[GTER] RES: QOS protocolos VOIP

jimmi jimmi at netpoint.com.br
Wed May 24 15:53:20 -03 2006


Caros.

Sinceramente acho que esta discussão esta ficando enfadonha, pouco produtiva, 
e confusa tendo em vista que se advoga uma causa escorado em cenários 
contraditórios. Usa-se como argumentação um cliente 6 Mb com um opex de R$ 5-
7 K, e na mesma argumentação é citada uma pesquisa sobre "Intenção de 
adquirir acesso banda larga nos próximos 6 meses entre os que possuem acesso 
discado". Quem hoje é atendido e arca com o custo de um acesso discado vai 
ampliar para 6 Mb ?

Pessoalmente conheço vários, vários casos de empresas que custearam a 
interconexão de suas unidades remotas com a economia que obtiveram em suas 
contas telefônicas. E se não custearam totalmente, amortizaram um percentual 
extremamente significativo do investimento, tiveram um grande ganho de 
operacional e de qualidade. Agora há casos e casos, o que muitos podem 
extrair de um recurso, muitos outros não conseguirão.

O que estou dizendo é uma constatação da realidade, não que eu aprecie, mas a 
cada um compete a resolução de seus problemas, e nada bom é de graça nesta 
vida. Sad but true. Não vejo valia nem tão pouco onde chegaremos, ou o que 
ira nos agregar ficar discutindo algo que as operadoras poderiam fazer mas 
que não fazem e provavelmente não farão. E se decidirem fazer não será por 
terem se sensibilizado por nossas angustias, será comercial/financeiro o 
fator determinante para tal mudança de postura.

Priorização nos last-miles relevantes basta se o tráfego VoIP/ToIP estiver 
confinado/trafegando por um único backbone/domínio, que também implemente QoS 
ou ao menor esteja muito bem dimensionados, com uma taxa de ocupação em suas 
conexões internas abaixo de ~ 70%, inclusive durante momentos de 
contingências/falhas. Se falamos de uma VPN ou links de acesso todos servidos 
por uma única operadora que atenda estes fatores, e o tráfego de voz for 
apenas entre estes pontos até onde é de meu conhecimento e experiência 
prática concordo que atende. Se considerarmos sites servidos por operadoras 
distintas, discordo, e não defenderia esta tese junto aos meus gestores para 
justificar um gasto.

Concordo, qualidade por si só é algo extremamente vago. Mas o usuário irá 
sempre associar o termo qualidade com um serviço premium. E no caso de voz, 
seus usuários terão como base de comparação a telefonia fixa provida por 
PSTNs. Qualquer degradação da voz deporá contra sua implementação, e criara 
uma resistência do usuário final a utilizar novamente seu serviço.
  
Quanto a priorização no last-mile resolver o problema de 90% dos usuários, 
acho que faltam subsídios para ponderarmos esta afirmação. Qual a 
característica, no que tange a conectividade destes. Se estivéssemos falando 
de um cenário Cisco, onde tenho certo grau de conhecimento, você quer dizer 
que 90% dos usuários não necessitariam de LFI ? Trabalho com dados, não 
com suposições/especulações.

Interesse de tráfego para mim é quanto os serviços críticos e essenciais do 
meu negócio requerem, e estes em contemplo com conectividade.  Me parece que 
seu problema é atender a quem sua empresa realmente precisa, restringir quem 
sua empresa não precisa que desfrute deste serviço, e dimensionar 
adequadamente sua rede em função desta demanda.

Bom, já expressei minha opinião, respeito plenamente opiniões divergentes, 
porem acho que aqui esta sendo expressado muito mais frustrações do que 
buscado soluções viáveis.  Dar continuidade a esta conversa esta me parecendo 
menos produtivo do que nos unirmos para protestar contra a globalização.
Assim, encero aqui minha participação, agradeço ao Rubens por compartilhar 
suas opiniões/conhecimento/vivência, certo de que opiniões divergentes não 
constituem qualquer indisposição pessoal. 

[]s a todos.

Jimmi.


---------- Original Message -----------
From: "Rubens Kuhl Jr." <rubensk at gmail.com>
To: "Grupo de Trabalho de Engenharia e Operacao de Redes" 
<gter at eng.registro.br>
Sent: Wed, 24 May 2006 11:07:46 -0300
Subject: Re: [GTER] RES: QOS protocolos VOIP

