[GTER] RES: Marco Civil - Parabéns aos envolvidos.

David de Souza davids at vidi.com.br
Thu Feb 26 16:48:43 -03 2015


Aparentemente a questão não é algo que se restringe ao Brasil. O jogo é muito mais bruto do que a maioria desejaria jogar: a Internet faz parte da sociedade, e como mais um elemento dela está sujeita a todas as pressões, sociais e políticas, para o bem e para o mal,  que o resto das tecnologias dessa sociedade.

Pior: ela permite conexões e formas de comunicação intra e inter grupos que não são de forma alguma desejadas por muitos poderes, tanto os nacionalmente soberanos quanto os autointitulados transnacionais. Então, no mínimo, trata-se de política, sem dúvida. E quando digo "poderes", não é só um "querer-ser": geralmente têm de fato o poder até de vida ou morte de acordo com seus critérios. 

Um sonhado status superior da Internet — com liberdade de expressão inexistente em outras mídias, com privacidade, etc — sequer é pensável pelos que se preocupam com poder, controle ou simplesmente segurança (em seus vários sentidos). Muitos de nós não sabemos, por exemplo, como lidar com a consciência de coisas muito problemáticas que transitam na rede, sendo a pedofilia apenas a ponta do iceberg. Entendermos os mecanismos que levam a essas atitudes como a do juiz talvez seja um passo importante para atuarmos nessa "coisa" que nunca deixa de estar em construção. 

Veja uma matéria na BBC acerca do WhatsApp em vários países:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150226_whatsapp_risco_lab.shtml?ocid=socialflow_twitter

Abraços. 
David












Em 26 de fevereiro de 2015 15:35:09 BRT, Rubens Kuhl <rubensk at gmail.com> escreveu:
>2015-02-26 13:39 GMT-03:00 Douglas Fischer <fischerdouglas at gmail.com>:
>
>> Sinceramente Demi,
>> penso que as concessões que foram dadas no aspecto técnico do marco
>civil a
>> troco de tirar esse projeto da geladeira(foram oque? uns 10 anos?)
>foi um
>> preço muito alto!
>>
>> Hoje, em função dessas concessões, o potencial político da ferramenta
>é
>> maior que o potencial técnico.
>>
>
>Eu não vi nenhuma concessão de caráter técnico que foi feita entre as
>diferentes redações do MCI. Leis não podem entrar em detalhes ou se
>tornam
>datadas antes de serem aprovadas; o código penal por exemplo não lista
>especificamente "matar alguém com uma faca", "matar alguém com um
>revólver", "matar alguém com um candelabro", "matar alguém forçando a
>ouvir
>pagode" etc., diz apenas "matar uma pessoa".
>
>Essa expectativa de que o MCI iria acabar instantaneamente com as
>arbitrariedades judiciais que envolvessem a Internet é que era irreal;
>hoje
>não há nenhuma proteção legal contra isso em nenhum segmento. Se um
>juiz
>decretar que uma estrada deve ser fechada porque essa estrada não quis
>entregar as fotos de pedágio que identificariam um criminoso, ou a
>estrada
>vai ser fechada ou a concessionária vai resistir em instâncias
>superiores a
>tal decisão arbitrária.
>
>I
>Rubens
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David de Souza
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