[GTER] Conexão subsidiada entre PTTs

A.B. Jr. skandor at gmail.com
Fri Oct 21 18:35:39 -02 2011


Em 21 de outubro de 2011 16:08, Henrique de Moraes Holschuh <
henrique.holschuh at ima.sp.gov.br> escreveu:

> On 21-10-2011 11:40, Provedor Bogus wrote:
>
>> Em 21 de outubro de 2011 10:26, Henrique de Moraes Holschuh<
>> henrique.holschuh at ima.sp.gov.**br <henrique.holschuh at ima.sp.gov.br>>
>>  escreveu:
>>
>>  Porque ou o governo ou o CGI.br/NIC.br deveria subsidiar transporte
>>> ou trânsito entre os PTTs?
>>>
>>
>> Por que nós pagamos um absurdo de impostos e eles deveriam retornar
>> pra sociedade de alguma forma ?
>>
>
> Nesse caso acho melhor trabalhar para reduzir o imposto, porque a fila
> de "retorno para a sociedade" tem áreas mais prioritárias...
>


Concordo.

Porém a  questão aqui não é exatamente prioridade. É retornar na forma de
ações características de estado: segurança, estradas, defesa, educação,
saúde pública, e essas coisas.

Imposto não precisa retornar como subsídio de conexão. Aliás, como subsídio
de nenhuma espécie.



>
>  Internet mais rápida, estável e barata não seria uma boa forma ?
>>
>
> Tem outras formas de fazer isso.  Reduzir impostos e participação
> *conjunta* em fibra não são subsídio, e na minha opinião são formas mais
> efetivas de diminuir (e até resolver) o problema.
>
>  Para mim, a resposta é bem clara: não deve.  O papel do
>>> CGI.br/NIC.br é fomentar a melhoria na qualidade da Internet
>>> brasileira, não carregar provedor nas costas.
>>>
>>

Melhor dizendo, desempenhando tarefas operacionais e regulatórias que tenham
que ser desempenhadas por um órgão neutro e não vinculado a nenhum dos
provedores. Distribuindo números, tratando dos domínios, gerenciando pontos
de troca abertos, criando regras, tratando incidentes entre backbones, e por
aí afora.

Não carregar nas costas significa não substituir trabalho que pode ser
perfeitamente feito pelas empresas privadas e justamente remunerado.



>
>> Existe uma distância muito grande entre uma coisa e outra. Operar um
>> provedor é uma tarefa complexa que não envolve só comprar banda.
>> Através dessas interligações o CGI e o NIC estariam dando um
>> grandioso passo para a melhoria do nosso backbone.
>>
>
> Vamos ter que concordar em discordar nesse ponto.
>
> Se alguém disponibilizar fibra apagada em quantidade suficiente, com
> OPEX zerado e SLA aceitável para o NIC.br interligar PTTs, aí eu
> concordo que talvez seja o caso de fazer a interligação, principalmente
> entre PTTs regionais onde o NIC.br tenha condições de manter a conexão
> sem gargalar nos próximos anos.  Depende muito.
>


Só por milagre.


>
> Mas pegue por exemplo uma ligação envolvendo um dos PTTs-pólo (como o
> PTT-SP): esses enlaces de interconexão vão gargalar, e rápido.  E aí,
> como fica?  Como dividir um bem escasso que chega a ser prejudicial à
> qualidade do serviço quando insuficiente subdimensionado?
>
> Existem também as ramificações de médio e longo prazo.  Ouvi citações em
> edições passadas da GTER e PTT-forum sobre um estudo de longo prazo que
> foi feito do impacto de enlaces de backbone subsidiados e
> desenvolvimento tecnológico, que mostrou um impacto negativo.  Só que
> não estou encontrando para ler, então não sei o quanto procede...  Se
> alguém tem a citação, por favor mande para a lista.
>


Pois procure com afinco. Estou curioso sobre isso.


