[GTER] RES: Recomendação de switches metro-ethernet

Leonardo Serodio leonardoserodio at prospeed.net
Wed Dec 2 13:51:06 -02 2009


Olá pessoal, alguns comentários a respeito da tecnologia 802.1ah mais
abaixo:

[]s

Leonardo.

-----Original Message-----
From: gter-bounces at eng.registro.br [mailto:gter-bounces at eng.registro.br] On
Behalf Of Toledo, Luis Carlos
Sent: Tuesday, December 01, 2009 3:18 PM
To: 'Grupo de Trabalho de Engenharia e Operacao de Redes'
Subject: [GTER] RES: Recomendação de switches metro-ethernet



> > 
> > Curiosidade, PBB e PBT chegou a ser suportado por muitos
> vendors ? Eu
> > trabalhava na Nortel a uns 3 anos, e lembro que era algo
> que nao tinha
> > larga aceitacao...

Julio, a tecnologia PBB em si, como você sabe, nasceu na Nortel por volta de
2000-2001. Nessa época ela se chamava simplesmente MAC-in-MAC, porque
propunha o encapsulamento do frame Ethernet recebido do cliente por outro
cabeçalho MAC adicional (e mais alguns campos) inserido pelo switch dentro
da Operadora, daí o nome MAC-in-MAC. Nós a propusemos ao IEEE em 2002, mas
nessa época o IEEE preferiu padronizar inicialmente o Q-in-Q (havia muita
pressão para se ter um padrão rápido, já que as Operadoras precisavam ativar
redes Ethernet), que é uma tecnologia mais simples, que simplesmente
adiciona um VLAN tag "da Operadora" ao frame Ethernet original recebido do
cliente (que também já vinha com um VLAN tag "de cliente"), sendo por isso
chamada Q-in-Q. Pode-se dizer que durante o tempo em que o MAC-in-MAC
permaneceu como proprietário Nortel houve sem dúvida um problema de
aceitação.
Em dezembro de 2004 o IEEE finalmente criou o PAR (Project Authorization
Request, espécie de grupo de trabalho) para padronizar o MAC-in-MAC, e a
especificação foi finalizada em Abril de 2008, sendo o último Draft 4.2
aprovado como standard. Nesse processo, o cabeçalho original do MAC-in-MAC
usado pela Nortel foi alterado no PBB padrão, ficou menor e é incompatível
com os primeiros equipamentos antigos Nortel vendidos com o MAC-in-MAC ainda
"pre-standard", chamado encapsulamento OEL2.

>> 
>> Depois que virou IEEE 802.1ah, parece que a aceitação
>> subiu...  mas é bem pesado em termos de overhead por frame, 
>> vai ver a maior parte prefere MPLS...
>> 
>> Mas essa é uma das minhas perguntas :-)  Tem alguém na lista
>> usando PBB?
>> 

Na verdade o overhead de um cabeçalho PBB 802.1ah é de apenas 22 bytes,
consistindo de: 6 bytes B-DA + 6 bytes B-SA + 2 bytes Ethertype (0x88A8) + 2
bytes (B-VLAN) + 2 bytes Ethertype PBB (0x88E7) + 4 bytes TCI/I-SID. Em MPLS
existe o mesmo cabeçalho Ethernet "adicional" da Operadora, só que usado
apenas para transmissão Ethernet ponto a ponto entre 2 LSRs (link GE, 10GE),
que tem 14 ou 18 bytes (com/sem VLAN) + 4 bytes T-Label + 4 bytes VC-Label +
4 bytes Control Word (às vezes usado ou não, depende da aplicação), podendo
chegar a 30 bytes, ou no mínimo de 22 bytes, igual a PBB.  


>Pelo que eu entendi o discurso da Nortel era que PBT (ou PBB-TE
>proprietário) seria uma opção para simplificar e reduzir os custos do MPLS.
E do outro lado Cisco e Juniper desfazendo do PBT (ou T-MPLS como alguns
chamam).
>

