[GTER] RES: RES: Confirmado traffic shaping no Virtua
Eduardo
eduardo at sinos.net
Thu Jun 21 08:06:35 -03 2007
O objetivo inicial não é combater a pirataria mas diminuir consumo de
banda. Imagine que os preços são feitos para um certo uso, por exemplo,
de 4% da taxa nominal de um plano de 300kbps. Ou seja, imagina-se que um
cliente que comprou 300k vai usar em média 12kbps. Este cálculo permite
a cobrança de um preço muito menor para o cliente, com um certo
dimensionamento da rede. Se todos os clientes de 300k usarem o tempo
todo os 300k, como cobrar então pouco mais de 50 reais/mês? Tem de
imitar o uso P2P. Ou alguém não conhece o pessoal que deixa a máquina em
casa 24x7x365 baixando arquivos "importantes" via P2P? Vídeo, música,
...
Alguém citou aqui também o bloqueio de tráfego VoIP. Sei de um movimento
inicial há alguns anos em cima disto, onde algumas operadoras (não sei
quais) bloquearam e depois voltaram atrás. Mas neste caso minha opinião
pessoal é de que o assunto é mais sério pois não se trata de limitação
mas sim de cerceamento, proibição de uso, ...
Eduardo Santos Back
Gerente de Informática
Grupo Editorial Sinos SA
SinosNet SinosCorp
+55 51 3594-0417
-----Mensagem original-----
De: gter-bounces at eng.registro.br [mailto:gter-bounces at eng.registro.br]
Em nome de Erick Robert Heinrich
Enviada em: quinta-feira, 21 de junho de 2007 07:44
Para: Grupo de Trabalho de Engenharia e Operacao de Redes
Assunto: Re: [GTER] RES: Confirmado traffic shaping no Virtua
Até onde eu saiba, P2P pela lei brasileira ainda não é considerado
ilegal,
desde que não utilizado para fins comerciais. Para uso doméstico e
pessoal,
não há lei que proíba, da mesma forma como não há lei que proíba você
gravar
um jogo de futebol de um canal PPV que você assina para um colega ou
parente, ou também copiar um cd seu e repassar para alguém... Nada isso
é
ilegal, desde que não tenha fins comerciais... Ainda mais, eu li em
algum
lugar, onde se cobrar apenas preço de custo de algum produto, também não
é
considerada uma transação comercial, ou seja, transação comercial é
defenida
apenas quando há lucro envolvido...
Agora, se dessa forma eles acham que vão conseguir combater a pirataria
(define-se apenas como a venda de conteúdo protegido por direitos
autorais,
e não compartilhamento de arquivos), é sinal talvez de imaturidade no
assunto... Tem outros meios para se fazer isso, sem que afete usuários
que
utilizam essa tecnologia de boa fé, pois na teoria isso deveria ser um
recurso muito bom, de fácil e rápido acesso à informação... Imaginem se
faculdades resolvessem colocar publicações de professores e alunos
disponíveis em P2P?! Tutoriais, cursos, etc... mas... esse jah eh outro
assunto...
Em 21/06/07, Tukso Antartiko <tukso.antartiko at gmail.com> escreveu:
>
> Não sou advogado e isto não é conselho legal, estamos apenas
> discutindo de maneira informal. Não tome qualquer ação baseada nesta
> discussão sem antes consultar um advogado.
>
> Ressalto que a consulta a um advogado é muito importante, se o mesmo
> não chegar a uma conclusão por conta própria dificilmente ele
> conseguirá te defender com sucesso quando precisar dele.
>
> Pelo meu entendimento se um tráfego é ilegal você não é obrigado a
> transportar. Você me perguntaria quais as bases legais para esta
> conclusão. Como disse não sou advogado apenas "tento" prestar atenção
> nas palavras deles para "tentar" compreender o que eles querem dizer.
>
> Atualmente, a maioria do tráfego P2P é ilegal.
>
> Sob meu ponto de vista, faz parte da responsabilidade moral de um
> provedor, com os recursos que tiver disponíveis, tentar identificar e
> bloquear tráfego "claramente ilegal".
>
> Alguns que não dêem importância à moral dirão que este tipo de
> responsabilidade é bobagem. Que seja, mas são nos grandes vazios
> morais que alguns moralistas conseguem espaço para promover medidas
> draconianas.
