[GTER] Qual a utilização das linhas de transmissão?

Alexandre L. Grojsgold algold at rnp.br
Thu Dec 4 22:27:20 -02 2003


> Posso citar o exemplo de alguns carriers nos EUA (MCI, por exemplo) onde é
> prática comum manter os enlaces (onde enlace == IP over
> PDH/SDH/VC/DLCI/Lambda/etc) do core do backbone com no máximo 30% de
> utilização, tudo isso para garantir taxas de perda e latência dentro de
> limites aceitáveis de costa à costa. O Claus bem falou nos bursts. Até em um
> link de 10Gbps com uso médio de 10% podem ocorrer perdas, justamente por
> causa dessas rajadas.

Acredito que o superprovisionamento seja mais uma consequência de
abundância de meios de transmissão digital pelo core da rede, a custos
decrescentes, associado a inexistência de valores contínuos e
intermediários na hierarquia de enlaces digitais.

Provavlemente são essa as razões do superprovisionamento, mais do que
qualquer outra razão "científica".


No que diz respeito à latência, quando a velocidade é da ordem da centena
de megabists, e distância é da ordem de centenas de quilômetros, quem
determina a latência é a conhecida lentidão (?!!) com que a luz se
propaga. O tempo perdido no enfileiramento nos routers é efeito de segunda
ordem, e aumentar a capacidade do canal muito pouco ajuda.


Se um enlace de 155Mbps estiver sendo usado a, digamos, 80% de sua
capacidade nominal, com baixas perdas, entre dois roteadores em capitais
de estados distintas, sem congestionamento, e o retardo médio medido entre
as pontas for de uns 5 milisegundos, passar o enlace para 10 Gbps não vai
diminuir o retardo em quase nada. Podem fazer as contas.


>
> Outro motivo para essa subutilização dos links está na contingência. Quando
> um link cai e o tráfego converge para cima de outro, é bom que esse outro
> circuito tenha capacidade sobrando para aguentar a carga!


Essa é uma boa razão - se uma rede IP com múltiplas rotas é para
sobreviver a falhas parciais, sem perder muito a qualidade, certamente é
necessário prever-se folga nos enlaces, e esse é um fator a não ser
esquecido.


Alexandre.



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