>
> Eu sei que não gostaria de ver no Brasil um cenário onde só se consegue
> comprar trânsito internacional em umas poucas cidades/PTTs e onde a
> Internet Brasilieira literalmente vai abaixo se o PTT parar.  Na minha
> opinião, é melhor tentar chegar a um cenário onde não só os PTTs são
> fortes, mas o trânsito fora do PTT também é, só que a um preço justo (e
> menos monopolizado).
>


Menos monopolizado, sim, e eu acrescentaria menos regulado.

Mas o governo puxa para o outro lado ...



>
> Espero que a Telebrás possa exercer um papel de estoque regulador para o
> mercado de transporte entre PTTs,




Desculpe, não acredito nisso não. De jeito nenhum. Esse filme já passou
antes.


> e ajude a baixar as margens das
> operadoras.



O que abaixa margem é concorrência.



> Acredito que reduzir os impostos para o transporte entre
> PTTs ajudaria bastante, e na minha opinião é uma reivindicação das mais
> justas.
>
>  Acredito ser muito melhor uso para os recursos do NIC.br
>>> empregá-los para aumentar a quantidade de PTTs no Brasil, e
>>> aumentar a funcionalidade dos mesmos: mais redundância, mais
>>> segurança, novos serviços como o peering VoIP que está em
>>> desenvolvimento, mais sistemas de apoio gerencial tais como uma IRR
>>> atrelada a RPKI da NIR e RIR, fomentar uma maior participação nos
>>> LGs, etc.
>>>
>>
>> Nada disso é conflitante com o proposto, ao contrário, é
>> complementar.
>>
>
> O problema nesse caso seria a partilha de recurso finito.  Subsidiar
> interligação entre PTTs vai consumir uma quantidade expressiva de
> recursos.  Não seria conflitante somente se a parcela consumida pelos
> subsídios não fosse expressiva.
>
>  Interligar os PTTs é uma excelente ideia, tanto que tem muito
>>> provedor e operadora já fazendo isso.  O problema é querer que o
>>> NIC.br ou o governo subsidie isso.
>>>
>>
>> Operadora não dá asa pra ninguém. Eles não deixam nada ao acaso. Ou o
>> governo faz (e tem recursos, condições e motivos pra isso), ou jamais
>> será feito.
>>
>

Claro, o governo faz. Tudo. Vamos criar a Contribuição Provisória para a
Inteligação dos PTTs e pronto.


>
> Tem interligação entre PTTs funcionando no Brasil, que eu saiba tanto
> via ISPs comprando transporte de operadora isoladamente, quanto em
> consórcio.  A parte não-ideal aí é a operadora, que cobra caro e ainda
> por cima entrega um serviço de qualidade inferior, sujeito a múltiplos
> "rompimentos múltiplos de fibra" por trimestre.
>
> O governo já tem iniciativas para ajudar em CAPEX, e eu citei este fato.
> Só que elas não são simples de conseguir, e sempre é mediante
> contrapartida: o governo até ajuda a construir a rede, mas sempre com o
> objetivo de poder usufruir dela sem custos operacionais.
>
>  Que tal lutar para conseguir interligações a um preço *decente*,
>>> independente do agente (iniciativa privada, Telebrás, etc)? Formar
>>> consórcios dos provedores participantes em cada PTT para ligar os
>>> PTTs locais de forma regional e nacional funciona muito bem, o PTT
>>> Campinas é um exemplo claro disso.  Talvez tentar caracterizar este
>>> tipo de conexão de transporte 'coletivo' e lutar pela redução dos
>>> impostos neste caso específico?  É difícil, mas não é impossível.
>>>
>>>
>> Como interligar o PTT do Sul da Bahia ao PTT do Norte da Bahia, por
>> exemplo ?
>>
>
> Talvez um consórcio que passe/compre a fibra, e rateie entre os
> membros?  Pode procurar a participação do governo via PPP para
> viabilizar o CAPEX.  Mas, que eu saiba, o OPEX fica por conta do
> consórcio privado nesses casos, sem envolver o governo.
>
> Agora, porque o governo do estado do Ceará pode fazer,



está funcionando?



