[GTER] [caiu] PTT - Sp com problemas?
Milton Kashiwakura
mkaoruka at nic.br
Sat Mar 22 11:54:49 -03 2014
Me sinto compelido a esclarecer.
Quanto ao assunto, PTT de São Paulo com problema ? Resp.: Não, não está com problema.
Quanto ao nome, temos endereçado PTT na cidade(localidade)/Estado. Tem PTT em 25 localidades/cidades, note que foi escolhido o nome PTT Paulista Central para a cidade de São Carlos com intuito de agregar na estrutura instalada participantes de cidades importantes na proximidade de São Carlos.
Quanto a centralização citada. O PTT de São Paulo está longe de ser um concentrador de tráfego, os exemplos citados AMS-IX, DE-CIX e LINX tem troca de tráfego superiores a dois Terabits/segundos, tem mais de 300 participantes com participantes do mundo inteiro, alias a maioria, a geolocalização está longe de ser o motivador. É natural, se analisarmos o ecossistema da Internet, trata-se de escolha dos participantes seja por razões econômicas, por melhoria da qualidade por redução da latência e eliminação de redes terceiras, ou maior controle sobre a entrega de seu tráfego ao destino.
Sobre as grande teles estarem presentes nos PTTs. A maioria não troca tráfego de forma aberta, se trocassem certamente o volume de tráfego trocado seria consideralmente maior, muitas estão por causa da medição da qualidade, quem sabe elas modifiquem a forma de pensar e passem a trocar tráfego . A equipe do PTT trabalhou e vem trabalhando para que o "efeito rosquinha” se concretize, fazendo com que todos os médios e pequenos troquem tráfego nos PTTs e a justificativa de não participação das grandes deixe de ser por ganhos econômicos obtido dos médios e pequenos.
Sobre os grande conteúdos (Google, Facebook, Netflix, Globo, Terra, Amazon, Microsoft, etc.). Nós reiteradas vezes pedimos a eles para colocarem seus conteúdos nas outras cidades, mas a decisão depende deles. O Google já ativou no Rio de Janeiro, Netflix tem planos para estar presente em outras localidades, Globo e Amazon estão presentes em São Paulo e Rio de Janeiro, Terra em São Paulo e Porto Alegre, Akamai, nem em São Paulo, e não é falta de convite, justificam razões de custos, mas não estão presentes em nenhum PTT.
Sobre a interconexão dos PTTs. Reiteradas vezes, em vários eventos, incluindo PTT Fórum, sempre que perguntado deixei claro que o PTT não compete com as empresas de telecomunicação, o NIC.br não irá interligar os PTTs com infraestrutura própria. Deixamos claro que incentivamos que empresas de telecom, provedores de acesso, forneçam esta interligação a preço justo, vide exemplo de Campinas onde a empresa Fasternet tem oferecido este serviço para interligar os participantes do PTT de Campinas ao PTT de São Paulo. Em Americana, a America Digital oferece este serviço entre os PTTs de Americana e Campinas.
O rateio de custos para as interligações é uma boa sugestão, existem modelos que levam em conta o volume de tráfego, outros faixas de banda utilizada, etc. Sua implementação pode não ser trivial.
Sobre o Euro-IX. Trata-se de uma associação de quem administra PTTs, o próprio PTT é membro do Euro-IX, há troca de experiência, discussão de problemas e soluções, troca de experiência, troca de informações, mas não existe rateio de custo para interligar PTTs. Semelhante ao Euro-IX, temos o LAC-IX, AP-IX e todos eles juntos formam a Federação dos Pontos de Troca de Tráfego, IX-F.
Sobre os conceitos de PTT posto em prática.
- Por ser infraestrutura que permite a interconexão direta entre as redes de Sistemas Autonomos (AS), o NIC.br tratou de incentivar as empresas com qualificações a se tornarem AS, hoje temos mais de 2400 AS no Brasil, aproximadamente a metade do que atende o LACNIC.
- Promover e criar infraestrutura necessária onde haja interesse de troca de tráfego. Para criar um PTT, no mínimo 3 ASs tem que participar para que o tráfego local permaneça local. Até o momento tem 25 PTTs, estamos instalando em Cuiabá e outros estão em estudo. O Brasil em quantidade de PTTs só perde para os Estados Unidos.
