[GTER] Virtualizar o Core Router

Shine eshine at gmail.com
Tue Jan 21 23:34:31 -03 2020


Desviando um pouco do assunto do colega Délsio.
Existe uma mistificação que o hardware suporta tudo e o software nada mais
faz do que programar o hardware.
No fundo tem um pouco de verdade nisso, o software programa mesmo um
hardware, seja ele um DPDK ou um ASIC.
O que o ASIC tem é uma estrutura dedicada para o plano de dados somente
para o encaminhamento de dados, ele não precisa de interação com o kernel
ou o programa em userspace quando devidamente programado e encaminhando
pacotes.
Em geral a estrutura de um ASIC L2/L3 comporta tabelas separadas para
registro de mac, arp e prefixos IP. A memória ternária fica mais para
operações específicas no plano de dados como access-lists e ações (filtra,
redireciona, etc.). Ele também possui uma tabela interna de encaminhamento
conhecida como FIB - Forwarding Information Base.
O DPDK é mais lento que um ASIC, não há dúvidas disso. Mas ele é eficaz
para um encaminhamento de pacotes a uma velocidade que seja compatível a
performance do sistema.

Mas falando de confiabilidade, isso não depende somente se é um ASIC ou um
DPDK. Ambos dependem de software para serem programados Uma implementação
de BGP é puro software, não muda se é ASIC ou não, ASIC não tem código de
BGP embutido no hardware,
Fabricantes de ponta de equipamentos de rede investem alto em arquitetura
de desenvolvimento de software, testes e controle de qualidade. Certamente
isso traz uma alta confiabilidade no produto, mas isso não deve ser
creditado ao hardware, mas uma combinação de tecnologia de hardware e
software. Na teoria fornecedores de soft-routers também poderiam chegar
nesse nível de confiabilidade, resguardadas as devidas proporções de
performance.

O colateral disso é que também não adianta escolher um produto somente
baseado nas características do ASIC achando que isso é sinônimo de alta
qualidade - não é.


Em ter., 21 de jan. de 2020 às 22:18, Luiz Otavio O Souza <
lists.br at gmail.com> escreveu:

> On Tue, 21 Jan 2020 at 14:50, Willian Pires de Souza wrote:
> >
> > Bem vamos lá.
> >
> > O problema ai não eh o forwarding eh a consulta de rotas, vc precisa de
> uma tcam+asic para conseguir fazer esse forward de forma apropriada,
> > por isso que isso custa uma mini fortuna em fabricantes.
> >
> > Você fazer forward de 3mpps de pacotes com 2 rotas instaladas eh mole,
> fazer esse mesmo forward com 795k rotas instaladas eh outra historia bem
> diferente.
> >
> > O ASIC eh o padrão da industria de roteadores, e se tem outra forma de
> ganhar estabilidade fugindo deles, vou ficar muito feliz em ler.
>
> O VPP é fruto de mais de uma década de experiencia da Cisco na área,
> trata-se de um software (muito bem) testado em campo.
>
> Sim, TCAM são mais rápidas, não há duvida. Mesmo a evolução continuam
> necessárias em equipamentos high end.  A questão é que os soft routers
> também evoluíram e atendem muitos casos que antes só poderiam ser
> feitos com ASICs.
>
> https://www.cse.iitb.ac.in/~arijitp/VPP_report.pdf
>
> Veja que o tamanho da tabela de rotas (nesse paper até 65K) ou número
> de fluxos impactam muito pouco a performance geral.
>
> O VPP vai longe para manter os caches (data and instruction) "quentes"
> o que evita até mesmo acessos desnecessários a RAM (que nesse caso se
> tornaria um gargalo) e escala muito bem com o número de CPUs
> disponíveis.
>
> Att.,
> Luiz
> --
> gter list    https://eng.registro.br/mailman/listinfo/gter
>


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