[MASOCH-L] Serviço de banda larga norte-americano chega ao Brasil prometendo 100% de cobertura - InfoMoney
Leandro Carlos Rodrigues
leandro at allchemistry.com.br
Wed Jun 29 14:47:23 -03 2016
Em 29/06/2016 11:44, casfre at gmail.com escreveu:
> 2016-06-29 11:09 GMT-03:00 Leandro Carlos Rodrigues <
> leandro at allchemistry.com.br>:
>
>> Cássio,
>>
>> Se a premissa for que o consumidor sempre é beneficiado pela maximização
>> de ofertas e um terceiro que remove novas ofertas, logo este terceiro
>> sempre prejudica o consumidor. Então é algo ruim sim.
>>
>> Você teria que provar que o consumidor não é beneficiado com a maximização
>> de ofertas para refutar este argumento.
>>
> Seria verdadeiro se não fosse um "corte universal", ou seja, sem prejudicar
> o que já existe. E essa não é a proposta. E mesmo assim, ainda há o caso do
> precedente aberto. Tanto falta prova de um lado quanto de outro. No
> entanto, há quem já trabalhou no regime "proposto" e que testemunhou os
> dois modelos, que é o meu caso. Já existe um limite, hoje, de consumo (em
> bps e sempre existiu). O que se propõe é que haja ainda mais limites. E
> todas as tendências de "consumo" vão no sentido oposto (não tende a "caber"
> em pouco consumo).
O único prejuízo que vejo ai seria para as empresas ineficientes. Ora,
se o propósito de tudo isso é administrar os recursos da forma mais
eficiente possível, onde o máximo possível de pessoas pudessem usá-los,
não vejo problema algum tirar mercado das empresas ineficientes. A gente
tem que decidir o que estamos defendendo. Se defendemos o consumidor,
teremos que defender também as empresas eficientes. Se a gente defende
empresa ineficiente, então estamos punindo consumidores e as demais
empresas, que são eficientes.
Quando você impede um novo entrante, está impedindo, em última estância,
a chance dele provar que ele é eficiente e consegue oferecer algo que os
consumidores querem muito, por um preço que eles possam pagar e que
ainda sim seja um negócio viável. Se isso vai tirar mercado de outras
empresas estabelecidas, prejudicando-as, porém satisfazendo uma parcela
maior de consumidores, então eu acho que todos nós conseguiremos
conviver com este grande sacrifício. :-)
Agora vamos à prova. Putz eu não queria ter que escrever todo o
raciocínio mas, pelo bem da nossa comunidade, vamos lá.
Entendemos como beneficio a probabilidade do consumidor encontrar uma
oferta que atenda determinada demanda pelo menor preço possível.
Entendemos como maximização de ofertas a quantidade máxima de ofertas
viáveis de um setor, ou seja, que não dê prejuízo ao fornecedor. Se um
terceiro decide que um determinado serviço viável não pode ser prestado,
e o impede através da força, então a maximização de oferta não foi
atingida para aquele setor.
1. Supondo que uma certa demanda determine necessidades especificas,
onde as ofertas atuais não atendam estas necessidades e que o novo
serviço impedido atenderia tais necessidades, então neste caso o
impedimento traria prejuízo para este consumidor. A falta de solução
irá forçá-lo a procurar um serviço substituto, que não atende
integralmente suas necessidades especificas, e muitas vezes por um
preço maior.
2. Por outro lado, se uma outra demanda não seria atendida pelo tal
serviço impedido, então não há prejuízo para este consumidor pois a
oferta adicional será descartada ou então pode acontecer deste novo
serviço ser um substituto melhor que aquele atual, inclusive por um
preço menor.
Portanto, a única forma de se aumentar a probabilidade de uma
determinada demanda ser atendida é pela maximização das ofertas, pois
esta nunca gera prejuízo aos consumidores e pode gerar beneficio. Pelo
contrário, a não maximização pode gerar prejuízo e nunca gera benefícios.
>
> Além disso, ainda há a consideração de que, se é benéfico, de forma
> universal, então o modelo serviria para todo e qualquer modelo de conexão
> existente, ou seja, sendo benéfico aplicar-se-ia a tudo. E isso não é o que
> vejo proposto.
Como foi provado que é universalmente benéfico, então é exatamente isso
que você disse.
Aliás o raciocínio acima não fala especificamente de conexão de
internet. Neste caso você pode aplicá-lo para qualquer setor da
economia, existente ou imaginável.
