[GTER] RES: Petição para Internet sem Limite de Trafego.

Tiago SR listas at tiagosr.com
Sun Jan 15 18:55:54 -02 2017


Ah, e esqueci de falar: operadoras só puderam tomar a mais sacana de todas atitudes em relação a franquias no acesso móvel porque elas não possuem concorrência alguma e operam em cartel. No acesso fixo a situação é bem diferente: um deslize delas e podem ter sua dominação ameaçada.

Falando em concorrência, essa questão de ter apenas 1 ou 2 empresas em uma cidade não é um ponto muito forte contra franquias. Esses casos somente devem ocorrer em cidades pequenas no interior, sendo assim:

- Quando as únicas empresas forem operadoras, duvido muito que elas vão ter políticas de limite de tráfego exclusivas para essas cidades. A análise mais sensata da concorrência é, no meu ver, uma generalizada, que considere operadoras vs. todos provedores no país. Então nessas cidades com apenas as operadoras, a política adotada deve ser a mesma das outras, que considera que se o limite de tráfego for muito absurdo, a operadora vai perder clientes pra provedores locais e regionais. Alguém acha que empresas grandes, de nível nacional, fariam decisões tão localizadas assim? (não é pergunta retórica)

- Quando as únicas empresas forem provedores, se forem mais de 1 eu já duvido da formação de um cartel para aplicarem limites combinados, uma vez que para tudo empresários desse setor são desunidos e enxergam no concorrente um inimigo. Para todos demais casos, há sempre a regra de que a demanda gera a oferta, então se uma cidade inteira está descontente, é esperado vir uma nova opção atender melhor as demandas. Isso se aplica até mesmo no outro caso, onde há apenas operadoras, onde provedores podem entrar para aproveitar a falha delas.

 ---- On Sun, 15 Jan 2017 18:37:06 -0200 Tiago SR <listas at tiagosr.com> wrote ---- 
 > Kurt, 
 >  
 > Nunca ouvi falar na Level 3, NTT, GTT, Comcast, Cogent ou qualquer outra vendendo trânsito ou transporte limitado por tráfego nos países onde franquias são adotadas livremente no mercado de acesso à Internet. E não são poucos países... O exemplo estrangeiro mostra que não vai ocorrer essa previsão sua e de outros por aí. 
 >  
 > Engano seu achar que o objetivo das franquias é fazer cada consumidor gastar mais, como operadoras fazem no acesso móvel. Franquia gera uma redução artificial no perfil de consumo dos assinantes, possibilitando um aumento na taxa de compartilhamento. Uma maior taxa de compartilhamento dá várias possibilidades à empresa: atender mais clientes, reduzir o preço dos planos ou ofertar planos com mais banda por preços razoáveis, uma vez que a maior taxa de compartilhamento proporciona menor custo por megabit por segundo na oferta ao consumidor final, aumentar a margem de lucro, etc. 
 >  
 > Duas considerações: 
 > 1) atender mais clientes ou ofertar planos de mais banda através da implantação de franquia, ao invés de investimento em infraestrutura e fornecedores, nem sempre é pura sacanagem das empresas. Há casos e regiões em que esse investimento simplesmente é inviável, como no Norte do país e no interior de vários estados, além de locais com concorrência desleal de operadoras. Note que no meio dessas empresas estão também pequenos e médios provedores, não queria nivelar as coisas pelas grandes. As operadoras são a exceção, não a regra. São mais de 5.000 provedores autorizados contra 4 ou 5 operadoras, sendo que provedores, embora com apenas cerca de 2,8 milhões de assinantes (http://www.telesintese.com.br/banda-larga-2/), cobrem mais de 74% das cidades (esse é um número de 2008, hoje já deve ser mais: http://www.teleco.com.br/blarga_pprov.asp), ao contrário das grandes que focam apenas nos grandes centros. Além disso, não é todo mundo que consegue favorecimento suspeito do Estado para ter dinheiro à vontade, somente as operadoras mesmo. 
 >  
 > 2) aumentar margem de lucro não significa propriamente mais dinheiro no bolso dos empresários. Mais lucro é também ter mais recursos para investimentos. Investimentos esses que podem futuramente até dispensar o uso de franquias para manter os patamares de preço, quantidade de assinantes e bandas ofertadas. Por isso vejo limitar o tráfego como uma medida temporária, como uma ponte para que empresas em situações pouco favoráveis consigam se adaptar para as demandas emergentes do mercado. 
