[GTER] PTT (e PTT-SP) - Envolvimento da comunidade

Carlos Ribeiro cribeiro at telbrax.com.br
Fri May 15 14:50:56 -03 2015


Rubens,

Obrigado pelas considerações! Você tem razão em várias das suas colocações:

1) a concentração em SP não é boa para a Internet brasileira. Tanto que a
Telbrax está entrando no PTT do RJ, já era para estar ativo, só não foi
ligado por conta de problemas pontuais.

2) Veja também que a equação econômica da Internet faz com que as grandes
CDNs perpetuem a situação, ao colocar todos seus pontos de distribuição a
partir de SP. É difícil viabilizar a disponibilização de conteúdo em outros
centros; BH é um bom exemplo porque as CDNs dizem que a latência não
justifica, da para concentrar tudo em SP, e elas não querem arcar com o
custo do upstream para alimentar seus sistemas.

3) sobre o eventual estouro de um PIX, por conta de um tráfego excessivo,
concordo que são dos problemas diferentes. Ampliar um PIX ou a ligação
entre os PIXs é só uma parte do problema; porém ampliar capacidade em rack
também pode ser mais simples em um datacenter grande. Não é exatamente o
mesmo problema, mas em alguns cenários a solução centralizada é mais
simples de ampliar (apesar de ter seus próprios defeitos).

4) Não estou criticando o modelo do PTT no Brasil, pelo contrário; estou
apenas defendendo mais diálogo com a comunidade. Acho que os provedores
podem ser mais do que meros clientes do PTT, e o diálogo poderia maximizar
os resultados. Digo isso tanto com relação ao planejamento de arquitetura,
como com relação aos procedimentos operacionais.

Atenciosamente,

Carlos Ribeiro
Em 15/05/2015 13:14, "Rubens Kuhl" <rubensk at gmail.com> escreveu:

> >
> > O que me chamou mais a atenção, recentemente, foi a explicação segundo a
> > qual os problemas intermitentes com o Google Cache são decorrência do
> > estouro de capacidade de alguns PIX do PTT de SP. (Se eu entendi errado
> me
> > desculpem...)
> >
> >
> Essa foi a teoria que alguém levantou, mas que não parece se sustentar na
> prática. É muito mais comum o Google atingir limite de capacidade de seus
> servidores de SP do que do PIX aonde ele está ligado ou dos PIX aonde os
> "eyeballs" estão conectados recebendo o tráfego do Google. O Google tem um
> mix de serviços (vídeo, busca, e-mail, mobile app store, docs) que requer
> um bom número de RUs (rack-units) /Gbps... mesmo o vídeo que é o de maior
> relação ainda sim não é tanto asim.
>
> Diferente por exemplo de caras como Netflix, UPX, Globo.com etc. que com um
> ou dois racks geram 100 Gbps fácil. Esses tem um poder muito alto de
> saturar o PIX alheio... e o Netflix em Porto Alegre teve um efeito desses,
> por exemplo.
>
>
>
> O outro ponto só pode ser discutido depois de superado o ponto inicial, mas
> > vale a pena ser apresentado. O modelo de PTT no Brasil é elogiadissimo
> > mundo afora como uma solução inovadora, que aliou um pragmatismo técnico
> e
> > comercial, com o modelo de abertura de pontos de interconexão (PIX) de
> > forma bastante democrática. Isso levou ao crescimento do PTT,
> especialmente
> > de SP, de forma exponencial.
> >
>
> Esse modelo, incluindo o do ccTLD nacional alavancar os IXs, foi aliás
> recentemente replicado no Canadá.
>
> Eu pincei só algumas partes e não comentei o principal da sua mensagem, o
> que deixo para outros fazerem, mas gostaria de comentar o que eu acho que
> hoje é o maior problema do PTT.br em escala nacional: a busca desenfreada
> por se conectar apenas em SP. Enquanto na Europa muitos estão ao mesmo
> tempo no AMS-IX, no LINX e no DE-CIX, aqui as diferenças de participação
> entre (por exemplo) SP, Rio e Belo Horizonte são muito grandes...isso gera
> uma dependência de ponto único que não precisaria existir, pois muitas
> redes de acesso vem buscar conteúdos, tipicamente muito mais ágeis do que
> uma rede de acesso. Cai o POP de uma operadora no PIX dela de SP e a Caiu é
> inundada de mensagens "Caiu o PTT", mostrando como essa dependência se
> manifesta.
>
>
> Rubens
> --
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