- Com a concentração de ASs numa única infraestrutura serviços de interesse podem ser disponibilizados:
** DNS root-servers. O Brasil tem servidores DNS raiz em PTTs, vide a relação em http://root-servers.org, trata-se do segundo país em quantidade de servidores DNS raiz.
** NTP.br. Os servidores NTP do NTP.br estão nos PTTs de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasilia.
** SIMET. Estamos finalizando a instalação dos servidores do SIMET em todos os PTTs, trata-se de medir a última milha até o PTT de menor latência, os ASs podem ver os resultados de testes realizados pelos usuários no portal do AS, http://pas.nic.br
** Looking glass disponível nos PTTs, via telnet lg.<sigla da localidade>.ptt.br
Milton Kashiwakura
Diretor de Projetos
NIC.br - Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
tel.: +5511 5509-3530
mkaoruka at nic.br
Em 21/03/2014, à(s) 16:26, Douglas Fischer <fischerdouglas at gmail.com> escreveu:
> Ascenco,
> a qualidade dos serviços prestados pelo NIC é publica e notória e inquestionável.
> E aqui explicito minhas congratulações a você e a toda equipe equipe do NIC.
>
> Porém eu sou obrigado a colocar algumas críticas sobre
> o modelo que vem se adotando nos PTTs no Brasil.
>
> P.S.:
> Aliás venho recorrentemente fazendo essas críticas.
> E em várias situações fui moderado(censurado).
> Reconheço que houveram momentos em que meu
> coração tomou para si o controle das palavras.
>
> Eu me lembro que comecei minhas críticas em um tom descontraído dizendo que o nome do PTT-SP deveria ser mudado para PTT-SPO.
>
> Minha visão é que essa centralização absurda das interconexões de Internet em São Paulo é extremamente prejudicial a saúde das telecomunicações Brasileiras.
>
> OK, é sabido que:
> - Os grandes geradores de conteúdo(Google, Facebook, AWS, Netflix, etc) estão em São Paulo.
> - O centro nervoso comercial e financeiro, incluindo as infraestruturas dos grandes players dessas áreas(bancos, mega-lojas, etc) estão em São Paulo.
> - Todas as grandes teles tem suas infraestruturas principais em São Paulo.
> E por isso sabemos que é lógico que o maior volume de tráfego Internet esteja em São Paulo.
> E também por esses motivos é "entendível" que ASNs do Oiapoque ao Chuí queiram estar em no PTT-SP.
>
> Porém, se analisados os alfarrábios dos NAPs do mundo ver-se-á que o conceito de PIX na verdade surge para reduzir latência entre end-users em uma mesma região. Um segundo motivador para o nascimento dos IXPs foi também a minimização de impactos nas comunicações locais em caso de falhas nos PEERINGs entre UP-UP-UP-Streams...(Além da simplificação dos Peerings.)
>
> E analisando a história de alguns exemplos de IXP(DE-CIX, LINX, EQUINIX...) vemos claramente esse conceito posto em prática.
>
> O que eu venho percebendo é que a postura do
> NIC/PTT.BR vem a contramão desse conceito.
> ------------------------------------------
>
> Como o Ascenso comentou, hoje no PTT-SP são mais 500 participantes, 28 PIX, 400 Gbps, etc.
> Mas espere um pouquinho...
> GEOLOCALIZAÇÃO
> Participantes
> - Desses participantes(considerando a localização do border-router):
> - Quantos são da cidade de São Paulo?
> - OK, muito restrito. Quantos são da grande São Paulo?
> - Quantos são de fora do estado de São Paulo?
> - Quantos chegam via transporte?
> - Quantos tem mais de 2 camadas de encapsulamento no transporte até o PTT?
> (QinQ, EoIP, VPLS, etc, etc etc...)
> PIX
> - Desses PIX, quantos estão sobrepostos?
> - Na grande São Paulo, como está a densidade de PIX nas sub-regiões?
> LATÊNCIA
> - Em condições normais(sem link atolado)
> - Quantos tem menos de 2 ms p/ os 2 route-servers?
> - Quantos tem menos de 40 ms p/ todos os demais participantes?
> ENGENHARIA DE TRÁFEGO
> - Em média, quanto desses 400 Gbps vai para participantes fora da Grande SP?
