[GTER] FYI: LACNIC anuncia o iminente estogamento dos endereços IPv4
Andre Uratsuka Manoel
andre at insite.com.br
Tue Jun 26 14:54:29 -03 2007
On 6/26/07, Frederico A C Neves <fneves at registro.br> wrote:
>
> Como disse algumas dezenas de mensagens atrás o mecanismo básico da
> transição é a cofiguração dual-stack. Durante este período aonde temos
> um mar de IPv4 com ilhas de IPv6 não há outra forma conhecida sem
> "flag-day" de avançarmos sem os tuneis. A propósito, o pessoal que tem
> bradado aos 4 ventos que "túnel não vale" por favor me explique o
> porque ?
Eu acho que temos de tentar mover o IPv6 para a frente é inevitável,
mas existe algum mérito em reclamações sobre o processo de migração
para IPv6. Veja o meu caso. Há alguns anos não falo BGP4 com
operadoras e não tenho intenção de falar no momento. Tenho servidores
em 4 localidades diferentes, isoladas por um mar de IPv4. Nenhuma das
minhas operadoras em nenhuma localidade em que eu estou oferece IPv6
nativo.
Pensei na possibilidade de abrir serviços localizados nesses locais
aos usuários de IPv6 em geral, mas como as operadoras não oferecem
IPv6 nativo, minha única saída razoável parece ser 6to4, e aí o
problema é a falta de gateways razoavelmente bem localizados. Um
traceroute para 192.88.99.1 me dá o meu ponto de acesso mais próximo a
16 hops de distância. Testando de um datacenters remoto no EUA, eu
tenho 10 hops, em outro, 6 hops e em mais um do Brasil, 14. Nenhum
gateway a que eu tenho acesso está no Brasil.
Se eu ativar IPv6 por esse meio, eu presto um desserviço aos usuários
IPv6, porque eles vão me acessar por uma rota pior que a rota
utilizada para IPv4 e com performance, portanto, pior. Eu desisti
dessa linha de ação.
Minhas alternativas são:
- estabelecer túneis e trânsito com diversas operadoras
topologicamente próximas e manter e administrar esses túneis,
conversando BGP4, o que, como eu disse, eu não estou disposto a fazer
agora;
- desisitir de utilizar IPv6 para tráfego geral por enquanto e fazer
uso somente para conversar internas, sobre túneis, por exemplo para
administração.
- não utilizar IPv6 em lugar nenhum.
Eu optei pela segunda opção, mas por enquanto estou empregando a
terceira. Para eu passar a oferecer serviços, acessar a web, receber e
enviar e-mails, resolver nomes e tudo o mais, eu realmente preciso de
IPv6 nativo e as minhas operadoras parecem não estar dando a mínima
para esse requisito, porque elas sabem que eu não tenho motivos de
negócio para deixar de fechar um negócio por causa da falta de IPv6.
Infelizmente, eu não vejo isso mudando tão cedo. Talvez seja a hora de
o NIC.br começar a forçar um pouco a barra, se recusando a oferecer
alguns serviços em IPv4 ou promovendo com muita força a criação de
gateways 6to4 pelas operadoras.
Na ponta final não dá para fazer esforço para implementar IPv6 porque
a implementação implica degradação de serviço (pelo mecanismo que eu
falei), trabalho adicional de gerenciamento ou ambos, e do core para
fora o progresso é lento.
Que endereços vão faltar, vão. Vamos todos ser mais felizes se
tivermos IPv6 implementado quando a pressão pela falta de endereços
ficar insuportável. IPv6 provavelmente vai ser menos indolor que
utilizar IPs de classe E, ou mecanismos como LISP.
Abraço,
André
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