[GTER] Fwd: [caiu] PTT - Sp com problemas?
Bruno Cabral
bruno at openline.com.br
Sat Mar 22 12:22:52 -03 2014
As consideraçoes sobre a abrangência dos PTTs sao muito validas, inclusive na (extinta?) lista dos PTT regionais ha bons anos ja se tocava em varios desses pontos
No entanto considero a comparaçao com os PTTs como o de Amsterdam num pais continental como o Brasil um pouco forçada. O transporte de gigas entre regioes é caro, nao é interessante para as teles perderem esse tráfego (nem o PTT tem funcao de concorrer com tele), aliás o PTT nao é uma empresa de telecom (iria requerer licença da anatel para o transporte inter-PTTs) e o próprio rateio é complicado (se houver um inadimplente, os outros vao arcar? ou o serviço será interrompido?)
Por outro lado a instalaçao de caches/CDNs podia sim ser negociada pela gerência do PTT/NIC e seria muito bem vinda para todos os participantes.
Agora o que o CGI podia fazer era negociar com a Anatel para que as prestadoras de SCM com PMS fossem obrigadas a trocar tráfego entre si nos PTTs, de forma que a agência (e a sociedade) pudessem monitorar os gargalos e diminuir o passeio do tráfego de clientes da mesma cidade ou regiao que hoje vai até os grandes centros para passar para a outra operadora. Note que nao estou dizendo entrar no ATM, apenas trocar trafego regionalmente e nao só em SP-RJ-BH.
!3runo Cabral
> ---------- Forwarded message ----------
> Ascenco,
> a qualidade dos serviços prestados pelo NIC é publica e notória e
> inquestionável.
> E aqui explicito minhas congratulações a você e a toda equipe equipe do NIC.
>
> Porém eu sou obrigado a colocar algumas críticas sobre
> o modelo que vem se adotando nos PTTs no Brasil.
>
> P.S.:
> Aliás venho recorrentemente fazendo essas críticas.
> E em várias situações fui moderado(censurado).
> Reconheço que houveram momentos em que meu
> coração tomou para si o controle das palavras.
>
> Eu me lembro que comecei minhas críticas em
> um
> tom descontraído dizendo que o nome do PTT-SP deveria ser mudado para
> PTT-SPO.
>
> Minha visão é que essa centralização absurda das interconexões de Internet
> em São Paulo é extremamente prejudicial a saúde das telecomunicações
> Brasileiras.
>
> OK, é sabido que:
> - Os grandes geradores de conteúdo(Google, Facebook, AWS, Netflix, etc)
> estão em São Paulo.
> - O centro nervoso comercial e financeiro, incluindo as infraestruturas
> dos grandes players dessas áreas(bancos, mega-lojas, etc) estão em São
> Paulo.
> - Todas as grandes teles tem suas infraestruturas principais em São Paulo.
> E por isso sabemos que é lógico que o maior volume de tráfego Internet
> esteja em São Paulo.
> E também por esses motivos é "entendível" que ASNs do Oiapoque ao Chuí
> queiram estar em no PTT-SP.
>
> Porém, se analisados os alfarrábios dos NAPs do mundo ver-se-á que o
> conceito de PIX na verdade surge para reduzir latência entre end-users em
> uma mesma região. Um segundo motivador para o nascimento dos IXPs foi
> também a minimização de impactos nas comunicações locais em caso de falhas
> nos PEERINGs entre UP-UP-UP-Streams...(Além da simplificação dos Peerings.)
>
> E analisando a história de alguns exemplos de IXP(DE-CIX, LINX, EQUINIX...)
> vemos claramente esse conceito posto em prática.
>
> O que eu venho percebendo é que a postura do
> NIC/PTT.BR vem a contramão desse conceito.
> ------------------------------------------
>
> Como o Ascenso comentou, hoje no PTT-SP são mais 500 participantes, 28 PIX,
> 400 Gbps, etc.
> Mas espere um pouquinho...
