[GTER] EUA irão votar se mantém ou não neutralidade da Rede

Leandro leandro at allchemistry.com.br
Fri Dec 22 07:54:07 -02 2017


Em 21/12/2017 09:17, Bruno Cabral escreveu:
> Nao é proibido competir no mercado de celular nem em bancos (em cartorios, é). Basta ter capital e vontade. Mas em 20 anos da privatizacao da telefonia é de se estranhar que o seu "mercado" nao tenha florescido, e que os novos entrantes se comportem exatamente como os antigos. O problema ao meu ver nao é excesso de regulacao, mas que o modelo foi mal desenhado e é muitissimo mal fiscalizado. Se tivessem aberto o mercado para novos entrantes SEM privatizar a estrutura existente, se cada entrante pudesse alugar a estrutura existente e novos investimentos fossem integrados a estrutura existente na forma de descontos no uso da infra-estrutura instalada, teria se evitado a duplicação de redes e fomentado uma concorrência real.
>
>
> Voltando ao caso da neutralidade, a internet foi desenhada com isso em mente, todo mundo que entrou sabia que era assim e querer mudar as regras do jogo com o jogo andando parece uma repetição da estória de cobrar tráfego da banda larga fixa - jeitinho para ganhar mais sem prestar melhor serviço.

Você tem razão! Qualquer um que tentar entrar nesse mercado de Internet, 
vai ser super bem recebido pelo Estado:

    http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/07/venda-ilegal-de-internet-e-alvo-de-operacao-na-grande-vitoria.html

    https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/policia-prende-dois-homens-e-desmonta-rede-clandestina-de-internet-no-maranhao.ghtml

    https://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/noticia/operacao-da-pf-e-da-anatel-fecha-central-de-transmissao-ilegal-de-tv-e-internet-em-casimiro-de-abreu-rj.ghtml

Esses empreendedores tinham capital, vontade e, como bônus, a coragem, 
em contraponto ao seu argumento. Se fosse tão fácil entrar, porque esses 
empreendedores arriscariam a própria liberdade invés de seguir a 
"cartilha" estatal? Demanda existe, e tem gente querendo atender.

Quando a gente diz proibido, não quer dizer formalmente proibido mais 
sim virtualmente proibido. Isso só um jogo de palavras. Quem cai nessa 
conversa que o mercado é aberto para quem quiser é só a galera que não 
lê jornal. Eu poderia ter passando centenas de notícias semelhantes que 
ocorreram em outras cidades, mas a ideia aqui não é cansar os colegas.

O mercado está tentando resolver o problema, pipocando desta forma 
pequenos empreendimentos em todo país. Quem não deixa estes pequenos 
serem grandes, para competir com as grandes de hoje, é o Estado. Não 
culpe o mercado pelos erros do Estado.

