[GTER] Limitação de macs - FreeBSD / PTT
Antonio M. Moreiras
moreiras at nic.br
Sun Feb 21 21:11:35 -03 2016
Vou começar aqui com um disclaimer, dizendo que boa parte do que vem a
seguir são opiniões pessoais, e não uma posição oficial do NIC.br...
Suponho que haja alguma coincidência, contudo...
Penso que um modelo melhor do que temos hoje seria termos IX
locais/regionais mais fortes. Concordo que a situação atual não é a
melhor, tanto do ponto de vista do funcionamento da Internet no Brasil,
como também do ponto de vista da complexidade técnica do próprio IX.br.
O IX.br de São Paulo hoje gera interesse nacional. Acredito que isso
acontece porque o potencial de troca de tráfego hoje já é muito grande,
o que gera um efeito bola de neve, um ciclo de realimentação positiva...
Há muito conteúdo, CDNs, etc. E há uma certa 'distorção' nos preços dos
trânsitos em regiões mais afastadas, que são muito altos...
Um modelo que o NIC.br tem defendido em apresentações sobre o IX.br é
que os ASs poderiam, ou deveriam, talvez, se conectar a mais de um IX.
Poderiam conectar-se ao IX mais próximo, para favorecer a troca de
tráfego local. Isso de fato é muito importante e é o conceito básico dos
IX, como bem lembrado pelo Douglas. Mas os ASs poderiam também
conectar-se a outros IX maiores, de interesse regional ou nacional, como
o de SP, para complementar sua matriz de troca de tráfego.
Um dos problemas é que muitas vezes o IX mais próximo não é nada
interessante. O potencial de troca de tráfego algumas vezes é quase
nulo. E o custo de chegar a ele ou a SP as vezes nem é tão diferente.
O que talvez possamos nos perguntar é: como fazer os IX locais/regionais
se tornarem mais fortes e interessantes?
O NIC.br tem incentivado empresas presentes em vários IX a oferecerem
serviços de transporte entre eles. Assim, um AS conectado a um IX local
poderia por exemplo contratar esse serviço para chegar também a SP. Isso
pode atrair mais ASs a se conectarem aos IX locais.
Outra iniciativa que o NIC.br tem se esforçado para fazer sair do papel
é o OpenCDN, que visa levar CDNs importantes para os IX locais. Isso
deve torná-los mais atrativos para os ASs da região.
Vendo a realidade do IX.br de SP hoje, e vendo os exemplos europeus,
como o AMS-IX e ou LINX (que não conectam somente ASs do próprio país),
não acredito que ele deixará de gerar interesse de interligação a nível
nacional, mesmo que os IX locais se tornem mais fortes e interessantes.
Sobre algum membro do Euro-IX ter feito uma apresentação contra o modelo
de um super-L2, desconheço. Suponho que talvez possam ter falado sobre a
implementação interna do IX. Se você conseguir lembrar qual foi a
apresentação pode ser interessante.
Sobre a perda de qualidade com os tunelamentos. Como conjectura, acho
que é uma questão a ser examinada. O que tenho ouvido dos participantes,
de forma geral, é que a percepção de qualidade de seus clientes melhorou
após a ligação ao IX.
Sobre os mais específicos, é complicado. Se os ASs se conectarem também
localmente os problemas ficam minimizados, não? Mas também seria
possível filtrar os anúncios recebidos um do outro via IX...
[]s
Moreiras
Em 20/02/2016 14:17, Douglas Fischer escreveu:
> Então, Moreiras...
>
> Eu tenho quase certeza de ter ouvido de uma representante de Euro-IX
> comentando sobre como eles já quebrado a cara e fugido desse modelo
> mega-super-L2 desde uns 2 anos antes.
> Se não me engano essa apresentação foi numa das reuniões presenciais do
> PTT.BR na semana da Internet.
>
> Me lembro de ter sido comentado sobre problemas que os Tunelamentos L2
> estavam trazendo.
> E também sobre a complexidade de manipular melhores rotas devido ao grande
> número de participantes "diretamente conectados".
>
> Interligar em L2 uma ilha que é menor que o estado do Paraná é uma coisa.
> Um país continental é completamente outra.
>
>
> Volto a relembrar o conceito original do IX.
> Evitar a volta ao mundo para que dois vizinhos(fisicamente) consigam se
> alcançar.
> (redução de latência, blá-blá-blá...)
>
>
> E ouso a afirmar que hoje, do ponto de vista da latência e qualidade da
> comunicação fim-a-fim, o PTT-SPO é prejudicial para o resto do país.
> Os tunelamentos em cima de tunelamentos, em cima de tunelamentos, são
> venenosos com Latência e Jitter...
>
> P.S.1: Isso sem falar que por causa da resposta padrão "anuncia mais
> específico para PTT-SPO" ocorre inúmeros casos de clientes de dois
> provedores numa mesma cidade que usam o MESMO TRÂNSITO acabam tendo que ir
> até São Paulo para se conversar.
>
> Sinceramente penso que esse modelo deve ser repensado.
>
>
> P.S.2: Antecipando flames...
> Meu objetivo com essas colocações é ELEVAR a qualidade da internet
> brasileira.
> Antes de me achincalhar levantando questões de viabilidade financeira
> de curto prazo, que considerem com atenção as QUESTÕES TÉCNICAS de curto e
> longo prazo.
>
> P.S.3: Desculpem pela bíblia...
>
> Em 19 de fevereiro de 2016 19:59, Antonio M. Moreiras <moreiras at nic.br>
> escreveu:
>
>> Em 19/02/2016 17:51, Douglas Fischer escreveu:
>>> SemiFork...
>>>
>>> Mas, em minha opinião, esse é um dos reflexos negativos dessa tentativa
>> de
>>> colocar a internet brasileira inteira em um L2 só!
>>
>> semifork, do semifork, com dúvidas sobre se isso gera 1/4 de fork ou um
>> fork inteiro...
>>
>> toda moeda tem duas faces, não? a quantidade de MACs gera mesmo
>> situações técnicas complicadas as vezes... mas focando no lado bom da
>> moeda, quem disse que a tentativa é só pra internet brasileira? o linxs,
>> em londres, por exemplo, tem 80% das rotas da tabela full
>> (https://www.linx.net/tech-info-help/traffic-stats, vide route
>> graphs)... quem sabe estamos na rota pra chegarmos lá um dia... ou,
>> melhor dizendo, quem sabe as rotas também chegam aqui um dia... :-)
>>
>> []s
>> Moreiras.
>> --
>> gter list https://eng.registro.br/mailman/listinfo/gter
>>
>
More information about the gter
mailing list