> GEOLOCALIZAÇÃO
> Participantes
> - Desses participantes(considerando a localização do border-router):
> - Quantos são da cidade de São Paulo?
> - OK, muito restrito. Quantos são da grande São Paulo?
> - Quantos são de fora do estado de São Paulo?
> - Quantos chegam via transporte?
> - Quantos tem mais de 2 camadas de encapsulamento no transporte até o
> PTT?
> (QinQ, EoIP, VPLS, etc, etc etc...)
> PIX
> - Desses PIX, quantos estão sobrepostos?
> - Na grande São Paulo, como está a densidade de PIX nas sub-regiões?
> LATÊNCIA
> - Em condições normais(sem link atolado)
> - Quantos tem menos de 2 ms p/ os 2 route-servers?
> - Quantos tem menos de 40 ms p/ todos os demais participantes?
> ENGENHARIA DE TRÁFEGO
> - Em média, quanto desses 400 Gbps vai para participantes fora da Grande
> SP?
> RAIO DE IMPACTO DE PROBLEMAS
> - Dos problemas ocorridos de maneira generalizada no PTT-SP, e em PIX
> localizados, quantos end-user de quais regiões do país foram afetados?
>
>
> EFEITOS COLATERAIS
> - Para os que estão mais longe de SP, chegaram a analisar como o custo do
> trânsito Internet ficou menor em relação ao transporte até o PTT-SPO?
> Ou seria o preço do trânsito que baixou em função de economia de escala e
> redução de custos operacionais, porém as teles não repassaram essa baixa ao
> valor do transporte?
> - Quantos PIX se formaram recentemente no PTT-SP?
> - Teria isso a ver com as taxas de conexão?
> - Como vai a taxa de crescimento dos outros PTTs em relação ao de SP?
> - E se o tráfego "buscado" diretamente de São Paulo por ASNs
> circunvizinhos aos outros PTTs fosse contabilizado nos PTT das respectivas
> regiões?
>
> Aonde eu quero chegar com essas perguntas/respostas?
> ----------------------------------------------------
> Como fui bastante prolixo no trecho anterior, procurarei ser bastante
> sucinto a seguir, e em havendo interesse posso discorrer mais profundamente.
>
> Acredito em uma estrutura de PTTs mais distribuída e interconectada seja
> mais estável e escalável.
> Na verdade uma idéia muito parecida com o que é
> utilizado em telefonia, onde existe a obrigatoriedade
> de interconexão local entre as operadoras.
>
> PTTs regionais conectados a PTTs macro-regionais.
> Estes por sua vez com no mínimo 2 conexões a outros
> macro-regionais.
> Em primeira análise imagino essa interconexão em
> L3, mas olhar para os gringos é uma boa referência.
>
> Outro aspecto a ser considerado é o provimento de serviços dentro da
> infraestrutura dos PTT/PIX.
> Exemplos?
> - Caches como o do Google, Netflix, etc...
> - DNSs recursivos abertos exclusivamente aos blocos daquele PTT.
>
> EMPECILHOS
> Surgem perguntas referentes as interconexões dos PTTs:
> - Quem vai custear os custos dessas interconexões?
> - Minha primeira sugestão é que esse custo seja rateado
> pelos participantes, seguindo exemplo do EURO-IX.
> Como seria a métrica de rateio? Não faço a mínima idéia.
> - Mas o Coordenador do Projeto PTT-METRO Sr. Milton Kaoru Kashiwakura,
> merecedor de IMENSO crédito por ter feito isso tudo acontecer, não deixou
> claro em um dos PTT-Fórum que a interconexão dos PTTs não iria acontecer?
>
> 1ª Pergunta - Já não é tempo de repensar isso?
> 2ª Pergunta - Qual a real motivação dessa negativa à interconexão?
> Me pego a pensar nos efeitos colaterais.
>
>
> --
> Douglas Fernando Fischer
> Engº de Controle e Automação
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