[MASOCH-L] Conceito de Proxy
Felipe Kellermann
stdfk at terra.com.br
Thu Apr 19 17:23:24 -03 2007
On Thu, 19 Apr 2007 11:27am -0300, Francisco J. C. Figueiredo wrote:
> Historicamente o conceito de proxy muitas vezes aparece misturado com o
> conceito de firewall, porém penso que numa definição mais moderna o
> proxy pode ser pensado tanto como um componente de um firewall, e aí
> estou adotando a definição de firewall de Chapman e Zwicky, quanto pode
> ser pensado tendo uma existência isolada.
Olá Francisco,
Muito boa tua compilação de definições. Eu concordo que o uso de gateways
de aplicação "estendem" firewalls, como um componente adicional importante
que pode ser usado, opcionalmente, de forma separada.
A utilização de forma separada se aplica em contextos específicos como o
que é feito pelo Tor, por exemplo. Já, em conjunto, podem ser usados, no
meu ponto de vista, para estender -- acho que este seria um termo aplicado
neste contexto -- as atribuições dos "firewalls". Atribuições que, em
geral, ficam em 1) Dividir redes, 2) Fazer segurança de acessos (usado em
perímetro ou não) e 3) Segurança de informações.
Os "firewalls" como o ISA, por exemplo, são híbridos. Trabalham tanto no
contexto dos firewalls tradicionais (NAT, filtro de pacotes) como também
através da análise refinada de acessos e informações, entrando em detalhes
sobre os softwares utilizados para acessos, os usuários autenticados que
estão fazendo acessos, entre outros -- protocolo RWSP deles (aka MSProxy).
Também, no Linux/BSDs/Solaris e similares hoje se tem feito muito a
utilização de proxies transparentes, como é o caso do suporte oferecido
pelo próprio Squid. Observa-se nestes casos uma integração ainda maior
entre "firewall" e os "gateways de aplicação". Quem precisa prover os
dados de acesso e ajuda ao serviço de gateway é o "firewall", que cuida
dos níveis inferiores ao nível de aplicação.
Depois disto, os cuidados ficam restringidos às atividades deste gateway
que está gerenciando o fluxo da aplicação. (Sim, eu não vejo (N)IDS como
um componente de um firewall, portanto). Mas neste exemplo, já existe bem
pouca diferença entre "firewall" e "proxy" -- são dois componentes que
trabalham juntos, o proxy servindo como componente do firewall.
Atualmente tem se feito um trabalho grande em sistemas como o Linux para
trazer as atividades de firewall (tracking, helpers, matches) para a área
de "user space" mesmo (libnfnetlink e outros), fazendo com que softwares
possam atuar no limite kernel-space e user-space para poder fazer algumas
análises mais profundas nas informações de rede.
Nesta mesma linha, recentemente eu estive escrevendo para a empresa que
trabalho um projeto de "gateway de aplicação" de propósito geral, que faz
uso de diferentes tipos de transporte, é extensível (plugins, DSOs, podem
ser adicionados/removidos/atualizados/etc), gerenciável (protocolo para
administração, publish-subscribe de eventos, manutenção de blackboard, e
outras coisas).
A idéia deste projeto é, justamente, estender firewalls (como Netfilter,
ou IPF, ou PF, ou IPFilter, etc) para ter controle/gerenciamento bem mais
refinado do que simplesmente analisar dados de rede/transporte.
--
Felipe Kellermann
felipek at wait4.org
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