[GTER] OI - Recuperação Judicial (???)

Leandro Carlos Rodrigues leandro at allchemistry.com.br
Mon Nov 21 11:16:45 -02 2016


Em 21/11/2016 10:12, Bruno Cabral escreveu:
> Ola
>
>
> Desculpe mas discordo que a simples redução de impostos faria todos pagarem satisfeitos. Ninguém nunca vai pagar imposto satisfeito, a Argentina tentou imposto único nas transações bancárias (ao meu ver, a forma mais honesta de cobrar), e as pessoas andavam com dinheiro em espécie para não ter que passar pelo banco (apesar do que andar com dinheiro em espécie tem sido sistematicamente criminalizado por aqui, inclusive invertendo os princípios constitucionais de presunção de inocência e de direito a propriedade)

Exatamente. Por isso o imposto deveria ser zero, ou algo mais próximo 
disso. Não tem como lutar contra a imaginação das pessoas. Seria como 
lutar contra a onda que bate no seu peito com toda força. Você gasta 
energia para contê-la e ainda sim é arrastado por ela. Invés de gastar 
grande parte nosso dinheiro combatendo sonegação, em vão, que tal zerar 
os impostos? Esse problema se chama custo da burocracia, que gera 
necessidade de mais aumento de impostos para combater mais sonegação, 
num circulo vicioso sem fim. Até que todo PIB é destinado para combater 
sonegação, supondo obviamente que a curva de Laffer não existisse.

>
>
> O imposto indireto, base da arrecadação no Brasil, penaliza bem mais os assalariados[1]. Para os ricos basta abrir empresa e deduz tudo que se gasta. Pobre não tem a mesma condição

Todos os impostos penalizam assalariados pois são a base da pirâmide. 
Toda tributação que incide no topo vai sendo transferida para baixo até 
que por fim a base não tem mais como repassar para baixo e acaba 
absorvendo toda carga. É o caso, por exemplo, do grande fabricante de 
sapato, que ao receber mais imposto, repassa para seu produto e o cara 
da base que compra o sapato absorve tal imposto, mesmo sendo imposto que 
incide na renda do rico. Não importa que tipo de imposto inventem, o 
topo sempre vai repassar para baixo.

>
>
> China como exemplo? Meio contraditório mas tudo bem. Diminuir a administração pública? Que tal torná-la mais eficiente com salários fixos bem menores e adicional apenas por produtividade? Quem sabe o judiciário esvaziava a fila de processos se fosse assim.
>
>
> Interessante que todo mundo que defende a meritocracia vem das classes privilegiadas. Esse professor aqui demonstrou de forma simples o que é privilégio (não deixe de visitar só por causa da fonte)
>
>
> https://www.buzzfeed.com/nathanwpyle/este-professor-ensinou-aos-seus-alunos-uma-lieao-i
>
> [https://img.buzzfeed.com/buzzfeed-static/static/2016-11/18/12/campaign_images/buzzfeed-prod-web09/este-professor-explicou-perfeitamente-como-funcio-2-23488-1479490923-0_dblbig.jpg]<https://www.buzzfeed.com/nathanwpyle/este-professor-ensinou-aos-seus-alunos-uma-lieao-i>
>
> Este professor explicou perfeitamente como funciona o privilégio<https://www.buzzfeed.com/nathanwpyle/este-professor-ensinou-aos-seus-alunos-uma-lieao-i>
> www.buzzfeed.com
> O material usado? Uma lixeira e algumas folhas de rascunho.

Não estamos defendendo necessariamente a meritocracia mas sim que o azar 
ou má decisão de um não deveria afetar terceiros. O terceiro nada tem a 
ver com o azar o colega, apesar dele poder se solidarizar 
voluntariamente por ele. Esquece essa ideia que o mundo deveria ser 
perfeitamente justo e igual para todos. Aceitar que o mundo é 
imperfeito, que existe caos e que jamais teremos uma situação idêntica 
para todos é fazer as pazes com a realidade.

Querer fazer da vida das pessoas um modelo matemático, onde a pessoa 
nasce, cresce e morre, ditado por regras sociais pré estabelecidas é a 
pior forma de autoritarismo que existe. O ser humano é muito mais 
complexo que uma tabela de Excel. Cada um tem seus próprios desejos e 
valores, e estes mudam o tempo todo com a experiência de vida da pessoa.

Se não podemos dar condições de igualdade, devido à natureza caótica do 
universo, que pelo menos façamos aquilo que é ético: respeitar a decisão 
de cada um e deixar cada um ser livre para buscar uma situação melhor de 
vida, que seria a busca pela felicidade, sem agredir terceiros para 
garantir essa transição dele.

