.
>>>
>>>
>> O presidente do NIC.br é membro do CGI, mas não preside o CGI. O PTT é
>> parte do NIC.br e o NIC.br tem, dentro das diretrizes traçadas pelo CGI.br,
>> autonomia operacional.
>>
>>
>>
>> Rubens
>> --
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