 >  
 > Note que para tudo isso que eu falei, não é preciso adotar limites absurdos como os das operadoras (que acredito que aumentariam com a demanda do mercado, assim como é nos outros países), até porque isso seria prejudicial. E não duvido que empresas com experiência nesse modelo em outros países já tenham encontrado alguma solução para gerar confiança nessas medições de consumo. 
 >  
 >  ---- On Sun, 15 Jan 2017 13:43:02 -0200 Kurt Kraut <listas at kurtkraut.net> wrote ----  
 >  > Aos senhores que trabalham e/ou possuem ISPs e estão defendendo o limite 
 >  > por franquia, 
 >  >  
 >  >  
 >  > Vocês acham que seus fornecedores ficarão de braços cruzados vendo vocês 
 >  > artificialmente elevarem o custo do que vocês compram deles e revendem ao 
 >  > cliente final? Eles vão querer fazer parte da dança também. Pense com 
 >  > carinho como seria se seu fornecedor de trânsito, seu fornecedor de 
 >  > transporte até o IX.br de São Paulo e seu fornecedor de cross connect 
 >  > passasse a cobrar por **além da velocidade** do circuito como hoje já 
 >  > cobram, um custo pelo GB trafegado, exatamente assim como você deseja fazer 
 >  > com seus clientes. 
 >  >  
 >  > Acha mesmo que há espaço para os dois modelos coexistirem? Você tem mais de 
 >  > 2 opções de trânsito IP na sua cidade? Mais de 2 opções de transporte até o 
 >  > IX.br? E se os 2 fornecedores da sua cidade resolverem cobrar por franquia 
 >  > trânsito/transporte? 
 >  >  
 >  > Não tenham a ilusão que seu cliente que paga hoje R$80, por conta da 
 >  > franquia passará a pagar R$120. Quando acabar os R$80, ele vai ficar sem 
 >  > internet mesmo. Visitei em 2016 um desses ISPs que pegou frequência 
 >  > licenciada para vender acesso LTE fixo. Era final do mês e o uso do 
 >  > trânsito deles não passava de 30% da capacidade instalada. Quando perguntei 
 >  > o porquê recebi a seguinte resposta: 
 >  >  
 >  > - "Está em final de mês, pessoal está sem grana para comprar tráfego e 
 >  > voltar a navegar." 
 >  >  
 >  > As famílias e empresas não pagarão mais pelo serviço, vão fazer é 
 >  > racionamento do uso do serviço. E vão aprender conviver mais sem utilizar a 
 >  > internet. Vão voltar a usar televendas (telefone) em detrimento do 
 >  > e-commerce, para dar somente um exemplo. 
 >  >  
 >  > Você já não tem enorme desgaste com seus clientes dizendo que a velocidade 
 >  > do SpeedTest não bate, que você não está entregando a velocidade 
 >  > contratada? Está pronto com um batalhão de atendentes para além de 
 >  > responder questionamentos de velocidade, passar a ter contestação de fatura 
 >  > de cliente que diz ter trafegou 48GB enquanto sua fatura veio 50GB? Estão 
 >  > prontos para esse caos? 
 >  >  
 >  >  
 >  > Tem certeza que isso seria bom para o nosso mercado? Tomem cuidado, pois ao 
 >  > cobrar seus clientes por tráfego, vocês estão furando o casco do navio em 
 >  > que todos nós estamos. 
 >  >  
 >  >  
 >  > Abraços, 
 >  >  
 >  >  
 >  > Kurt Kraut 
 >  >  
 >  > Em 14 de janeiro de 2017 23:09, Andrio Prestes Jasper <mascaraapj at gmail.com> 
 >  > escreveu: 
 >  >  
 >  > > O mal do Brasil são os próprios Brasileiros. 
 >  > > Acostumados a pão e circo, exigem internet de graça, fazem grandes 
 >  > > mobilizações, mas viram a cara para os Serviços realmente Básicos, viram a 
 >  > > cara para o que realmente importa. 
 >  > > Vocês ja viram qto vcs pagam de imposto na energia? nos remédios? nos 
 >  > > alimentos? 
 >  > > 
 >  > > Em 14 de janeiro de 2017 20:04, Fernando Frediani <fhfrediani at gmail.com> 
 >  > > escreveu: 
 >  > > 
 >  > > > Certamente, vamos deixar o consumidor escolher entre os vários 2 
 >  > > provedores 
 >  > > > disponíveis em muitas regiões inclusive de cidades grandes. Certamente as 
 >  > > > franquias vão "aquecer"  e dar uma "alavancada" no mercado. 
