[GTER] Proibição de franquia
Paulo Henrique
paulo.rddck at bsd.com.br
Wed Jun 28 11:01:19 -03 2017
Vamos deixar de questionar inicialmente os fatores cultura e politica, até
por que essa não é a lista no qual se deve ter esse nivel de discussão,
vamos nos ater ao fator técnico e condições operacionais no qual as
operadoras, independente do porte, tem como desafios aqui no Brasil e o
modelo de concessão aplicados.
Conforme apontado pelo Lucas Willian, a densidade demográfica é gritante,
creio que se comparar com todos os demais paises, o Brasil deve ficar atrás
apenas do Canadá, que me vem em mente, menor densidade demografica é igual
a maior o custo para atingir uma mesma parcela de potenciais clientes,
quanto maior a rede, maior a quantidade de funcionários e custo operacional
com retorno de investimento sobre um prazo muito maior.
Coloque o custo Brasil, como já apontado anteriormente nesta mesma thread,
o objetivo de toda empresa é realmente obter lucro, a prestação do serviço
é o meio para o objetivo não o fim para existência de uma empresa e sim,
uma filial tem que repassar o lucro para a matriz, se isso irá impactar na
contas da filial e na prestação do serviços é um assunto que a matriz tem
que discutir com a filial, eu particularmente não aceitaria o governo ou
mesmo a pressão popular querendo ditar como a minha empresa ( caso eu
tivesse uma ) irá ser gerida e qual o indice de satisfação a mesma tem que
ter, empresa não é democracia, quem descide é o dono ou o conselho gestor
de acionista, se a matriz recebe um relatório onde demonstra que para
atingir a margem de criticidade de operação do serviço levará dois anos é
até obvio que a matriz só descide investir em ampliação de oferta no
segundo ano e utilize o primeiro ano para obter de volta parte do
investimento inicial necessário para iniciar a prestação do serviço.
A concessão publica de exploração de serviços de telecomunicações foi sobre
termos do mercado de 1998, creio que tem que partir do governo determinar
novos termos para se ajustar a realidade, se colocar no ferro e fogo todas
as operadoras estão prestando o serviço de acordo com os termos estipulados
pela livro/lei de 1998 [1].
Olhando para a questão dos desafios que as operadoras encaram, considere o
fato que elas tiveram que investir e muito lá no inicio sem retorno algum
em uma época que lançar uma fibra era ainda mais caro que atualmente e
tinha metas estipuladas pelo governo para manter a capacidade de concessão,
vocês acham mesmo que uma matriz multi-nacional irá investir pesado sem
retorno a longo prazo ( 10 anos ) sem considerar todos os fatores ?
Lembro que a Interlig, que colocou um backone de 160Gb/s abrangendo todo o
território brasileiro, o investimento de 2001 a 2006 que foi quando a rede
ficou pronta teve o custo total de 2.9 Bilhões de dolares isso na época em
que o dolar e real era quase o mesmo valor.
A interlig não ofertava serviço ao consumidor pessoa fisica, era apenas
pessoa juridica, e o valor praticado por eles eram muito bons considerando
toda a qualidade e suporte, lembro que o próprio Rubens chegou a comentar
aqui na lista que com a Interlig ele teve um recorde no tempo para a
ativação de uma sessão BGP, agora considere o custo inicial para começarem
a operação, mas os encargos trabalhista e tributação fiscal que a empresa
teve que manter ao longo de todo o periodo de existência, incluindo aqui o
periodo que não teve retorno algum pois estavam construindo a rede, será
que ficar apenas criticando as teles e a qualidade de serviço ofertado é
justo ? Mesmo que elas hoje tem lucro, elas ainda não devem ter tirado o
retorno de todo o investimento e já se vê diante de uma cobrança por parte
de mercado que no ponto de vista de um analista financeiro a empresa levará
ainda mais tempo para ter o retorno incial.
Link [1]: http://www.anatel.gov.br/legislacao/leis/2-lei-9472
Meus 0,2 cents para a discussão.
Att.
Em 28 de junho de 2017 10:10, Leandro Carlos Rodrigues <
leandro at allchemistry.com.br> escreveu:
> Em 28/06/2017 09:50, Lucas Willian Bocchi escreveu:
>
>> O estado Brasileiro é inepto e corrupto por natureza, pois a grande
>> maioria
>> do povo não acompanha ou não quer mais exercer sua cidadania no estado
>> democrático de direito. Apenas o peso da maioria pode fazer o estado ser
>> eficiente, o que não acontece no Brasil com a nossa cultura. O estado deve
>> ser mínimo e interferir de forma pontual para regular a competição.
>>
>
> Eu particularmente não diria que deve regular a competição propriamente
> dita. Mas diria que deveria ter uma lei, dentro da constituição, que
> proibisse qualquer regulação do Estado exceto se o efeito prático desta
> regulação for maximizar a competição. Deveria ter um gatilho constitucional
> que, passado um certo tempo da sanção da lei, se a quantidade de
> competidores tiver diminuído, a regulação é automaticamente extinta.
> Acredito que esse deveria ser verdadeiro papel do Estado, de promover a
> competição e buscar o modelo legislatório que maximize a competição.
>
> Quanto a questão dos investimentos povo, já postei aqui na lista: até 2015
>> os caras estavam enviando bolas de dinheiro pra suas matrizes fora do
>> país.
>> Se investissem esse dinheiro por aqui com certeza nossa infra ia estar
>> menor. Lembrem que o Brasil é um país continental sim, mas o que a gente
>> tem que analisar é a densidade populacional. O Brasil está em torno de 23
>> pessoas por km², sendo que nos Eua essa densidade é de 33 pessoas por km²,
>> e na Inglaterra, impressionantes 376 pessoas por km². É um oásis para as
>> operadoras (um monte de gente apinhada num espaço pequeno).
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