[GTER] Sprint x Cogent depeering
Tukso Antartiko
tukso.antartiko at gmail.com
Thu Dec 4 15:01:10 -02 2008
Me desculpe quem lê em tela de baixa resolução, mas o contexto faz-se
necessário.
2008/12/4 Frederico A C Neves <fneves at registro.br>
> > > Quem sabe esta história ilustra bem o problema e mesmo com os AS
> > > locais ainda relegados a meros compradores de "trânsito
> > > internacional", possamos interpretar adequadamente e evitar que
> > > situações, ainda hoje usuais, como trafego local via Miami sejam
> > > evitadas.
> > >
> >
> > Não entendi esta intervenção, se fosse qualquer que luta com o
> > monopólio enquanto tenta sobreviver e soltasse um "Let's hope" desses,
> > tudo bem. Mas alguém do registro.br? Registro esse que tem um
> > orçamento de milhões e atende pelo nome de Comitê Gestor da Internet.
> > Eu esperaria mais ação e menos "Let's hope".
>
> O NIC.br tem papel bem claro de atuação na infra-estrutura lógica da
> Internet no Brasil, atribuir a ele a suposta responsabilidade pela
> infra-estrutura física das telecomunicações no país é uma colocação no
> mínimo desinformada.
As obrigações do CG já foram mencionadas em email anterior e me parecem
condizentes com as minhas colocações anteriores.
Imagine-se a seguinte situação: alguém de um orgão que tem como atribuição
"acompanhar a disponibilização de serviços" de transporte de carga "no país;
", vê que os caminhões de transporte de determinada empresa, quebram
constantemente, devido as más condições das estradas, e portanto atrasam a
entrega. Mas este alguém, ignorando a real causa se dirige às equipes de
manutenção das frotas destas empresas:
"Vocês empresas de transporte de carga são muito ruins, deveriam usar
caminhões melhores" ou ainda "deveriam usar avião, que é mais rápido e
entrega na hora" (embora muuuito mais caro)
O problema de peering tem muito pouco de físico. A causa é muito clara, os
acordos de peering das empresas monopolistas. O que o NIC.BR pode fazer ou
alguém com tamanha influência no registro.br pode fazer é reportar o
problema, e especialmente sua causa, para o nível competente de modo que
este, pela representação que possui haja com tal peso perante os orgãos
reguladores.
E não desfocar o problema, criticando indiscriminadamente quem usa tranporte
internacional, inclusive àqueles que o fazem como forma de subsistência.
> > O imbróglio do peering nacional, para não mencionar outros problemas
> > (last mile, conexão e transporte caros), possui sua raiz em quatro
> > (dizem que serão três) empresas monopolistas. Se o registro.br tiver
> > interesse em resolver o problema não precisa reclamar na lista, basta
> > agir na causa do problema.
>
> Dá uma dica então de como agir pelo benefício da comunidade que não
> seja pela coordenação e cooperação ?
Apesar da virtual ausência do registro.br nas incontáveis manifestações que
fiz nesse sentido, inclusives as ignoradas na própria mensagem que responde,
estas podem ser encontradas no histórico desta lista.
> Promover a formação de novos ASNs
> locais e fornecer a infra-estrutura necessária para que estes se
> comuniquem me parece uma forma bem efetiva de agir.
>
A questão da integração local soa bem até que "local" encontra uma parede e
não se faz nada a respeito. Isto caso "local" se refira a outra cidade
diferente de São Paulo.
Quanto a mais ASNs me parece apenas mais do mesmo, lembra-se que o problema
real é o peering das empresas monopolistas? Além de ser uma exigência um
pouco extremado para conseguir uma redução ligeira dos custos em relação à
compra através de uma empresa independente.
> Esta é uma lista de engenheiros, ou seja trata na prática do que é
> possível de ser feito para melhorar a situação atual. Buscar aqui as
> causas ou soluções para o problema dos monopólios regionais de
> telecomunicação, apesar de interessante me parece que vai ser bem
> ineficiente.
Você não entendeu, a causa do tráfego internacional ser mais barato são os
custos e acordos de peering das empresas monopolistas. O ponto aqui não é o
monopólio em si. O balancemento ideal entre custo, capacidade e qualidade
está diretamente relacionados ao trabalho diário dos engenheiros. E neste
sentido qualquer discussão sobre custo é on-topic, seja este custo derivado
do monopólio ou não.
> > Se o interesse não for tão grande assim há coisas muito mais simples
> > que também ajudariam a interconexão das redes:
> > http://eng.registro.br/pipermail/gter/2008-September/020315.html
> > http://eng.registro.br/pipermail/gter/2008-September/020301.html
> >
> > Enfim, mas o que me motivou a responder foi esta crítica generalizada
> > a quem usa tráfego internacional para acessar redes BR. Sei que a
> > motivação pode se referir à troca de tráfego entre E e G, assunto de
> > emails recentes, mas se conhece os motivos, ou conhece E, critique E e
>
> Qual o objetivo prático de criticar a Embratel aqui ?
Parece bem óbvio criticar determinados acordos de peering que levam à
situações exdrúxulas, mas caso haja alguma dúvida peça que o
registro.brfaça uma consulta com os provedores para saber se estão com
algum problema
em obter peering satisfatório com determinada operadora. Acredito que não
faltarão manifestações para te esclarecer.
Quanto à troca de tráfego entre E e G, o CG, cumprindo suas atribuições,
deveria solicitar diretamente tais esclarecimentos.
> > não os que usam tráfego internacional apenas porque precisam
> > sobreviver ao monopólio e preços/peering abusivos destas três.
> > Monopólio este que muitos preferem fingir que não existe o pecado
> > capital da má qualidade da internet brasileira.
>
> Por mais que exista um benefício econômico, o deserviço da adição de
> 300ms entre os clientes de quem faz isto e os do ASN X já me parece
> mais do que suficiente para relegar o "pequeno" que opera desta forma
> a continuar nesta condição.
>
Como diz a Cogent, qualquer um está aberto a peering local diante de
condições justas. Não sei como anda o setor de pesquisa do registro.br mas o
SLA do RTT até Miami está mais para 100 do que 300ms.
Quanto ao benefício financeiro a quem prefira uma Ferrari para 2, e quem se
sirva de um ônibus para 50. Economia possui uma área de estudo chamada
Economia de Redes, que tem muito importância para gestão de uma rede do que
se imagina.
No campo da engenharia, pouquíssimas aplicações notam o acréscimo, para
estas existe Ferrari e a conta associada.
>
> Qual são as alternativa para isto ? Não me parece existir resposta
> mágica e a forma que exploramos aqui é a colaboração mútua entre os
> participantes.
>
> Claro que não é a única, que tal você submeter um trabalho para o
> próximo GTER apontando novos caminhos ?
>
Repito que já expus extensivamente no histórico desta lista diversas
demandas de atuação do registro.br, mas apenas uma única respondida, e com
negação vazia. Além de várias dicas para provedores.
Em um passado distante a comunidade da ciência e da prática não possuindo
outras formas de se reunir, devido à distância, organizava encontros e
congressos como única forma de se reunir e discutir conjuntamente. Hoje
temos a Internet, que permite a tal comunicação conjunta em listas de
discussão como essa onde minhas manifestações são correntemente ignoradas
pelo registro.br. Eu até lembro bem da época em que mais da metade das
minhas mensagems para a lista eram censuradas.
Quanto a depender de apresentação no GTER, clap, clap, algumas poucas
perguntas e tchau, algumas letrinhas miúdas de contrato me dizem um sonoro
não.
More information about the gter
mailing list