[GTER] O "mito" da latência satelital.

Rubens Kuhl rubensk at gmail.com
Mon Aug 2 21:30:54 -03 2010


Marlon,

Em Roraima a Oi pode fornecer circuitos terrestres que fazem Fortaleza
-> Venezuela -> Roraima, então o uso de satélite ainda se aplicaria
aos outros estados, onde realmente só se chega com satélite até que as
obras de infra-estrutura que estão em curso na região na área de
energia (gasodutos principalmente) sejam concluídas e as fibras que
estão sendo passadas junto possam ser usadas.

A latência é crítica sim, e os aceleradores são a forma mais simples
de lidar com ela. Há aceleradores de escopo limitado como este aqui,
em open-source: http://pepsal.sourceforge.net/
(nunca testei, mas o projeto é ativamente mantido e teve um novo
release dias atrás)

Mas se você não quiser usar um acelerador, basta codificar garantia e
confirmação de entrega na aplicação. Os bancos fazem isso há algumas
décadas.

O ganho de se usar compressão em satélite existe, pois o throughput de
TCP ou qualquer protocolo stream de entrega garantida que alguém possa
inventar é sensível a latência, então mesmo que a vazão agregada do
link seja a mesma de um link terrestre, a performance percebida por
uma conexão individual será menor. Mas para alcançar esse mesmo ganho
sem comprar um compressor, você pode habilitar mod_gzip no Apache ou
recursos equivalentes em outros servidores.

Quanto a pergunta que você postou na Caiu mas que considero discussão
técnica e pertinente à GTER, links de satélite tem tanta
confiabilidade quanto se queira. Ele tem um link budget como qualquer
outro link, e se você colocar mais potência, maior antena ou ambos,
terá maior confiabilidade; o detalhe é que a intensidade de sinal
varia conforme a posição geográfica, e justamente nos locais onde
satélite é mais necessário é onde ele costuma ter menor intensidade de
sinal, mas isso pode ser compensado escolhendo um satélite que tenha
apontamento mais focado na região e usando antena de maior diâmetro na
estação. Agora, será que o custo adicional vai compensar ? É checar
com o fornecedor quanto cada "9" a mais na disponibilidade vai te
custar.


Rubens



2010/8/2 MARLON BORBA <MBORBA at trf3.jus.br>:
> Senhores,
>
> Embora a ela não mais pertença (estou na área de Segurança da
> Informação), acompanho de perto as ações de administração da rede
> da Justiça Federal brasileira (ou, ao menos, da 3ª Região, SP e MS).
>
> Um dos problemas alegados pela JF para a expansão de sua conectividade
> a seções judiciárias distantes, como é o caso de Rondônia, Amapá ou
> Roraima, é a inexistência de meios físicos diretos de conexão, obrigando
> o órgão a contratar circuitos de satélite.
>
> Sucede, porém, que tais circuitos apresentam, segundo se diz, uma
> elevada latência, a ponto de piorar o tempo de resposta das aplicações.
> Para mitigar o problema, alguns fabricantes de equipamentos de
> compressão de dados (Juniper/Peribit e outros) argumentam que pode-se
> usar a técnica de "handshaking antecipado" em que o produto se antecipa à
> resposta do servidor remoto e dá como efetivada a conexão (embora sem
> dados, que os compressores não chegam a tal milagre).
>
> Aí lhes faço duas perguntas:
>
> a) No que realmente esses "compressores" (em relação aos quais nutro
> uma antiga desconfiança) podem beneficiar conexões de elevada latência,
> se, pela inexistência de meio físico, os dados "comprimidos" trafegam no
> MESMO SINAL DE SATÉLITE!?
>
> b) A situação da latência é ainda de tal ordem crítica? E, realmente,
> satélite vem a ser, nos dias de hoje, a ÚNICA opção para essas
> localidades distantes?
>
>
>
> --
>
> Abraços,
>
> Marlon Borba, CISSP, APC DataCenter Associate
> Técnico Judiciário · Segurança da Informação
> IPv6 Evangelist · Moreq-Jus Evangelist
> Comissão Local de Resposta a Incidentes - CLRI
> TRF 3 Região
> (11) 3012-2030 (VoIP)
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