>
> Partindo para o aspecto prático outros dirão que controlar TODO o
> tráfego ilegal é maluquice, visto o tempo e a complexidade envolvida.
> Realmente é muito complicado, especialmente quando não é controlado
> logo no ínicio e se dissemina, mas tendo a "acreditar" que a regra de
> Pareto se repete no P2P:
> apenas alguns arquivos e origens seriam responsáveis por grande parte
> do tráfego P2P.
>
> Para ter um impacto significativo o importante não é filtrar tudo, mas
> saber no que se focar.
>
> Não quero entrar muito na definição do que seja claramente ilegal, mas
> um filme de Holywood que ainda está no cinema, tem grande chance de
> ser um arquivo claramente ilegal. E provavelmente também será um
> grande tráfego P2P, por ser recente.
>
> Existem também situações onde determinado servidor, normalmente no
> exterior, é dedicado a atividades principalmente ilegais e por isso
> gera muito tráfego. Primeiro faça uma denúncia informal para o
> provedor do mesmo.
> Se não resolver, como você não é proprietário de direitos autorais
> nenhum, nem recomendo que se associe a eles se não quiser se tornar
> refém dos mesmos, faça uma denúncia aos orgãos competentes que "chegou
> ao seu conhecimento através da mídia (um site qualquer) a existência
> de uma site/servidor com diversas atividades ilegais".
> Depois, de posse da denúncia, peça para um juiz "com o objetivo de
> salvaguardar os seus usuários, autorização para bloquear o referido
> servidor enquanto o processo é investigado"
>
> Existem outras soluções e esta sozinha não resolverá o problema,
> especialmente com o esperado aumento do tráfego P2P legalizado. Mas,
> considerando o aspecto moral e não importando quanto de banda se dê
> para os entusiastas de P2P que eles se adaptarão para abusar tudo,
> esta é uma das melhores soluções.
>
> Agora o lado ruim. Tudo funciona bem enquanto você está no comando,
> mas quando descobrirem que está filtrando tráfego logo chuverão
> liminares pedindo bloqueios. Estes bloqueios extras podem tomar todos
> seus recursos e você considerará alguns deles imorais.
>
> Por isso tome o seguintes cuidados:
>
> - Seja low profile.
> Não deixe seu usuário comum saber que você está filtrando tráfego,
> faça-o pensar que é o destino dele que está com problema. Exemplo:
> deixe ele acessar a página principal de um site famoso, mas faça que a
> pesquisa nunca retorne resultado.
>
> - NUNCA desenvolva uma solução in house.
> Compre uma caixa preta, especificada por você e fabricada no exterior
> (para não existir vendedor, candidato a testemunha, que diga que ela
> faz tudo e mais um pouco.)
>
> Se alguém te pedir algo extra você poderá responder com razão: os
> filtros são atualizados pelo fabricante eu só consigo excluir, que eu
> saiba ela suporta apenas dez filtros, não guarda log.
>
> Se alguém quiser te obrigar a usar, seu advogado pode, pelo fato de
> nenhum produto ser perfeito, tornar os defeitos (falsos positivos,
> lentidão, falhas, travamentos) tão horripilantes que você não precise
> usar.
>
> Agora, se você desenvolve um produto destes internamente:
> "incompetência" não será considerada desculpa e nem quero imaginar o
> que será forçado a fazer e quando custará esta brincadeira.
>
> Depois falo dos pacotes/conexões pois já falei muito hoje.
>
> On 6/20/07, Eduardo <eduardo at sinos.net> wrote:
> > Uma pergunta simples: como garantir boa velocidade com a quantidade
de
> > conexões que um programa P2P abre? Ouço falar de muitos casos onde
estes
> > programas estão derrubando equipamentos de rede, sejam roteadores ou
> > mesmo rádios. Fora isso, se há uma garantia de banda contratada,
esta
> > garantia deve ser respeitada, independentemente do tipo de aplicação
que
> > esteja rodando. Esta questão dá e ainda vai dar muito pano pra
manga.
> > Mas enfim, esta lista é para discussão de engenharia de redes. P2P
hoje
> > é um problema de engenharia de redes, em como tratar este tráfego
> > garantindo desempenho.
> >
> --
> gter list https://eng.registro.br/mailman/listinfo/gter
>
--
______________________
Erick Robert Heinrich
e-mail: erick at heinrich.com.br
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