> mas o da Bahia
> não pode, eu não faço ideia... talvez os cearenses tenham votado melhor,
> ou o governo da Bahia tenha muito boas razões para ter outras prioridades.
>
> Só que a iniciativa privada não é refém da vontade do governo
> estadual/federal, ela pode tentar inverter o processo e propor a rede.
>
> Se o governo ou o NIC.br liga os PTTs entre si e colocar para uso
> público gratuito, tem que arrumar um jeito legal, justo e funcional de
> dividir o uso (ou de alguma forma conseguir manter o tubo largo o
> suficiente para não ficar lotado por períodos significativos).  Não é um
> problema "fácil".
>
>  O fato é: o governo está reativando a Telebrás e colocando milhões
>> lá. Por que não usar a NOSSA fibra (sim, são do povo brasileiro) pra
>>  fazer isso ?
>>
>

Defina o que significa "são do povo brasileiro". Os provedores de internet
não são povo brasileiro, ou do povo brasileiro?



>
> Acho que a Telebrás vai fazer isso sim, só que não de graça.
>
> Declarem à Telebrás formalmente o interesse nos serviços de trânsito
> restrito aos PTTs, e/ou transporte restrito aos PTTs para ela conhecer a
> demanda.  Se ela oferecer este serviço (não sei porque não o faria) a um
> preço justo, vai derrubar o preço de mercado, o que tem a grande
> vantagem de você não ficar tão dependente da Telebrás porque também terá
> outros fornecedores.
>
>  Se alguém tem a capacidade técnica e política de propor ao MCT
>>> (Ministério da Ciência e Tecnologia) ou ao MC (Ministério das
>>> Comunicações) um projeto de PPP (parceria público-privada) para
>>> lançar fibras entre os PTTs, onde as três esferas do governo (e a
>>> RNP se envolver o MCT) tem direito de explorar a metade das fibras
>>>  no cabo para uso próprio e da Telebrás, e a exploração da outra
>>> metade do cabo fica para o consórcio de empresas SCM que aderirem
>>> ao PPP e que responderia pela totalidade dos custos de operação e
>>> manutenção, e talvez por uma parte dos custos de implantação...
>>> acho até que poderia sair alguma coisa.  O Cinturão Digital no
>>> Ceará funciona em um modelo parecido, bem como as Redes COMEP em
>>> diversas capitais.
>>>
>>>
>> Estamos falando de quantos bilhões ?
>>
>
> Essas coisas são feitas ao longo de décadas, o que dilui esse impacto.
> Por outro lado cria uma fila de espera bem longa...
>
>  As carriers já tem suas inteligações e vivem de swap de fibra umas
>> com as outras. É um mercado fechado, exclusivo e só entra quem tem
>> pra trocar, mas quem leva Internet à muitas cidades brasileiras não
>> são eles e sim os pequenos provedores que tem que se virar no esquema
>> "Deus sabe como" enquanto as grandes conseguem financiamentos
>> polpudos do BNDES e abatimento de impostos (como no caso do ICMS da
>> GVT).
>>
>
> Eu não encaro o subsídio a enlace entre PTTs como uma medida
> eficiente para "compensar" o que acontece no BNDES, a sonegação
> fiscal de operadora, ou a abusividade na definição das alíquotas do
> ICMS pelo governo.
>
> É importante o apoio ao pequeno provedor, mas não concordo que enlace
> inter-PTT gratuito seja uma boa forma.



Eu também acho uma má idéia.





> Acredito que um "SCM Simples"
> atrelado à redução de impostos seria melhor a médio prazo.
>
> --
> Henrique de Moraes Holschuh <hmh at ima.sp.gov.br>
> IM@ - Informática de Municípios Associados
> Engenharia de Telecomunicações
> TEL +55-19-3755-6555/CEL +55-19-9293-9464
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> Antes de imprimir, lembre-se de seu compromisso com o Meio Ambiente
> e do custo que você pode evitar.
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>




Abraços,
- Abelardo.



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