[GTER] Spam gastará 35% da banda no país em 2003

Alex alexsm at uol.com.br
Mon Dec 2 19:16:00 -02 2002


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Spam gastará 35% da banda no país em 2003

Segunda-feira, 02 de dezembro de 2002
- 16h16

SÃO PAULO (Reuters) - O volume de
e-mails não solicitados, conhecidos
por spam, deve chegar a 35% da
capacidade de transmissão de dados do
Brasil até o final do ano que vem.

A afirmação é do presidente da
Abranet, entidade que representa os
provedores de internet no país.

Conhecidos como spams, estas mensagens
são enviadas por gente que vende de
produtos para melhorar o desempeno
sexual a esquemas para ficar
milionário rapidamente.

``É uma luta sem fim. Gera muita dor
de cabeça para os provedores'', disse
à Reuters o presidente da Associação
Brasileira de Provedores de Internet
(Abranet), Roque Abdo.

Segundo ele, a estimativa para este
ano feita pela entidade sobre a
prática de spam no Brasil prevê que o
volume enviado de mensagens comerciais
não desejadas ocupe pelo menos 25 por
cento da banda de três gigabits do Brasil.

Pelo mundo, o cenário é preocupante.
Segundo um estudo divulgado pela
International Data Corp (IDC), uma
empresa de pesquisa do mercado de
tecnologia, em 2006 o volume de spam
circulando pelas artérias da Web deve
chegar a 31 bilhões por dia, de um
total de 60 bilhões de mensagens
eletrônicas enviadas diariamente.

Na esteira das propagandas feitas por
email proliferam também anúncios
online via correio eletrônico cada vez
mais sofisticados, com imagens e até
sons, que consomem ainda mais
capacidade de transmissão de dados
pela internet.

Os provedores, que bancam essa
capacidade de transmissão cotada em
dólar, se defendem como podem.
Instalam filtros que evitam mensagens
enviadas por destinatários inválidos e
proíbem os usuários de enviar volume
muito grande de mensagens por vez. Mas
o problema está piorando, segundo
Abdo, com o aumento das linhas de
acesso rápido à internet e a
proliferação de vendedores de bancos
de dados com e-mails.

Não há dados precisos sobre spam no
Brasil, mas nos Estados Unidos,
segundo a empresa de pesquisa Jupiter
Research, um norte-americano conectado
na rede deve receber este ano mais de
2.200 mensagens não solicitadas e esse
número deve crescer para 3.600 em 2007.

RETORNO PEQUENO JÁ É LUCRO

Segundo um desses inúmeros anunciantes
que vendem pacotes de softwares para
transmissão de spam, com até 15
milhões de endereços de e-mails, o
retorno das mensagens comerciais
enviadas pode ficar entre quatro e
cinco por cento.

``Dependendo do assunto o retorno é
maior. Por exemplo, se for de sexo
pode chegar a seis por cento'', disse
um comerciante ao ser indagado sobre
as vantagens do serviço.

Fazendo as contas, é possível que a
propaganda tenha um retorno de no
mínimo 600 mil pessoas com um banco de
endereços desse tamanho.

A questão do envio do spam ainda está
sendo discutida por autoridades
brasileiras e a prática não pode ser
coibida legalmente se a pessoa que
enviar milhares de cópias de uma
mensagem incluir uma forma dos
destinatário removerem seus endereços
da lista do autor do e-mail.

``Não há lei específica sobre spam.
Porém, aquele que causar prejuízo
patrimonial ou moral ao destinatário
pode ser processado'', disse o
advogado Renato Opice Blum,
especializado em direito eletrônico. O
problema, no entanto, é a vítima
conseguir levantar o valor do prejuízo
e descobrir o remetente da mensagem.
``No final a pessoa pode acabar
gastando mais com advogado'', disse ele.

Foi o que aconteceu com um advogado de
Campo Grande, Mato Grosso, que entrou
com uma ação contra três empresas, por
suposta prática de spam, exigindo
indenização de 5 mil reais.

Em dezembro do ano passado a juíza
Rosangela Lieko Kato indeferiu a ação
do advogado, afirmando que não era
possível avaliar os prejuízos de ordem
material. Ela comparou o envio de
''mensagens de marketing via
internet'' com a prática de
mala-direta que chega pelos correios.

Segundo Abdo, da Abranet, a solução
para o spam não seria a aprovação de
leis específicas, mas a adoção de
auto-regulamentação pelos provedores,
para a criação de novas formas de
combate ao envio das propagandas
indesejadas.

``Não há lei que possa inibir a
prática'', disse o presidente da
Abranet. ``Eu acho que as pessoas
deveriam se interar melhor sobre
filtros (disponíveis nos programas de
navegação e envio de e-mails) e
denunciar ao provedor delas o
recebimento de spam'', acrescentou.

Por Alberto Alerigi Jr



 
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