>
>
> Ao contrário do que se prega, as bolsas não são esmolas. São a simples admissão de perda de uma geração, que não vai ser educada, em favor da seguinte. Espera-se que os filhos das bolsas estudem e tenham uma vida melhor do que a dos seus pais. Entendo que muita gente (normalmente privilegiada) não concorda, mas eu andei pelo interior do nordeste de 2002 pra cá e posso atestar que a situação melhorou[2]
>
>
> Concordo que gerar riqueza é uma solução, mas entenda que o capitalismo promove a *concentração da riqueza*. Não adianta ter um bolo grande nas mãos de poucos que preferem estocar lá fora do que investir no nosso país. O prêmio pelo sucesso, que você defende, tem que vir acompanhado da responsabilidade de devolver a comunidade parte desse sucesso. Não é o que ocorre, até pela natureza humana (como o médico que já citei no thread, que não quer pagar imposto e ao mesmo tempo não quer o aumento da concorrência mesmo que seja em locais onde ele não quer trabalhar, como nos interiores atendidos pelos cubanos do Mais Médicos). Por isso o Estado, administrado pela esquerda, é necessário.

Concordo contigo. Mas essa atitude altruísta que você defende não pode 
ser imposta por força e ao mesmo tento estar dentro do campo ético. Se o 
sujeito não quer dividir o fruto do seu trabalho, o problema é somente 
dele. Se você estabelecer que todo ser humano deve, por força, ser 
altruísta, invés de magicamente todos se tornarem altruístas eles 
simplesmente pararão de produzir. Ai esse bolo grande que você mencionou 
não vai existir de qualquer forma. As vezes é melhor ter um bolo grande 
na mesa, onde caem algumas migalhas, que ter nada.

Além disso, o mercado é capaz de punir atitudes empresariais muito 
melhor que o próprio Estado:

    http://veja.abril.com.br/economia/movimento-antitrump-agora-sugere-boicote-a-32-varejistas/

Se você deixar o mercado agir sozinho por vários anos, é possível que 
esse tipo de gente que você mencionou desapareça. Perceba que boicote é 
totalmente diferente que coerção. Ninguém é agredido no processo de 
boicote mas esta ação força as empresas a seguirem certos valores que a 
sociedade preza, sob pena perderem mercado.

>
>
> Gostaria muito de que empresas com mais liberdade (leia-se "sem fiscalização ou regulação") não criassem oligopólios, mas isso sim é um divórcio litigioso com a realidade. Ou a antiga Ambev diminuiu o preço da cerveja com a redução de custos da fusão da Brahma, Antarctica e Skol? Ou a Microsoft, em sua posição dominante de mercado, diminuiu seus preços de SO e Office com o passar dos anos? Os computadores, por outro lado, tem evoluído tecnologicamente enquanto mantém o patamar de preço referencial de U$1000...

Todo cartel e monopólio morre em algum momento. Você só precisa ser 
paciente para ver acontecer:

    https://www.novacana.com/n/industria/proxima-crise-petroleo-carros-eletricos-070416-temp/

Se um competidor insiste em aplicar preços abusivos por muito tempo, a 
tendencia é perder mercado com novos entrantes e isso força eles a 
reduzirem novamente:

    http://exame.abril.com.br/revista-exame/a-guerra-das-periguetes/

Não dá para tudo acontecer magicamente da noite para o dia. Mas se você 
esperar por alguns anos, certamente a situação para o consumidor sempre 
vai melhor num mercado totalmente aberto e desregulamentado. A transição 
nem sempre é razoável mas o resultado final sim.

