[GTER] RES: PTT (e PTT-SP) - Envolvimento da comunidade
Rubens Kuhl
rubensk at gmail.com
Tue May 19 18:59:45 -03 2015
2015-05-19 18:41 GMT-03:00 Rafael Koike <koike.rafael at gmail.com>:
> Obrigado mais uma vez.
>
> Sendo assim fica a minha pergunta de havendo interesse da comunidade em se
> ampliar ou alterar a atual estrutura tecnológica do PTT, quais seriam os
> caminhos ou caminho?
> Participar das reuniões do CGI.br? ou do NIC.br?
> Falar diretamente com uma pessoa responsável do PTT?
>
Participar das reuniões do PTT, o PTT-Fórum, e levantar essas lebres por
lá.
>
> Entendo que qualquer iniciativa dessas será apenas um caminho de
> comunicação, não necessariamente significará que o PTT acatará as ideias,
> mas sim um caminho para enviar as demandas correto?
>
> Em relação a falta de AS e redes eu vejo que o maios problema foi que no
> passado as exigências para se receber um AS eram muito grandes.
> Volume mínimo de hosts, sites publicados, distribuição geográfica, etc.
>
> Claro que isso é um padrão de requisitos que é solicitado em qualquer país,
> mas se compararmos o volume de tráfego e usuários dos EUA por exemplo os
> requisitos são coerentes, mas aqui no Brasil para fomentar o crescimento da
> internet através de provedores regionais eu acho que a barra poderia descer
> um pouco.
> E foi o que aconteceu. Até algum tempo atrás já era possível solicitar um
> AS com poucos IP's.
>
Essas exigências vem da estrutura da Internet. Começam da RFC que delimita
o funcionamento dos RIRs, daí passam pelas políticas dos RIRs, no caso da
nossa região o LACNIC. As políticas da região sempre foram um pouco mais
relaxadas que as das outras regiões para tentar contemplar isso, mas de
qualquer forma todos na Internet tem que colaborar com um recurso global, a
tabela de roteamento da DFZ. E hoje a América Latina é uma elevada
poluidora da tabela global, especialmente algumas grandes redes
brasileiras...
> Mas será que isso não ocorreu tarde demais?
>
Isso só ocorreu pq o IPv4 acabou, senão nem teria ocorrido. Decisão aliás
que não é uma política do NIC.br ou do CGI.br, é uma política regional
definida pela comunidade no LACNIC.
Hoje os provedores regionais já estão montados com suas estruturas baseadas
> em grandes provedores e ai mais uma vez volta o problema do ovo e da
> galinha.
> Não deve haver demanda de AS regionais porque as estruturas já existem e
> não se criam PTTs regionais porque não se tem os requisitos.
>
> Pensando em plano de crescimento nacional, será que poderia haver uma
> demanda reprimida de PTTs regionais?
>
>
Não foi só a barra de requisitos de recursos de numeração que levou a isso;
limitações de capacidade técnica dos provedores regionais também ajudaram.
Cair no conto das operadoras também, em que muito gerente de conta de
operadora grande aprendeu a ir dando descontos para evitar que seus
clientes virassem AS...
... na parte de capacitação técnica o NIC.br já contabiliza milhares de
pessoas treinadas, mas ainda faltam mais alguns milhares por aí.
> Claro que talvez sejam apenas meia dúzia de empresas demandando algo que é
> inviável economicamente.
> Mas e se essa estrutura fosse montada para depois se gerar a demanda?
>
Esse modelo já existe, como o já citado caso de Americana que foi montado
pelos interessados e só depois encampado pelo NIC.br.
> Digo isso porque hoje em nosso país vejo sempre empresários reclamando da
> falta de investimentos em infra-estrutura do governo e por isso o país não
> cresce e isso vira um dilema.
> Claro que no mundo real um empresário precisa de portos, estradas,
> aeroportos e todo o tipo de logística pública para produzir e entregar.
> Mas do ponto de vista digital, será que não precisamos construir as nossas
> rodovias digitais para que haja um crescimento tecnológico também nessas
> regiões?
>
O detalhe é que o PTT está mais para rodo-anel do que rodovia; os
provedores regionais precisam e tem construído suas rodovias:
rádio-troncos, fibra em estradas etc., apenas se esquecem de fazer algo com
os vizinhos para que os clientes não precisam usar esses estradas para
coisas que estão do lado.
Sei que é difícil prever isso e muitas vezes voce acaba por construir um DC
> no meio do sertão para ligar nada a ninguém. (Vide a nossa ponte estaiada
> aqui em São Paulo que liga nada a lugar nenhum :-)
>
> Mas ainda assim prevalece a pergunta, será que não devemos planejar e
> discutir isso de forma inteligente e quem sabe ajudar o país a crescer?
Notar que os PTTs regionais só são instalados após consultas aos AS locais,
então uma parte dessa discussão já ocorre de forma regionalizada, apenas
não está publicada. E em geral não estar publicada é melhor para começar,
inclusive para as pessoas serem abertas e dizer coisas do tipo "se o PIX
for fulano eu não conecto", que é uma das situações que atrapalha o
crescimento de alguns PTTs.
Rubens
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