O PBT significa simplesmente configurar o tunelamento MAC 802.1ah (mesmo
cabeçalho PBB padrão) mas de maneira pré-determinada, sem usar nenhum plano
de controle embutido nos switches Ethernet, e usar 802.1ag para monitorar
esse caminho e comutar para um túnel backup em 50ms se necessário. O
"caminho" do ESP (Ethernet Switched Path, termo para o túnel MAC no
802.1Qay) ativo/backup é escolhido e determinado pelo operador da rede, não
é calculado nem sinalizado dinamicamente pelo software do switch. A idéia
por trás disso é fazer Engenharia de Tráfego (TE, daí PBB-TE) controlada
pelo operador, e isso foi um requerimento inicial dos próprios clientes
Nortel (Operadoras) com o objetivo de paulatinamente fazer a migração de
redes de transporte SONET/SDH (que normalmente são gerenciadas da mesma
forma) por redes Ethernet usando PBT, mas mantendo o mesmo procedimento de
gerência usado tradicionalmente em SDH/SONET, para não afetar o OPEX. A
idéia e aplicação do T-MPLS, que agora é chamado MPLS-TP no grupo de
trabalho conjunto IETF/ITU-T, é exatamente a mesma: tirar o plano de
controle IP do MPLS, configurar túneis MPLS estaticamente e melhorar OAM,
basicamente a mesma coisa que PBT mas usando um plano de dados MPLS em vez
de Ethernet. Muito da promessa de economia de custos proposta por essas
tecnologias de "packet transport", na verdade (pelo menos em teoria) vem
desse ponto: permitir uma continuidade operacional no ambiente Metro através
da implantação de equipamentos otimizados para transporte de pacotes mas com
plano de controle e gerencia simplificados, mais próximos do SDH/SONET
tradicional existente.

Com relação a PBTxPBB-TE, PBT é simplemente o "nome de marketing" criado
pela Nortel para o que viria mais tarde ser chamado de PBB-TE. Essa história
de um ser proprietário e outro padrão é meio lenda urbana, é tudo a mesma
coisa. O problema é que o PAR IEEE específico para o PBT (foi criado outro
grupo de trabalho específico para isso, chamado 802.1Qay), só foi criado em
meados de 2007 (o PBT gerou muita discussão), e nessa época o 802.1ah em si
já estava bastante avançado, inclusive o encapsulamento já estava firme. Com
o cabeçalho PBB "firme" e o 802.1ag já aprovado (usado para monitorar os
ESPs), isso já bastava para se programar o datapath dos switches para PBT e
ter um mínimo de interop entre implementações, e a Nortel então lançou a
primeira implementação da tecnologia no mercado (como PBT) antes da
aprovação final do IEEE, seguida depois por outros fabricantes. Durante os
trabalhos de padronização, por sua vez o IEEE acabou colocando o nome de
PBB-TE. Assim ficou essa confusão de nomes (PBT x PBB-TE) mas na verdade é a
mesma coisa, nunca houve no switch MERS 8600 Nortel duas implementações, uma
implementação "PBT" proprietária e outra "padrão PBB-TE" interoperável (tipo
LDP x TDP Cisco), havia uma só baseada em um dado draft 802.1Qay, que no
geral interoperava com outras implementações 802.1Qay que estivessem
igualmente atualizadas, e se procurava ter o cuidado de mencionar a versão
do draft que o software implementava. Mas internamente na Nortel ninguém
nunca chamou essa tecnologia de PBB-TE, sempre se usou PBT (da mesma forma
que ninguém fala fotocópia, e sim xerox). O PBB-TE foi finalmente aprovado e
publicado pelo IEEE em Junho desse ano, já no meio da bancarrota....


>Se eu não me engano o MERS 8600 dominou a tecnologia PBB/PBT a alguns anos
atraz.
>
>Mas o que eu tenho visto é MPLS em switch metro (router). Mas me corrijam,
estou desatualizado escrevi de lembrança.
>

Fabricantes de tecnologia Metro com suporte a PBB e/ou PBB-TE que conheço
seriam: Extreme (já citado), Ciena (linha CN 5305, antiga WWP), Ericsson
(linha Marconi), Hammerhead Systems, Meriton (now Xtera), Tejas Networks, e
claro Nortel (cujos espólios de switching em teoria seguirão com os
respectivos compradores). Alguns fabricantes (Huawei, Siemens) participaram
de testes de interoperabilidade PBB-TE no MEF mas não saberia dizer quanto à
disponibilidade comercial de implementações.

Também alguns fabricantes tradicionais de MPLS anunciaram suporte a PBB (não
necessariamente PBB-TE) como complemento de redes VPLS/H-VPLS, com o
objetivo de aumentar a escalabilidade dessas soluções MPLS usando a
tecnologia PBB no acesso: 
http://www.lightreading.com/document.asp?doc_id=157160

Finalmente, os fabricantes tradicionais de chipsets Ethernet (tipo Broadcom,
etc.) também já andaram anunciando suporte a 802.1ah de maneira integrada
nos seus chipsets, e isso certamente pode vir a aumentar a oferta de
switches com suporte a 802.1ah daqui para frente, principalmente switches
"pizza box".


Leonardo.





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