 >  > > > 
 >  > > > Dollynho me falou e eu acreditei. 
 >  > > > 
 >  > > > Fernando 
 >  > > > 
 >  > > > On 14 Jan 2017 12:03, "Raul Olive" <raul at novonet.com.br> wrote: 
 >  > > > 
 >  > > > > Tambem concordo com o amigo que disse para escolher a internet que 
 >  > > > quiser. 
 >  > > > > 
 >  > > > > Um ponto muito bom nisso vai ser a extinção do gatonet, esse sim 
 >  > > deturpa 
 >  > > > > muito o mercado dos provedores sérios. 
 >  > > > > 
 >  > > > > -- 
 >  > > > > 
 >  > > > > Atenciosamente, 
 >  > > > > Raul Olive Eler 
 >  > > > > raul at novonet.com.br 
 >  > > > > CEO Novonet 
 >  > > > > 
 >  > > > > 
 >  > > > > “AVISO DE CONDIFENCIALIDADE: A presente mensagem, suas continuações, 
 >  > > > > antecedentes e seus eventuais anexos são de uso privativo e exclusivo 
 >  > > de 
 >  > > > > pessoas físicas e/ou jurídicas, entidades e órgãos autorizados por 
 >  > > Acesse 
 >  > > > > Fácil Telecomunicações LTDA e podem conter informações confidenciais 
 >  > > e/ou 
 >  > > > > privilegiadas. Fica terminantemente vedado copiar, mostrar, modificar, 
 >  > > > > divulgar ou se beneficiar, mediata ou imediatamente, direta ou 
 >  > > > > indiretamente, destas informações sem a autorização de seus criadores e 
 >  > > > > autores. Caso este e-mail tenha sido recebido por engano, por obséquio, 
 >  > > > > informe o remetente e apague/delete a mensagem imediatamente. Acesse 
 >  > > > Fácil 
 >  > > > > Telecomunicações LTDA terá e se valerá do direito de pleitear reparação 
 >  > > > > material, moral e de todas as ordens e níveis pelos danos causados pela 
 >  > > > > utilização indevida das informações e de requisitar a aplicação das 
 >  > > > > penalidades cabíveis e previstas na legislação brasileira vigente.” 
 >  > > > > 
 >  > > > > 
 >  > > > > -----Mensagem original----- 
 >  > > > > De: gter [mailto:gter-bounces at eng.registro.br] Em nome de Israel Ramos 
 >  > > > > Enviada em: sexta-feira, 13 de janeiro de 2017 12:05 
 >  > > > > Para: Grupo de Trabalho de Engenharia e Operacao de Redes 
 >  > > > > Assunto: Re: [GTER] Petição para Internet sem Limite de Trafego. 
 >  > > > > 
 >  > > > > Leandro, 
 >  > > > > 
 >  > > > > Entre Brasil e Irlanda, eu prefiro o Brasil. Tanto é que voltei pra cá. 
 >  > > > > O que relatei são fatos reais e não estou querendo comparar países. 
 >  > > Seria 
 >  > > > > muita ingenuidade querer fazer comparações desta maneira. 
 >  > > > > Os fatos que relatei foram para mostrar que é tecnicamente possível 
 >  > > > > atender em escala clientes sem impor limites de trafego e ainda lucrar. 
 >  > > > > 
 >  > > > > A questão que gostaria de trazer pra mesa é a de que não se resolve 
 >  > > > > problemas técnicos na base da "canetada". Isso é ilusão! 
 >  > > > > Se a qualidade de serviços estivesse proporcionalmente ligada a 
 >  > > > quantidade 
 >  > > > > de leis/regras impostas nós teríamos aqui no Brasil a melhor rede de 
 >  > > > > telecomunicações do mundo. 
 >  > > > > 
 >  > > > > Acredito que devemos olhar para o problema por uma outra perspectiva. 
 >  > > > > Nivelar por baixo ou criar limitações ridículas só estimula a 
 >  > > degradação 
 >  > > > > dos mercados. 
 >  > > > > 
 >  > > > > Se as operadoras estão com dificuldades de entregar serviços com 
 >  > > > > qualidade, então que invistam mais em infraestrutura ou limitem as 
 >  > > > vendas. 
 >  > > > > É simplesmente business e não política! Quem investe mais lucra mais. 
 >  > > > > 
 >  > > > > Criar regras para legalizar a venda de "gato por lebre" não vai ser 
 >  > > > > benéfico pra nenhum mercado. 
