[GTER] cabos de rede soldados

Shine eshine at gmail.com
Thu Oct 29 23:40:41 -02 2009


Oi Carlos,

Com certeza não era sua opinião. :)

Concordo que a norma não especifique a forma de construção do
cabeamento, mas ela claramente define a frequência (por exemplo 100
MHz em Cat5, 250 em Cat6 e 500 em Cat6A) e os níveis de crosstalk e
perdas no meio. Assim, em uma instalação, só podemos dizer q o
cabeamento é Cat6 quando ele passa por uma bateria de testes (nós
usamos o jargão de "certificar" o cabeamento nessas tarefas).

Por isso a contrução do cabeamento estruturado tem uma técnica
específica, principalmente em Cat6 e Cat6A. Simples torções ou
sustentação inadequada do cabo que promovam alterações mecânicas no
cabeamento podem fazer com que o cabeamento não certifique ou perca as
características conforme o tempo vai passando.

A comparação de uma soldagem por uma crimpagem vai além da alteração
da resistência do cabeamento. Veja que se crimpamos um cabo com
conectores folhados a ouro, a oxidação do material é bem menor, o
contato é bem melhor. E se o cabo tiver uma camada protetora a base de
prata ou estanho, o contato é melhor ainda e a oxidação é diminuída.
Por um outro lado, o circuito deve estar perfeitamente balanceado e
livre de interferências. Com a soldagem, vc aumenta a quantidade de
material condutivo de forma desbalanceada, além da alteração da
distância entre os condutores, modificação da capacitância entre os
pares. A chance desse circuito de ser sustível a interferências e
perdas (que não são somente perdas resistivas, entenda-se essas perdas
como atenuações diversas no meio) são muito grandes.
Claro que há uma chance de isso dar certo, mas se nem mesmo patch
cords crimpados manualmente conseguem ser facilmente certificados em
Cat6, o que se dirá de painéis soldados, sem um critério de solda e
submetido a altas frequências?

Mas de qq forma, submeta todo o cabeamento feito dessa forma no
certificador, se passar nos teste de certificação, então não há o que
ser discutido com esse técnico... pessoalmente acho difícil passar,
mas já vi muita coisa nessa vida...

Um certificador bem comum:
http://www.flukenetworks.com/fnet/pt-br/products/family.htm?categorycode=CPTT
Possivelmente passa em Cat5, que é um padrão mais tolerante. Em Cat6
já é outra história.

sd,
Edgar

2009/10/29 Carlos Felipe <cfelipe at infocorp.com.br>:
> Edgar,
>
> O "muito melhor" era por conta dele, eu pessoalmente acho isso inaceitável
> em uma ambiente de produção. Não acredito em procedimentos não testados, nem
> sem homologação pela indústria, até que me provem o contrário.
> Aceito que em casos de extrema necessidade, melhor uma perda de dados, mesmo
> considerável, do que parar tudo. Mas o sujeito acha que é uma solução
> aceitável sempre.
> Ele já deve ter uns 10% ou mais dos cabos da rede dele nesse estado, e
> reclama que ela para a toda hora.
>
> Mas o que eu queria mesmo era responder à pergunta do técnico que me
> questionou isso (a pergunta me foi feita, e eu repassei para a lista).
> Existe ou não previsão em alguma norma TIA, ISO, ANSI para emendas de cabos
> UTP?
>
> Como eu não achei referência disto nas normas que já li, acredito que nem
> seja previsto qualquer tipo de emenda nos cabos, nem mesmo com conectores
> fêmea.
> O argumento do autor da gambiarra é que a emenda dele é melhor que uma
> conexão em um patch panel, e que ele garante que se a norma aceita
> "crimpagem", deveria aceitar a solda. Eu já não concordo.
>
> Grato.
>
> |-----Original Message-----
> |From: gter-bounces at eng.registro.br
> |[mailto:gter-bounces at eng.registro.br] On Behalf Of Shine
> |Sent: quinta-feira, 29 de outubro de 2009 15:23
> |To: Grupo de Trabalho de Engenharia e Operacao de Redes
> |Subject: Re: [GTER] cabos de rede soldados
> |
> |Carlos,
> |
> |O que seria algo "muito melhor"?
> |Vamos supor que o técnico falasse a respeito da impedância
> |entre um cabo soldado e um cabo crimpado. Até aqui eu
> |concordaria com a argumentação dele.
> |No entanto, quando falamos em comunicação de dados, estamos
> |conversando sobre uma comunicação com componentes de alta
> |frequência harmônica. Contar somente com uma resistividade
> |menor como parâmetro técnico de "melhor" não se aplicaria
> |nessa situação. Embora o trançado seja o mesmo, com uma solda
> |vc modifica ligeiramente (ou bastante, dependendo de quanto
> |material se empregou nessa solda) a capacitância do circuito.
> |Mas como existe uma tolerância para ele, isso pode funcionar
> |corretamente.
> |
> |Não digo q seja um recurso inválido, mas não concordo que seja
> |algo melhor. Para isso, o técnico precisaria de argumentos
> |mais coerentes para sustentar sua posição.
> |
> |Tbm não entendo pq soldar fio a fio se existem ferramentas
> |adequadas para montagem que fazem o serviço ser realizado com
> |uma eficiência maior. É aquele caso de "pra que simplificar,
> |se podemos complicar"?
> |
> |sd,
> |Edgar
> |
> |
> |2009/10/29 Carlos Felipe <cfelipe at infocorp.com.br>:
> |> Caros,
> |>
> |> Estive em uma empresa e lá descobri que vários cabos de rede (UTP
> |> Cat5) foram soldados.
> |> Eu comentei que desconhecia o procedimento, e acreditava que isso
> |> estava completamente fora das normas, mas o técnico refutou a minha
> |> opinião, dizendo que se o procedimento não danificasse muito o
> |> trançado do cabo, e os pares fossem devidamente isolados,
> |seria melhor
> |> que um conector fêmea/fêmea
> |> RJ45 entre os cabos. Procurando pelo Google encontrei alguns
> |sujeitos
> |> que fazem isso,mas não documentação técnica a respeito.
> |>
> |> Olhando as normas 568B e 569B, não vi nenhuma referência a
> |mecanismos
> |> de união/extensão de cabos UTP.
> |> Alguém aqui conhece alguma norma que trate disto, ou isto não é
> |> tratado simplesmente por não ser previsto?
> |>
> |> Grato a todos pela atenção,
> |> João Lacon.
> |>
> |>
> |> --
> |> gter list    https://eng.registro.br/mailman/listinfo/gter
> |>
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