[GTER] CGNAT

Patrick Tracanelli eksffa at freebsdbrasil.com.br
Thu May 28 14:12:03 -03 2015


> On 27/05/2015, at 20:57, Rafael Possamai <rafaelpossa at gmail.com> wrote:
> 
> Mas faz sentido... Da uma olhada aqui:
> https://www.google.com/intl/en/ipv6/statistics.html
> 
> 2015-05-27 15:57 GMT-05:00 Danton Nunes <danton.nunes at inexo.com.br>:
> 
>> On Tue, 26 May 2015, CTBC Telecom wrote:
>> 
>> CGN: Quem não usa, vai usar em breve!
>>> O desenvolvimento e evolução do IPv6 infelizmente andam a passos de
>>> tartaruga... já a entrada de novos usuários na rede mundial está a cada
>>> dia
>>> acelerando mais.
>>> 
>> 
>> curioso uma opinião assim vir da algar, uma das pioneiras em IPv6 por
>> estas bandas.
>> 
>> — Danton

Curioso mesmo, e quanto mais pioneiro mais propriedade vejo num comentário desse tipo.

Quanto mais ambiente v6 você sobe, mais prepara o lado servidor ou o lado do provimento da conectividade em v6, mais bugs encontra, mais instabilidade enxerga. Ou seja quando eu leio que o IPv6 evolui a passos de tartaruga, não olho apenas a lentidão na adoção… as pilhas v6, em modo dual stack ou v6 only, continuam frágeis, bugadas e as vezes instáveis sem justificativa na maioria dos vendors. Não precisamos falar de vendors que suportem v6 “parcialmente” e “insuficientemente” mas também os mais completos estão num nível de bugs que no mínimo, desestimula. 

Por exemplo FreeBSD que tem v6 desde a série 3 (estamos contando em décadas tamanho pioneirismo), recentemente tive o rtadvd, pirando e deixando de entregar alguns atributos configurados. Porém você testa num cliente FreeBSD funciona, testa num Linux X funciona, no Linux Y não funciona, no Windows não funciona ai você reinicia o daemon e volta a funcionar em todos os clientes. Você pode tentar buscar mil motivos e justificativas mas no fim é apenas algum bug de interoperabilidade, em um recurso chave dependendo da estratégia de adoção de v6 na rede.

E olha que estamos falando de um sistema também pioneiro.

E ai começa o problema do ovo e da galinha. O v4 também ja foi bugado, já foi sensível, e o tempo e ampla adoção fez ele evoluir. O v6 precisa de mais adoção pra evoluir, e a maior adoção precisa de pilhas e implementações mais evoluídas. Enquanto isso é o que o time Algar falou, os clientes estão ai, brotando igual tiririca, entrando na rede num rítimo incompatível com a evolução do v6 e com a oferta de v4… e pra piorar o problema do ovo e da galinha vem CGNAT, que é a gambiarra do NAT agora numa proporção “carrier grade”, gerando ao mesmo tempo um alívio, um paliativo, um mercado (vamos vender CGNAT, vamos comprar…) e também problemas, menor interoperabilidade e menor urgência na adoção e evolução da estabilidade do v6…

Uma experiência pessoal. Ano passado eu tinha um número X de clientes (empresas e provedores) procurando a FreeBSD pra colocar os respectivos BGP e infra de servidores em v6. Hoje tenho um numero no mínimo igual de gente buscando algo parecido com CGNAT. E os que foram pra v6 pararam na borda, e não conseguem descer pq seus POP não suportam v6, ou cada um suporta com seus bugs e outros comportamentos não uniformes, etc, etc. E os que tem as melhores das intenções acabem esbarrando também na imaturidade atual do v6 (ou dos vendors como queira) pra adoção em maior escala.

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Patrick Tracanelli




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