 >  > > > > 
 >  > > > > As agências reguladoras deveriam estar focadas em outros aspectos de 
 >  > > > > regulação, como por exemplo esse lance do aluguel de postes que virou 
 >  > > > > piada. Deveriam estar focadas em questões de concessão para estimular o 
 >  > > > > concorrência e diminuir o oligopólio. Na minha opinião essas são 
 >  > > questões 
 >  > > > > muito mais sérias e impactantes. 
 >  > > > > 
 >  > > > > 
 >  > > > > 
 >  > > > > 
 >  > > > > On Fri, 13 Jan 2017 at 11:26 Leandro Carlos Rodrigues < 
 >  > > > > leandro at allchemistry.com.br> wrote: 
 >  > > > > 
 >  > > > > > Em 13/01/2017 10:48, Israel Ramos escreveu: 
 >  > > > > > > Gostaria de deixar aqui um relato pessoal, 
 >  > > > > > > 
 >  > > > > > > Morei da Irlanda durante o ano de 2015. Lá eu contratei um plano de 
 >  > > > > > > banda larga fixa residencial de 100Mb/s sem limite algum de 
 >  > > > > > > franquia. Pagava 50 euros mensais. 
 >  > > > > > > No Smartphone eu utilizava um plano 4G pré pago SEM LIMITE de 
 >  > > > > > > tráfego ou banda. Cada recarga custava 20 euros e me dava direito 
 >  > > de 
 >  > > > > > > utilizar o serviços sem qualquer limite durante 30 dias em qualquer 
 >  > > > > lugar do país. 
 >  > > > > > > Minutos de ligações só eram cobrados caso fossem para outras 
 >  > > > > > > operadoras 
 >  > > > > > ou 
 >  > > > > > > para fora do país, custando poucos centavos por minuto e que eram 
 >  > > > > > > descontados do valor da recarga. Caso os 20 euros acabasse antes 
 >  > > dos 
 >  > > > > > > 30 dias (coisa que nunca aconteceu comigo), eu ficava somente 
 >  > > > > > > impedido de realizar ligações para outras operadoras. O trafego de 
 >  > > > > > > dados e ligações dentro da operadora eram livres e válidos até o 
 >  > > > > termino dos 30 dias. 
 >  > > > > > > Os serviços eram cobrados por período. Ou seja, pague X e utilize 
 >  > > de 
 >  > > > > > forma 
 >  > > > > > > ilimitada durante X dias. 
 >  > > > > > > A qualidade era excepcional, muito estável, velocidade 
 >  > > indiscutível, 
 >  > > > > > > a cobertura era de se espantar. Era 4G 100% do tempo em qualquer 
 >  > > > lugar. 
 >  > > > > > Usava 
 >  > > > > > > Netflix, Youtube, Spotfy sem qualquer problema pelo 4G sem 
 >  > > > > > > interrupção durante a ida e volta trabalho. 
 >  > > > > > > A briga entre as operadoras era baseada em quem conseguia entregar 
 >  > > o 
 >  > > > > > melhor 
 >  > > > > > > preço e em alguns casos alguns serviços especiais como por exemplo, 
 >  > > > > > > uma 
 >  > > > > > das 
 >  > > > > > > operadoras oferecia ligações internacionais a 1 centavo/minuto, 
 >  > > > > > > outra operadora oferecia descontos no cinema, outra oferecia 
 >  > > > > > > desconto na compra de aparelho e etc. Entregar qualidade de rede e 
 >  > > > > > > cobertura era obrigação minima da operadora. 
 >  > > > > > > 
 >  > > > > > > Voltando ao caso "BRASIL", será mesmo que limitar o consumo dos 
 >  > > > > > > usuários iria aumentar a qualidade dos serviços? 1 minuto de 
 >  > > > > > > silêncio para refletirmos sobre a resposta... 
 >  > > > > > 
 >  > > > > > Nossa, chega de Brasil gente. Esse país aqui não tem mais jeito não. 
 >  > > > > > 
 >  > > > > > 
 >  > > > > > https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_Liberdade_Econ% 
 >  > > C3%B4mica 
 >  > > > > > 
 >  > > > > > 
 >  > > > > > Bora lá morar na Irlanda galera. Já estou arrumando as malas aqui. 
 >  > > > > > rsss 
 >  > > > > > 
 >  > > > > > -- 
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 >  > > Andrio Prestes Jasper 
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