> > Bom, não questiono o Ibope mas desconheço a metodologia e enfoque deste
> > pesquisa. Por favor divulgue a mesma para que não percamos tempo 
comparando
> > laranjas com bananas.
> 
> Era de uma pesquisa Internet POP, vide descritivo completo da mais 
> recente em 
> http://www.ibopeloja.com.br/prodvar.asp?codigo_produto=000104, em 
> resposta ao questionamento "Intenção de adquirir acesso banda larga 
> nos próximos 6 meses (entre os que possuem acesso discado)"
> 
> > A oferta de mercado pode ser de R$100 por até 4 Mbps, e o provedor dessa
> > solução deve estar contente com o produto/preço, mas a julgar pela 
discussão
> > aqui em andamento parece que os usuários não estão tão satisfeitos assim.
> 
> A discussão ora em andamento se iniciou com um cliente de 6 Mbps da
> Embratel, que certamente não paga R$100 por esse serviço. Muito
> provavelmente ele paga R$5-7k mensais por esse serviço, talvez até
> mais.
> 
> > Você pode ofertar 4 Mbps a R$100, mas qual seria o fator de 
oversubscription
> > deste produto. Me parece que para um SOHO ou pessoa física a consideração
> > sobre o preço supera sua preocupação com a qualidade. Esse admite um
> > menor SLA em função de um bom preço, e não cito aqui QoS. Mas e quanto a
> > corporações, que desejam custear seus gastos de conectividade a partir de 
uma
> > economia obtida na fatura do telefone, enquanto ainda rodam seus sistemas
> > críticos. Volto a dizer, difícil tudo querer sem desejar arcar com o ônus
> > necessário.
> 
> A propalada economia com VoIP é justamente o que essa organização não
> está conseguindo, apesar de desembolsar alguns mil reais por mês em
> seu serviço de acesso Internet.
> 
> > QoS só em um ponto do interesse de tráfego morre no primeiro gargalo (seja
> > utilização, queueing, whatever) entre os extremos. QoS não é mágica, se
> > nenhum provedor disponibiliza um tratamento diferenciado no downstream de 
seu
> > last mile, você pode trabalhar para contornar ou minimizar o problema até 
um
> > certo threshold da utilização de seu enlace, acima deste valor só 
ampliando a
> > banda mesmo. O upstream só depende de você, restrinja ou limite requests 
de
> > usuários e aplicações não criticas, implemente mecanismos de congestion
> > avoidance que juntamente com mecanismo similar do TCP poderá atuar para
> > reduzir seu inbound antes deste saturar. Não digo que é easy going, que 
não
> > demanda tunings, mas é factível e tem gente que faz.
> 
> O que você está dizendo é que o cliente está sozinho na solução 
> desse problema. Isso corresponde à realidade, mas não ao que seria 
> possível e factível.
> 
> > Mas concordo que isso tudo não atende a voz, voz requer mais, requer
> > priorização de transmissão, as vezes requer fragmentação e intercalamento 
de
> > pacotes, este sim requer QoS, e fim a fim, não só no last mile.
> 
> Priorização nos last-miles relevantes para isso, que são o do cliente
> e de seu fornecedor de serviços de VoIP, já bastam... os links de
> provedores de VoIP costumam operar com folga, então quase sempre o
> last-mile próprio é o grande problema.
> 
> > Mas certamente ninguém ira lhe prover esses mecanismos demandadores de
> > recursos e que oneram o devices que atendem a muitos clientes para você 
usar
> > um Skype da vida. Questione seu provedor o que ele tem a lhe ofertar de
> > VoIP/ToIP. certamente o QoS virá embarcado na solução.
> 
> Você está dizendo que se for para usar os serviços da operadora, que
> por acaso além de operador last-mile e backbone IP também é uma 
> grande operadora de voz, aí ela pode fornecer uma solução que para 
> outros ele não pode fornecer ? Isso se choca de frente com a legislação
> brasileira de defesa da concorrência.
> 
> > Truco! ? Não há motivos "comerciais, técnico-econômicos para que isso não
> > seja disponibilizado", pelo contrário. Existem ótimos motivos para que 
estes
> > serviços possam ser ofertados mas operadoras devem oferecer o que podem
> > honrar, e QoS tem que ser fim a fim. Qualidade é algo na totalidade, não 
há
> > frações de qualidade.
> 
> Qualidade tem níveis diversos, preços diversos, escopos diversos. O
> ditado do "ótimo é inimigo do bom" se aplica muito bem aqui:
> priorização no last-mile já resolveria o problema de 90% dos usuários.
> 
> > As demandas dos clientes se medem sim entre outras coisas em Mbps. O 
cliente
> > deve obter conhecimento de seu interesse de tráfego e adequar sua 
estrutura e
> > conectividade de forma a atendelo, extremamente análogo a operadoras.
> 
> Descobrir que sua rede demanda x Mbps não diz que seu interesse de
> tráfego é de x Mbps. Isso apenas diz o quanto é gasto; interesse 
> seria função de quanto cada aplicação gasta, e qual o grau de importância
> que essa aplicação tem. P2P é o tipo de aplicação que consome tanta
> banda quanto estiver disponível, e ela não está na lista de 
> aplicações prioritárias de nenhum gerente de rede...
> 
> > O serviço de comunicação de dados, tal qual o de telefonia atende a
> > contratos, e apesar de não ser concessão, esta exposto a competição de
> > mercado, que apenas respeita a competitividade, "e é dentro desse contexto
> > que estamos discutindo acesso Internet".
> 
> A competição nesse mercado é baixa, apesar de ser pelo menos
> existente, para a maior parcela numérica das corporações (que
> tipicamente tem duas opções apenas de provedor de dados). Há um
> segmento mais beneficiado por competição localizado em bairros
> específicos das grandes regiões metropolitanas; bom para quem está
> neles, pior pra quem não está.
> 
> Rubens
> --
> gter list    https://eng.registro.br/mailman/listinfo/gter
------- End of Original Message -------




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