[GTER] Telemar defende modelo de PPP para universalizar banda larga
Denny Roger
denny at batori.com.br
Mon Dec 20 09:22:27 -02 2004
Talita Moreira De São Paulo
A Telemar discute com o governo federal um modelo de parceria
público-privada (PPP) para universalizar o acesso à internet no país.
A operadora já apresentou informalmente ao Ministério das Comunicações
e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) uma proposta para oferecer
banda larga em escolas públicas.
Em vez de metas para disseminar o serviço - como sugeriu a
Telefônica -, a Telemar defende a atuação conjunta com o governo. Conforme a
empresa, em seis anos é possível levar internet a 50 mil escolas públicas
(30% do total no país), onde estudam 30 milhões de crianças (70% dos
alunos).
Numa etapa inicial, o projeto atenderia 20 mil escolas, a um custo de
R$ 1,5 bilhão. Desse total, de R$ 100 milhões a R$ 300 milhões seriam gastos
pelas teles para levar a rede às escolas. Para isso, as empresas poderiam
utilizar recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de
Telecomunicações (Fust) - hoje travados por falta de regulamentação. O
restante seria referente à aquisição de computadores, a cargo do governo.
"Temos de começar pelas áreas onde já existe infra-estrutura de banda
larga. É mais realista", diz o diretor de estratégia corporativa da Telemar,
André Bianchi. Numa segunda fase, o acesso chegaria a áreas mais remotas.
O modelo segue um projeto de inclusão digital que a operadora já
desenvolve, mas hoje é feito em parceria com prefeituras e tem alcance
pequeno. A área de concessão da Telemar concentra 70% das escolas públicas
do país.
Bianchi afirma que a universalização da internet não deveria ser
estipulada como meta nos contratos de concessão das operadoras.
Na semana passada, o vice-presidente de planejamento estratégico da
Telefônica, Eduardo Navarro, sugeriu que o governo definisse metas de
universalização da internet. Segundo ele, os investimentos poderiam ser
financiados com as tarifas de interconexão (cobradas quando uma tele usa a
rede de outra para completar chamadas).
"Até poderia haver metas, mas fora dos contratos", afirma Bianchi. "Os
desafios não são os mesmos nas diferentes regiões. Não é assim tão fácil."
A Telemar - que atende 16 Estados do Sudeste, Nordeste e Norte - atua
nas regiões mais pobres do país. A operadora já questionou diversas vezes a
eficácia das metas para universalizar o serviço de voz, que alega causarem
prejuízos.
A Telefônica atua em São Paulo, Estado mais rico do país. A área
concentra metade do tráfego telefônico do Brasil, o que leva a operadora a
pagar e receber grande volume de tarifas de interconexão.
As operadoras estão de acordo em pelo menos um ponto: defendem que o
governo federal estabeleça uma política integrada para banda larga. O
serviço é a maior aposta para o futuro das empresas de telefonia fixa, que
estão perdendo tráfego de voz para os celulares.
Os programas de inclusão digital do governo estão dispersos em vários
ministérios. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken,
disse na semana passada que a idéia é unificá-los.
As teles consideram inadequado o Serviço de Comunicações Digitais
(SCD), que está sendo elaborado pela Anatel para levar internet a escolas,
bibliotecas e hospitais. O modelo prevê a licitação de áreas para a
exploração do serviço.
A pedido das empresas, o Executivo trabalha num programa para
financiar a venda de computadores - cujo preço é um entrave à expansão da
internet. O governo deve investir R$ 200 milhões para financiar a venda de 1
milhão de computadores em um ano.
Fonte:
http://www.valoronline.com.br/veconomico/?show=index&mat=2758728&edicao=997&caderno=277&news=1&cod=d73bee27
More information about the gter
mailing list