[GTER] RES: QOS protocolos VOIP

Rubens Kuhl Jr. rubensk at gmail.com
Wed May 24 11:07:46 -03 2006


> Bom, não questiono o Ibope mas desconheço a metodologia e enfoque deste
> pesquisa. Por favor divulgue a mesma para que não percamos tempo comparando
> laranjas com bananas.

Era de uma pesquisa Internet POP, vide descritivo completo da mais recente em
http://www.ibopeloja.com.br/prodvar.asp?codigo_produto=000104, em
resposta ao questionamento
"Intenção de adquirir acesso banda larga nos próximos 6 meses (entre
os que possuem acesso discado)"


> A oferta de mercado pode ser de R$100 por até 4 Mbps, e o provedor dessa
> solução deve estar contente com o produto/preço, mas a julgar pela discussão
> aqui em andamento parece que os usuários não estão tão satisfeitos assim.

A discussão ora em andamento se iniciou com um cliente de 6 Mbps da
Embratel, que certamente não paga R$100 por esse serviço. Muito
provavelmente ele paga R$5-7k mensais por esse serviço, talvez até
mais.


> Você pode ofertar 4 Mbps a R$100, mas qual seria o fator de oversubscription
> deste produto. Me parece que para um SOHO ou pessoa física a consideração
> sobre o preço supera sua preocupação com a qualidade. Esse admite um
> menor SLA em função de um bom preço, e não cito aqui QoS. Mas e quanto a
> corporações, que desejam custear seus gastos de conectividade a partir de uma
> economia obtida na fatura do telefone, enquanto ainda rodam seus sistemas
> críticos. Volto a dizer, difícil tudo querer sem desejar arcar com o ônus
> necessário.

A propalada economia com VoIP é justamente o que essa organização não
está conseguindo, apesar de desembolsar alguns mil reais por mês em
seu serviço de acesso Internet.

> QoS só em um ponto do interesse de tráfego morre no primeiro gargalo (seja
> utilização, queueing, whatever) entre os extremos. QoS não é mágica, se
> nenhum provedor disponibiliza um tratamento diferenciado no downstream de seu
> last mile, você pode trabalhar para contornar ou minimizar o problema até um
> certo threshold da utilização de seu enlace, acima deste valor só ampliando a
> banda mesmo. O upstream só depende de você, restrinja ou limite requests de
> usuários e aplicações não criticas, implemente mecanismos de congestion
> avoidance que juntamente com mecanismo similar do TCP poderá atuar para
> reduzir seu inbound antes deste saturar. Não digo que é easy going, que não
> demanda tunings, mas é factível e tem gente que faz.

O que você está dizendo é que o cliente está sozinho na solução desse problema.
Isso corresponde à realidade, mas não ao que seria possível e factível.

> Mas concordo que isso tudo não atende a voz, voz requer mais, requer
> priorização de transmissão, as vezes requer fragmentação e intercalamento de
> pacotes, este sim requer QoS, e fim a fim, não só no last mile.

Priorização nos last-miles relevantes para isso, que são o do cliente
e de seu fornecedor de serviços de VoIP, já bastam... os links de
provedores de VoIP costumam operar com folga, então quase sempre o
last-mile próprio é o grande problema.

> Mas certamente ninguém ira lhe prover esses mecanismos demandadores de
> recursos e que oneram o devices que atendem a muitos clientes para você usar
> um Skype da vida. Questione seu provedor o que ele tem a lhe ofertar de
> VoIP/ToIP. certamente o QoS virá embarcado na solução.

Você está dizendo que se for para usar os serviços da operadora, que
por acaso além de operador last-mile e backbone IP também é uma grande
operadora de voz, aí ela pode fornecer uma solução que para outros ele
não pode fornecer ? Isso se choca de frente com a legislação
brasileira de defesa da concorrência.

> Truco! ? Não há motivos "comerciais, técnico-econômicos para que isso não
> seja disponibilizado", pelo contrário. Existem ótimos motivos para que estes
> serviços possam ser ofertados mas operadoras devem oferecer o que podem
> honrar, e QoS tem que ser fim a fim. Qualidade é algo na totalidade, não há
> frações de qualidade.

Qualidade tem níveis diversos, preços diversos, escopos diversos. O
ditado do "ótimo é inimigo do bom" se aplica muito bem aqui:
priorização no last-mile já resolveria o problema de 90% dos usuários.

> As demandas dos clientes se medem sim entre outras coisas em Mbps. O cliente
> deve obter conhecimento de seu interesse de tráfego e adequar sua estrutura e
> conectividade de forma a atendelo, extremamente análogo a operadoras.

Descobrir que sua rede demanda x Mbps não diz que seu interesse de
tráfego é de x Mbps. Isso apenas diz o quanto é gasto; interesse seria
função de quanto cada aplicação gasta, e qual o grau de importância
que essa aplicação tem. P2P é o tipo de aplicação que consome tanta
banda quanto estiver disponível, e ela não está na lista de aplicações
prioritárias de nenhum gerente de rede...

> O serviço de comunicação de dados, tal qual o de telefonia atende a
> contratos, e apesar de não ser concessão, esta exposto a competição de
> mercado, que apenas respeita a competitividade, "e é dentro desse contexto
> que estamos discutindo acesso Internet".

A competição nesse mercado é baixa, apesar de ser pelo menos
existente, para a maior parcela numérica das corporações (que
tipicamente tem duas opções apenas de provedor de dados). Há um
segmento mais beneficiado por competição localizado em bairros
específicos das grandes regiões metropolitanas; bom para quem está
neles, pior pra quem não está.


Rubens



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