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> !3runo
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> ________________________________
> De: gter <gter-bounces at eng.registro.br> em nome de Leandro <leandro at allchemistry.com.br>
> Enviado: quinta-feira, 21 de dezembro de 2017 09:04:00
> Para: gter at eng.registro.br
> Assunto: Re: [GTER] EUA irão votar se mantém ou não neutralidade da Rede
>
> Em 21/12/2017 08:50, Bruno Cabral escreveu:
>> Ainda nao justificou como QUATRO empresas de celular tem o mesmo comportamento... nem todos os bancos e cartorios tambem.
> A justificativa é simples: é proibido competir nestes setores aqui no
> Brasil. Você citou exatamente os setores onde o Estado coíbe a
> competição. Não é como se você tivesse citado por exemplo o mercado de
> aplicativos de celular.
>
> Remova todas as autorizações estatais para uma empresa funcionar e
> assista tal mercado florescer. Essa é a regra de ouro.
>
>>
>> !3runo
>>
>> ________________________________
>> De: gter <gter-bounces at eng.registro.br> em nome de Leandro <leandro at allchemistry.com.br>
>> Enviado: quinta-feira, 21 de dezembro de 2017 07:46:46
>> Para: gter at eng.registro.br
>> Assunto: Re: [GTER] EUA irão votar se mantém ou não neutralidade da Rede
>>
>> Em 20/12/2017 11:42, Bruno Cabral escreveu:
>>> Ou o novo competidor assume o mesmo comportamento do existente e os dois vivem do oligopolio e sem se preocupar com o churn de carteiras
>> Desde que o mercado permaneça aberto para novos entrantes, vejo problema
>> algum nisso. Mais uma vez, reforço que pensemos o processo sempre
>> dinamicamente e nunca estático. Mercado estático é uma mentalidade
>> centralizadora, sendo que não é essa a proposta.
>>
>> Quem sabe até mesmo o próprio provedor de conteúdo poderia entrar nesse
>> mercado de acesso, então faria sentido algum ele barrar o próprio
>> conteúdo. Eventualmente alguém vai se propor a fazer o serviço que os
>> demais se recusam, caso haja demanda para tal.
>>
>> Se o Estado quisesse facilitar o processo, bastaria zerar impostos,
>> regulação e burocracia do setor, pois assim sempre haveria alguém
>> disposto a entrar no mercado. Mas nós sabemos bem que isso seria o fim
>> da teta dos políticos, então não devemos perder nosso precioso tempo
>> sonhando com isso.
>>
>>> Como acontece nas 4 empresas de celular, por exemplo, e nos bancos e cartorios de registro de imoveis também
>>>
>>>
>>> Bruno Cabral
>>>
>>> ________________________________
>>> De: gter <gter-bounces at eng.registro.br> em nome de Leandro <leandro at allchemistry.com.br>
>>> Enviado: segunda-feira, 18 de dezembro de 2017 08:09:24
>>> Para: gter at eng.registro.br
>>> Assunto: Re: [GTER] EUA irão votar se mantém ou não neutralidade da Rede
>>>
>>> Em 15/12/2017 11:41, Leonardo Rodrigues escreveu:
>>>>        Vi e li muita coisa sobre neutralidade nos EUA nos últimos dias, e
>>>> muitos dados indicam que 2/3 dos americanos vivem em áreas que possui
>>>> apenas 1 ISP atendendo ... ou seja, não é tão assim bem verdade que
>>>> 'nos EUA tem competição'. Talvez nos grandes centros sim, tem
>>>> competição maior que no Brasil, mas não dá pra generalizar isso pros
>>>> EUA inteiro não, por tudo que vi e li.
>>> Leonardo. Quando o assunto for capitalismo, a gente tem sempre que
>>> raciocinar que o mercado sempre em constante mutação e nunca como algo
>>> estático. Não existe mercado estático no capitalismo. Mercado estático é
>>> assunto mais para comunismo.
>>>
>>> Esse exemplo que você citou é muito bom, mas faltou explicar que esse
>>> efeito ruim é temporário e que existe apenas um provedor nessas regiões
>>> hoje porque o mercado assim deseja, e que o mercado assim ordenou.
>>> Significa que esse único provedor é capaz de atender às necessidades de
>>> todos os clientes daquela região e que uma concorrência seria
>>> desperdício de recursos e maior ineficiência.
>>>
>>> Porém, se este provedor único começar a barrar serviços, certamente esse
>>> mercado entrará em desequilíbrio e a demanda por entrantes surgirá do
>>> nada. Seria um grande tiro no pé pois outras não entram no mesmo local
>>> hoje por não haver essa demanda por algo diferente. Mas se insistirem em
>>> dar esse tiro no pé, em pouco tempo surgirá um concorrente querendo
>>> oferecer aquilo que o outro se recusou, talvez em poucos anos. Pode até
>>> mesmo ocorrer do mercado expulsar o primeiro e dar o lugar dele ao
>>> segundo, fazendo que o equilíbrio se restabeleça exatamente da forma
>>> anterior, só que com uma empresa diferente.
>>>
>>> Quando a gente fala de concorrência, não estamos necessariamente
>>> querendo dizer quantos concorrentes existem nesse exato momento, mas sim
>>> se essa existe oportunidade de novos entrarem a qualquer momento, sem
>>> uma barreira regulatória que o impeça por exemplo. Essa barreira é muito
>>> menor nos EUA do que no Brasil, por isso que a gente tem que se
>>> preocupar muito mais com isso do que eles deveriam.
>>>
>>> Resumindo, o comportamento bom expulsa o comportamento ruim no mercado
>>> livre e o comportamento ruim expulsa o comportamento bom num mercado
>>> altamente regulado.
>>>
>>>> Em 15/12/17 06:15, Bruno Cabral escreveu:
>>>>> O cliente vai cobrar da operadora sim se começar a perder pacotes
>>>>> para sites que ele usa. E pode cancelar o serviço. Alias, num
>>>>> ambiente como o dos EUA que tem competição, isso fatalmente irá
>>>>> ocorrer. Já no Brasil, onde só há monopólios regionais, o cliente
>>>>> será o único prejudicado
>>>>>
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