>
> E ainda há outro precedente pouco discutido: depois de anos vendendo
> "oferta ilimitada de consumo" e criando-se uma expectativa para quem seguiu
> o modelo, decide-se que agora limitar-se-á o que foi tão aclamado no
> momento anterior. Eu acompanho esse movimento já por quase duas décadas.
Isso é o resultado de se fechar mercado. Se você beneficia empresas
ineficientes, elas prosperam ineficientes, impedindo assim a entrada de
empresas eficientes que pudessem atender melhor os clientes. O resultado
deste sistema é a deterioração da qualidade e aumento de preço, sempre.
Inclusive quando os tais benefícios a uma empresa ineficiente acabam, a
empresa entra em colapso, pois toda a sustentação dela não vinha de dela
própria e sim deste bendito terceiro intrometido. A gente tem um ótimo
exemplo de uma empresa ineficiente que colapsou recentemente no setor de
telecomunicação, inclusive com toda a ajuda brutal dos últimos governos.
>
> Talvez haja vantagem em ter maximização de ofertas, mas não com "imposição"
> dessa ou daquela condição para a oferta. Se a empresa quer trabalhar, basta
> entregar seguir o modelo existente e pronto. Imagino que haja outros
> entraves, tais como licenças, impostos e afins.
Não entendi o que seria essa "imposição" já que não existisse o terceiro
atrapalhando nesta hipótese sua. Imposição acontece justamente por ação
do terceiro.
Mas se você quer dizer que a demanda impõe condições, neste caso a
afirmação é falsa. Veja que uma empresa pode trabalhar do jeito que
quiser, mesmo estando no prejuízo. Se o dono da empresa decide continuar
operando neste regime de prejuízo, então ele não sofreu imposição alguma
da demanda.
Aliás os maiores avanços tecnológicas da historia da humanidade foram
concebidas em modelos de negócio com prejuízo. Se o Steve Jobs se
curvasse à demanda na época da garagem, com único objetivo de operar no
lucro, essa Apple multinacional existiria hoje? No final da história, a
demanda mundial que se curvou à Apple. Totalmente o oposto.
O empresario tem que saber o que quer e estar disposto a arcar com todos
os riscos de sua decisão. O que não pode é termos burocratas dizendo que
todos nós temos que salvar uma empresa ineficiente porque isso nos
beneficia em absolutamente nada.
>
> Na minha opinião, invés do governo ficar gastando nosso dinheiro com
>> enquetes inúteis de opinião, deveria simplesmente deixar que a gente exerça
>> nossa opinião na prática e sem restrições. Assim a parcela perdedora da
>> enquete não seria prejudicada.
>>
> Concordo contigo e seria ótimo, mas com o desequilíbrio que existe, no
> poder de barganha, um equilíbrio de mercado não vai existir nesses termos.
> O menor (o consumidor final, no fim das contas, todos nós, nesse caso, sem
> opção) sempre será "esmagado" por quem detiver o controle do serviço
> ofertado.
Só existe controle do serviço ofertado se houver o terceiro. Se não
existe controle, então qualquer um pode ofertar.
Se eu consumidor quero contratar você fornecedor, e fico plenamente
satisfeito com o seu serviço, por pior que este serviço possa parecer
aos olhos do terceiro, o que este terceiro tem a ver com isso? Ele pode
guardar a opinião dele aonde ele achar melhor pois eu não quero nem
saber qual é. :-)
>
>
> Obrigado.
>
> Cássio
>
>
>> Abraços,
>>
>> Leandro Carlos Rodrigues
>> TI All Chemistry do Brasil
>> (11) 3014-7100
>>
>> Em 29/06/2016 10:36, casfre at gmail.com escreveu:
>>
>>> 2016-06-29 9:00 GMT-03:00 Leandro Carlos Rodrigues <
>>> leandro at allchemistry.com.br>:
>>>
>>> Agora só falta os políticos aprovarem alguma lei que proíba a limitação de
>>>> tráfego para perdermos a oportunidade desta empresa operar aqui no
>>>> Brasil.
>>>>
>>>> Leandro Carlos Rodrigues
>>>> TI All Chemistry do Brasil
>>>> (11) 3014-7100
>>>>
>>>> O que por si só, a princípio, não significaria nem que é bom nem que é
>>> ruim. A menos que o limite seja "imposto" a tudo quanto for conexão
>>> existente. Nesse caso, tudo pela mesma medida, talvez tenhamos uma noção
>>> melhor de como será voltar para 1990. Essa continua sendo minha opinião.
>>>
>>> Obrigado.
>>>
>>> Cássio
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