>
>
> []s, !3runo
>
>
> [1] Gráfico 2 na página 6 http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/comunicado/110519_comunicadoipea92.pdf
>
> Comunicado do Ipea n 92<http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/comunicado/110519_comunicadoipea92.pdf>
> www.ipea.gov.br
> 2 Comunicados do Ipea Os Comunicados do Ipea têm por objetivo antecipar estudos e pesquisas mais amplas conduzidas pelo Instituto de Pesquisa Econômica ...
>
>
>
> [2] http://www.caetano.eng.br/pecado/showpost.php?post=984
> PECADO - Pensamentos Calculados e Divagações de um Observador<http://www.caetano.eng.br/pecado/showpost.php?post=984>
> www.caetano.eng.br
> Warning: mysql_select_db(): No such file or directory in /home/djcaetano/caetano.eng.br/pecado/buttons.php on line 3 Warning: mysql_select_db(): A link to the server ...
>
>
>
> ________________________________
>
> Em 18/11/2016 17:13, Bruno Cabral escreveu:
>> Todo mundo que fala de estado minimo acha que dá para importar a experiência de países diferentes, com culturas diferentes (sem contar tamanhos diferentes) para o Brasil
> Exatamente Bruno. Concordo.
>
>> Aqui além do "jeitinho brasileiro" e das distancias continentais ainda temos uma disparidade sem tamanho entre as regiões. Se alguém acha que dá para comparar o interior de São Paulo com o interior do nordeste, ou o Paraná com Amazonas ou Mato Grosso, está muito muito iludido
> Por este motivo que a descentralização de poder é necessária, sem dizer
> que é urgente. Veja o exemplo da Califórnia:
>
>      https://br.sputniknews.com/americas/201609266411289-California-referendo-independencia-eua/
>
> A maior parte do sul da Califórnia tem orientação um pouco mais à
> esquerda que o resto do país. Por esse motivo, é obrigada a engolir
> políticas mais orientadas à direita do resto do país. Gastos com guerras
> por exemplo.
>
> Não estou defendendo o socialismo, muito pelo contrário. Mas o fato dos
> outros estados não permitirem que eles sejam socialistas por conta e
> risco é algo, no mínimo, sem sentido. Se o custo do fracasso do
> socialismo estiver apenas com eles, e os outros estados não tiverem que
> pagar a conta, porque não?
>
> O mesmo ocorre no Brasil. Se houvesse descentralização de poder,
> poderíamos ter vários regimes políticos em regiões diferentes (e
> menores) e cada cidadão escolhe o melhor para poder viver, sem obrigar
> os demais a viver sob o mesmo regime.
>
> No caso da China, o sistema de vários regimes políticos e econômicos
> funciona muito bem e não vejo porque não podemos fazer o mesmo aqui. Lá
> está muito longe do ideal, mas já é algo da direção certa.
>
>> Para conseguir esse equilibrio seria necessário que todos tivessem as mesmas condições de partida, e isso definitivamente não ocorre.
> Esquece isso. Acreditar que é possível estabelecer um sistema onde todos
> partem das mesmas condições é um divórcio litigioso com a realidade.
> Igualdade de oportunidade é uma bandeira levantada pelos políticos para
> ganhar capital político enganando as pessoas de que é possível
> implementar isso. Todo resultado que obter igualdade a todo custo é uma
> sociedade separada e em guerra constante. No final, você tem mais
> desigualdade que antes.
>
> A chave para resolvermos esse problema é não considerarmos a
> desigualdade realmente um problema. Então o maior problema da humanidade
> não é a desigualdade mas sim somente a pobreza. Não há nada de errado em
> ser rico, desde que toda riqueza for obtida sem coerção. O problema é
> somente existir pessoas pobres e não que exitem pessoas ricas.
>
> E não adianta tentar resolver a pobreza com distribuição de riqueza pois
> todos ficariam igualmente pobres. A única solução possível para
> extermínio da pobreza é geração constante de riqueza. Como ninguém gera
> riqueza por altruísmo (nunca vai acontecer), é necessário pagar o prêmio
> por ela. Por isso alguns são mais ricos, pois são pagos pelo prêmio do
> risco de gerar riqueza, que no Brasil o risco é alto justamente por
> conta de burocracia e alta carga tributária. Quem enriquece muito no
> Brasil é só paga pau de político pois não sofrem tanto com estes dois
> fatores. Os demais ficam somente com as migalhas. Se você tira o
> político da jogada, reduz burocracia e carga tributária, todos ficam nas
> mesmas condições e ai sim você tem uma situação menos distante da igualdade.
>
> E outra, pipoqueio e camelô são empresários também! Não estou falando
> somente dos grandes.
>
>> Não é só o filho do rico ter comida na mesa, babá, acesso a informação, contatos da família para arrumar emprego, "facilidades", enquanto o filho do pobre muitas vezes passa fome e ainda tem que trabalhar para ajudar em casa, mas também pelo fato de que os ricos são maiores sonegadores que os pobres (até porque pobre só paga imposto indireto, muito ricos escapam de imposto ao custo de consultorias milionárias de isenção tributária, quando não recebe no exterior mesmo). Quem nunca foi numa consulta médica que o "doutor" recusou-se a entregar recibo pro imposto de renda que atire o primeiro teclado.
> Pode ter certeza disso. Por isso que a única forma de reduzir a podreza
> é reduzir os impostos. Se o imposto for pequeno para todos, o pobre vai
> pagar menos mas o rico não vai pagar menos, se for sonegador. O pobre
> ficaria menos distante do rico, em condições de menor desigualdade
> econômica.
>
>> Enfim, as coisas só se resolverão com desenvolvimento, não com a destruição do país como está ocorrendo agora.
> Destruir grandes monopólios estatais (ou por concessão estatal)
> retrógrados faz parte da grande força de destruição criadora:
>
>      https://pt.wikipedia.org/wiki/Destrui%C3%A7%C3%A3o_criadora
> Destruição criadora - Wikipédia, a enciclopédia livre<https://pt.wikipedia.org/wiki/Destrui%C3%A7%C3%A3o_criadora>
> pt.wikipedia.org
> A destruição criativa ou destruição criadora em economia é um conceito popularizado pelo economista austríaco Joseph Schumpeter em seu livro Capitalismo ...
>
>
>
> --
> gter list    https://eng.registro.br/mailman/listinfo/gter




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