[GTER] Configuração de strong x weak host model para servidores
Cassio Lange
cassio at cassio.eng.br
Fri Oct 3 17:29:25 -03 2014
Carlos,
Utilizei "weak host" em servidores Exchange atrás de um balanceador de
carga, para que a resposta fosse diretamente do servidor para o cliente, ou
seja não retornassem pelo balanceador de carga.
Este é o cenário.
http://support.citrix.com/proddocs/topic/netscaler-load-balancing-93/ns-lb-usecases-dsrmode-con.html
Abraços
2014-10-03 17:03 GMT-03:00 Carlos Ribeiro <cribeiro at telbrax.com.br>:
> Douglas,
>
> Infelizmente, acredite em mim; não é questão de volume de tráfego. É um
> ambiente de redundância legado e extremamente complicado, que eu não posso
> redesenhar do zero.
>
> Resumindo, estou analisando possíveis melhorias para uma solução de alta
> disponibilidade envolvendo sites redundantes em estados diferentes. Não dá
> para usar agregação por causa disso. Os servidores podem estar rodando em
> qualquer um dos datacenters, e podem acessados diretamente por clientes
> externos por qualquer um links. Se eu usar solução L2, ou deixar com o weak
> model, vou ter tráfego assimétrico; ou pior ainda, vou dar volta entre os
> dois datacenters prejudicando a performance.
>
> Para ter maior controle de tráfego, e evitar o famoso "trombone" (tráfego
> que entra um site, passeia no outro e volta para o site origem), estou
> avaliando a possibilidade de fazer a solução de continuidade funcionar em
> cima de L3.
>
> O uso de duas interfaces de rede em cada servidor, com IPs distintos, com
> strong model, permite garantir maior controle sobre o roteamento com o
> maior nível de disponibilidade possível. Em cima disso ainda tem monte de
> coisa: DNS round robin, firewall de alta disponibilidade, storage
> replicado, etc.
>
> Infelizmente não posso dar muito mais detalhes sem autorização cliente, mas
> acreditem: não é um caso trivial :-)
>
> Carlos Ribeiro
> Em 03/10/2014 16:28, "Douglas Fischer" <fischerdouglas at gmail.com>
> escreveu:
>
> > Na correria,
> > confesso que lí muito rapidamente seu texto.
> > Mas creio que a melhor forma de garantir que estejas usando o
> "StrongModel"
> > é não ter duas interfaces de rede Layer3 em um mesmo servidor.
> >
> > Não consigo entender a função de um servidor operar em mais de uma rede.
> > Para isso existem os roteadores...
> > Use o servidor em uma rede só, e roteie o acesso a ele.
> >
> > "A demanda de trafego de rede é muito grande?"
> > Use Link Aggregation, use Switch Router.
> >
> >
> >
> >
> > Maaaaas, se realmente pretendes usar duas sub-redes distintas em um mesmo
> > server.
> > Sugiro que uses VRF nos servidores.
> > Se não me engano, no linux o nome disso é network namespace.
> >
> >
> >
> > Em 3 de outubro de 2014 15:09, Carlos Ribeiro <cribeiro at telbrax.com.br>
> > escreveu:
> >
> > > Prezados,
> > >
> > > Como parte de um trabalho para um cliente, estou pesquisando o suporte
> a
> > > tipos diferentes de "host model" para servidores. É um tema
> interessante
> > e
> > > para o qual existe relativamente pouca informação e troca de
> experiência.
> > >
> > > Basicamente, em um servidor com várias interfaces, existem dois modos
> > > primários de comunicação:
> > >
> > > - No "weak model" o servidor pode enviar e receber pacotes com o IP de
> > > qualquer uma das interfaces existentes em todas as interfaces. Este é o
> > > comportamento default do Linux e das versões antigas do Windows.
> > >
> > > - No "strong model" o servidor só pode receber (ou enviar) pacotes se o
> > IP
> > > de destino (ou origem) estiver na subrede correta para uma determinada
> > > interface. Este é o comportamento default do BSD e das versões mais
> novas
> > > (depois do Vista) do Windows.
> > >
> > > O problema é que muitos servidores operam com o "weak model" e podem
> > criar
> > > assimetria de tráfego, criando problemas com o firewall, por exemplo.