> RAIO DE IMPACTO DE PROBLEMAS
> - Dos problemas ocorridos de maneira generalizada no PTT-SP, e em PIX localizados, quantos end-user de quais regiões do país foram afetados?
>
>
> EFEITOS COLATERAIS
> - Para os que estão mais longe de SP, chegaram a analisar como o custo do trânsito Internet ficou menor em relação ao transporte até o PTT-SPO?
> Ou seria o preço do trânsito que baixou em função de economia de escala e redução de custos operacionais, porém as teles não repassaram essa baixa ao valor do transporte?
> - Quantos PIX se formaram recentemente no PTT-SP?
> - Teria isso a ver com as taxas de conexão?
> - Como vai a taxa de crescimento dos outros PTTs em relação ao de SP?
> - E se o tráfego "buscado" diretamente de São Paulo por ASNs circunvizinhos aos outros PTTs fosse contabilizado nos PTT das respectivas regiões?
>
> Aonde eu quero chegar com essas perguntas/respostas?
> ----------------------------------------------------
> Como fui bastante prolixo no trecho anterior, procurarei ser bastante sucinto a seguir, e em havendo interesse posso discorrer mais profundamente.
>
> Acredito em uma estrutura de PTTs mais distribuída e interconectada seja mais estável e escalável.
> Na verdade uma idéia muito parecida com o que é
> utilizado em telefonia, onde existe a obrigatoriedade
> de interconexão local entre as operadoras.
>
> PTTs regionais conectados a PTTs macro-regionais.
> Estes por sua vez com no mínimo 2 conexões a outros
> macro-regionais.
> Em primeira análise imagino essa interconexão em
> L3, mas olhar para os gringos é uma boa referência.
>
> Outro aspecto a ser considerado é o provimento de serviços dentro da infraestrutura dos PTT/PIX.
> Exemplos?
> - Caches como o do Google, Netflix, etc...
> - DNSs recursivos abertos exclusivamente aos blocos daquele PTT.
>
> EMPECILHOS
> Surgem perguntas referentes as interconexões dos PTTs:
> - Quem vai custear os custos dessas interconexões?
> - Minha primeira sugestão é que esse custo seja rateado
> pelos participantes, seguindo exemplo do EURO-IX.
> Como seria a métrica de rateio? Não faço a mínima idéia.
> - Mas o Coordenador do Projeto PTT-METRO Sr. Milton Kaoru Kashiwakura, merecedor de IMENSO crédito por ter feito isso tudo acontecer, não deixou claro em um dos PTT-Fórum que a interconexão dos PTTs não iria acontecer?
>
> 1ª Pergunta - Já não é tempo de repensar isso?
> 2ª Pergunta - Qual a real motivação dessa negativa à interconexão?
> Me pego a pensar nos efeitos colaterais.
>
>
> Em 21 de março de 2014 10:51, Eduardo Ascenco Reis <eascenco at nic.br> escreveu:
> Prezado José Bento,
>
>
> On 03/20/2014 09:47 PM, José Bento Tomazeli wrote:
> nossa que porcaria, quase todo dia vejo quedas no ptt sp, será que vai ser
> sempre assim?
>
> O perfil de tráfego da conexão da BDNet ao PTT.br de São Paulo não mostra isso.
>
> Se a BDNet entende que há problema na conexão, basta abrir um chamado no Meu PTT (https://meu.ptt.br/) que iremos colocá-lo em quarentena e tratar o caso.
>
> Destaco novamente que o PTT.br de São Paulo está com operação normal e com tráfego agregado crescendo (ontem atingiu quase 400Gbps).
>
> Atualmente há mais de 500 participantes conectados nos 28 PIX do PTT.br São Paulo, assim todos os dias tratamos casos de quedas de fibras ópticas, falhas de transporte, problemas com a conexão/equipamentos/rede dos participantes, falhas de PIX, falhas de equipamentos, etc.
>
> Ou seja, problemas fazem parte da vida da operação de qualquer rede que esteja funcionando.
>
> A equipe do NIC.br, responsável pelo PTT.br, está disponível para atuar em cada caso de forma pontual.
>
>
> Atenciosamente,
>
> --
>
> Eduardo Ascenço Reis
>
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