[GTER] globo.com

Rubens Kuhl Jr. rubens at email.com
Sun Feb 15 15:41:07 -03 2004


> > Blackholing tira muitas das chances de analisar o problema, já que não
se
> > tem mais os pacotes para analisar e mesmo para análise de flows passa-se
a
> > depender de muitas fontes para análise de flows bloqueados.
>
> blackholing mandando para um ids seria o caso.

Blackhole é mandar para o sink-hole mesmo... é difícil encontrar um
backbone, mesmo nos EUA, que tenha como desviar o tráfego para uma estrutura
de análise e reação. O que é mais comum é algum que possa fazer um sampling
do tráfego (recurso interessante do fabricante 2... :-), e baseado nisso
aliviar de blackholing para filtragem especializada.

> Rubens, em nenhum momento quis dizer que você está defendendo a globo.com,
> tem algum vínculo com ela ou algo assim, apenas estou tentando achar uma
> maneira "justa" de resolver o problema. Se o futuro da internet é esse,
> estou perdido.

O perigo que eu vejo na atitude da Globo.com e deixar que outros determinem
coisas que deveriam pertencer ao livre-arbítrio dela, como por exemplo se
eles devem ou não atender usuários internacionais. Me parece um precedente
perigoso, e a auto-determinação um valor intangível que deveria justificar
investimentos mesmo sem retorno financeiro evidente.

> Quanto ao dinheiro, concordo. Mas, e se eu decidisse pagar hoje o serviço
do
> portal da globo.com?

Enquanto isso não agregasse um número significante de pagantes no exterior,
ainda não justificaria investimento.

> e mesmo assim, continuando com o bloqueio internacional que já está lá há
> mais de 1 ano...

Um dos motivos que me levava a trazer toda a reação para dentra da estrutura
era justamente o receio de bloqueios esquecidos em lugares remotos... houve
um episódio em que a UUNET manteve um filtro que tinha sido colocado a
pedido da EBT, e depois não havia cristo que conseguisse fazer com que
aquele filtro sumisse.

Isso me lembra uma história que vi em "Babylon 5", sobre um local do gramado
do palácio real em que sempre havia um guarda. Não havia nada de estratégico
ali a ser guardado, mas havia sempre um guarda naquela posição... o que
havia acontecido é que gerações antes a filha do rei tinha ficado encantada
com uma flor que nascera ali. O rei ordenou guarda permanente para que
ninguém pudesse estragar a flor, e séculos depois ninguém questionava porque
havia a ordem de manter guarda ali...

> como falei lá em cima, não quis dizer isso. Escrevendo direito: vc está
> falando com a visão do lado do provedor,  e eu, do lado do usuário.

A visão do usuário para um serviço oferecido gratuitamente nos dias de hoje
pode ser a mesma dos áureos tempos: o serviço adotou alguma atitude que não
o agrada, mude de serviço e espalhe para sua rede de contatos sua
insatisfação. Mas é preciso encarar esse poder de uma forma realista; por
exemplo, o que motiva um tomador de decisão da Globo.com ? Resposta: o
balancete(dinheiro entrando), e o relatório de audiência do Ibope
(posicionamento de mercado, possibilidade de conquistar novos negócios).
Como o relatório do Ibope é de pesquisa apenas em território nacional, a
audiência internacional não importa muito...

> > Essa foi apenas uma sugestão prática de contorno... é a mesma que dão
para
> > os brasileiros sempre que algum site ou rede bloqueia o bloco de IPs do
> > Brasil.
>
> não é por isso que tenho que concordar que essa seja a solução, daí cai no
> mesmo ponto do blackholing. A solução temporária vira definitiva.

Diga isso para quem tentava acessar um .mil aqui do BR... anos se passaram
para que isso voltasse a ser possível.

> mas marketing é tudo.
> qto ao portal, na verdade eu estava enganado. tenho a impressão que o
> globo.com é totalmente voltado ao público brasileiro mesmo, a página
> principal me parece, de uma certa maneira, uma extensão do
redeglobo.com.br.

Esse é coerente inclusive com notíciário recente (não lembro da fonte ou
link, lamento), em que foi divulgada que a Globo.com deixou de ser uma
unidade de negócios independente e passou a ser uma central dentro da Rede
Globo.
E que na minha opinião faz muito sentido: depois do estouro da bolha não faz
mais sentido uma operação de Internet "pura", e sim a Internet como mais uma
mídia de um grupo de comunicação. O casamento telco e comunicação se desfez,
e agora ambos praticam uma relação aberta...


Rubens




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