> > >
> > > Minhas perguntas no estilo "TLDR" são:
> > >
> > > 1) Alguém já precisou reconfigurar os servidores para mudar o modo de
> > > operação da pilha TCP?
> > >
> > > 2) Em um ambiente híbrido, com servidores de diversos tipos (Windows
> > 2003,
> > > Windows 2008, Linux OpenSUSE e RedHat, etc.), há como garantir que
> todos
> > os
> > > servidores estejam usando obrigatoriamente o "strong model"? Seria essa
> > uma
> > > recomendação razoável?
> > >
> > > Agora para quem quiser detalhes... seguem mais comentários e
> explicações.
> > >
> > > ==========================================
> > >
> > > OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
> > >
> > > O uso do "weak model" ou do "strong model" é uma propriedade da pilha
> TCP
> > > de um sistema operacional, em alguns casos pode ser configurado, mas é
> um
> > > comportamento intrínseco de cada host. A RFC1122 estabelece as
> definições
> > > básicas para IPv4; a RFC3484 trata da extensão para IPv6, que segue
> > > critérios semelhantes; e finalmente, a RFC6419 trata das "práticas
> > atuais"
> > > para cada sistema operacional.
> > >
> > > WEAK MODEL
> > >
> > > Para entender o impacto do "weak model", suponha a configuração:
> > >
> > > - Servidor Linux "genérico" (opera em 'weak mode' por default)
> > > - eth0: 10.0.1.1/24
> > > - eth1: 10.0.2.1/24
> > >
> > > Se o servidor estiver configurado em "weak mode", e um pacote destinado
> > ao
> > > IP 10.0.2.1 chegar na interface eth0, o mesmo será recebido e
> encaminhado
> > > internamente para a interface lógica correta.
> > >
> > > No caso do recebimento de pacotes, este comportamento é necessário em
> > > alguns casos mas deixa o sistema vulnerável, e neste caso pode ser
> > aplicado
> > > um filtro, que é configurado por default em algumas distribuições.
> > >
> > > No caso do envio de pacotes, o "weak model" é mais complicado e pode
> > causar
> > > problemas de tráfego assimétrico. Suponha o seguinte cenário:
> > >
> > > - eth0: 10.0.1.1/24
> > > - eth1: 10.0.2.1/24
> > > - servidor web configurado no endereço da eth1 (10.0.2.1:80)
> > > - duas saídas para a Internet (ex: dois "upstreams" diferentes), um em
> > cada
> > > rede
> > > - rota default para 10.0.1.254 (ou seja, o gateway fica na rede da
> eth0)
> > >
> > > Quando um cliente externo tentar acessar a página web, o servidor
> > > provavelmente receberá os pacotes pela eth1. Porém, assumindo a
> > > configuração default de "weak model", o pacote de resposta será enviado
> > > pela eth0**, criando a assimetria. Essa assimetria nem sempre causa
> > > impacto, mas em certos casos - por exemplo, se houver um firewall
> > stateful
> > > no caminho - irá quebrar as coisas.
> > >
> > > Obs: No caso do Linux, há um flag (SO_BINDTODEVICE) que força o envio
> dos
> > > pacotes pela mesma interface onde o socket foi inicialmente aberto, que
> > > "resolve" o problema. Mas eu não sei qual é a prática para servidores
> Web
> > > hoje em dia, se é que existe uma; e além do mais, esse flag não é
> > suportado
> > > em outros OSs.
> > >
> > > STRONG MODEL
> > >
> > > No "strong model", se repetirmos o mesmo cenário do servidor web
> acima, o
> > > pacote sempre sairá pela interface "certa", mesmo que a rota default
> > esteja
> > > configurada para a interface eth0. Não haverá assimetria de tráfego.
> > >
> > > CONFIGURAÇÕES DEFAULT
> > >
> > > - No Windows server 2003 e XP, o default é weak model.
> > > - No Windows Vista para cima, e no Windows 2008 para cima, o default é
> > > strong model, mas pode ser configurado como weak model.
> > > - No BSD, o default é strong model.
> > > - No Linux, o default é weak model, mas pode ser configurado como
> strong
> > > model (apesar de ser difícil descobrir como :-/)
> > >
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> > Engº de Controle e Automação
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