[GTER] O fim do mundo como nós o conhecemos

Rubens Kuhl rubensk at gmail.com
Fri Sep 14 14:04:58 -03 2012


> Você sabe se existe alguma estratégia, nem que em estágio de conversa de botequim para reciclar e pegar de volta CIDR alocados mas não em uso?

Todos os RIRs e NIRs tem alguma política de recuperação de recursos.
No caso do NIC.br, vide:
http://registro.br/provedor/numeracao/recuperacao.html
(um web-archive desta página mostrará outros recursos já recuperados)

> Todos sabemos que aqui em terras tupiniquins, era uma prática comum simplesmente mentir descaradamente nos projetos para conseguir comprovar uso que justificasse alocação mínima de /20. Essa prática era comum também quando a tutela era da LACNIC, antes de ir pro NIC.Br, então temos anos dessa prática. No velho mundo idem, para alguns países.

O que não impede que essas redes tenham crescido a ponto de hoje
justificarem um /20.

> Além disso todos sabemos que as operadoras ao ativar um BGP com CIDR próprio para cliente que antes era com rede da operadora, só cobra "devolução" da rede alocada quando a própria operadora parece precisar. Mas acredito que nunca devolvam ao NIC.BR ou LACNIC ou outro regional, de forma expressiva.

O NIC.br tem cobrado isso de redes que venham pedir novas alocações,
segundo relatos já publicados em listas. Vários operadores inclusive
reclamam de problemas em conseguir que os antigos upstreams desmarquem
as alocações que tinham.

> Além disso temos uma série de CIDR alocados para ASN que nem sequer os anunciam. São coisas absurdas como ISPs com /19 alocado que anuncia (e consome) /22.

Não é obrigatório anunciar os recursos de numeração de que dispõe na
DFZ. O uso interno em uma rede é um uso legítimo... obviamente a falta
de anúncio é um indicador de possível não uso.

> Sem falar dos casos menos óbvios, de quem tem seu /20 padrãozão, anuncia seu /20 mas usa um /24 no máximo, as vezes /23. Esses dariam mais trabalho inventariar o quanto usam de fato.
>
> Mas enfim, eu tenho pra mim algo óbvio pra todos, que o v4 só está acabando em 2012/2013 porque no passado esse recurso escasso foi esbanjado e sua alocação racional negligenciada. E não falo de um passado de início da Internet civil, falo de poucos anos atrás. Estaria tudo bem se hoje o uso de fato tivesse aumentado, mas a alocação indiscriminada e concessão idem de CIDR do passado não reflete hoje em uso autêntico em grande parte dos casos.

Eu acho que há casos globais bem mais graves de /8s dos velhos tempos...

> Vejo algo parecido hoje com a forma e tamanho com que o v6 vem sendo concedido e alocado e mais uma vez sem refletir integralmente sequer nas tabelas bgp v6. Mas devido ao tamanho do v6 tenho esperança de não ter chinês no mundo o suficiente ou endereçamento v6 mobile em peças de roupas o suficiente para concluir que a mesma coisa possa acontecer com v6, ao menos enquanto eu não estiver aposentado.

A desagregação típica em v6 é menor do que em v4, o que é um indicador
positivo.

> Ontem mesmo ouvi de um diretor de infra de uma grande empresa de mídia nacional dizer:
>
>  "ah não pra que ipv6? quem tem que se preocupar com isso são os provedores que precisam endereçar os usuários, agora eu que sou o produto final de onde os usuários querem chegar, os provedores vão ter que dar seus pulos para trazerem seus clientes ipv6 para minha infra-estrutura ipv4"

Até que as operadoras fechem acordos de conteúdo para seus usuários
que não incluam essa empresa de mídia justamente por ela não ter v6, o
que obriga a operadora a assumir maior custo de translação.


Rubens



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