[GTER] Re: OT - Criacao de uma nova lista Windows x Linux

Ahmed Al Suflair ahmed.alsuflair at gmail.com
Tue May 31 17:56:59 -03 2005


Alvaro

On 5/31/05, Alvaro <alvaro at comp.ita.br> wrote:
> Meu objetivo não é gerar flame, mas apenas apontar um aspecto crítico
> desse debate...
> 

Idem


> 
> O fato é que para que esta proposta realmente funcione, ela necessita
> que o país invista maciçamente na aquisição e difusão de conhecimento
> específico na área de software básico. Todos sabem que este é setor em
> que ainda somos muito carentes.
> 

Ate' hoje o investimento estatal (e nao do pais) tem sido em software
proprietario que amarre o pais a esse software proprietario. Um
exemplo bem conhecido dos anos Paulo Renato no MEC era (ou ainda e') a
divulgacao de tabelas simples em formato excel, de diretrizes
curriculares em formato doc. Outros orgaos escrevem para  um navegador
apenas e chamam de dinossauro quem nao usa a ultima versao dele.
Enquanto o estado brasileiro se comportou como um a fronteira da moda
www e praticou essa segregacao digital alegando que era para o nosso
bem, a EBay, a Amazon, o Yahoo, o Google, enfim, todos os sites
profissionais de verdade, continuaram acessiveis a uma variedade
enorme de navegadores disponibilizando conteudo em formato aberto e
adotando padroes abertos.
 Uma mudanca de atitude do governo democratizando o acesso a seus
sites passa por uma reducao dos investimentos nessas "solucoes
proprietarias" de criacao de sites segregacionistas que nem o .gov tem
coragem de criar.
 

> Em minha opinião, a grande questão é que a coisa não irá para frente sem
> a existência de gente qualificada e em quantidade compatível com as
> necessidades do mercado nacional.
> 
Bem, voce a seguir concorda que isso nao existe nem pros softwares proprietarios

> Sem a formação intensiva de mão-de-obra especializada é quase certo que
> a (boa) idéia do software livre acabará sepultada no mesmo cemitério
> das boas intenções
 onde jaz a malfadada reserva de mercado para o setor
> de informática, que vigorou num passado relativamente recente.

 A reserva de mercado para informatica nao se compara e nao possui
paralelo com o estimulo do uso de software livre pelo gov.br

> 
> O ponto que realmente interessa é que para podermos adotar uma posição
> de independência com relação ao software proprietário será necessário
> formar toda uma geração de profissionais qualificados para fazer com que
> as soluções "livres" efetivamente funcionem nas empresas e órgãos
> governamentais.
> 

A procergs tem um avanco e tanto nessa area e o pessoal da UERGS se
beneficiou disso, por exemplo

> A realidade é que as universidades, faculdades e outros cursos atuais
> NÃO formam essas pessoas. Quem conhece a realidade do mercado, sabe que
> elas também não formam a quantidade de pessoas com a capacitação
> necessária em software proprietário...

Os trainees e estagios em todas as areas sao uma prova de que as
universidades publicas formam generalistas que podem ser "usinados" 
para uma funcao especifica.  Nao e' uma coisa particular a
informatica, e nem por isso no compramos plantas de pontes e barragens
dos EUA

> 
> Se não levarmos em consideração os aspectos envolvendo a capacitação da
> mão-de-obra, o debate fica muito mais nos aspectos idealistas e
> ideológicos, do que no encaminhamento de uma solução realista.
> 

Eu nao vejo idealismo algum em estimular o uso do software livre onde ele
desempenha sua funcao de forma apropriada. Em parte isso ja e' feito na
iniciativa privada, o estado brasileiro e' que vacila em fazer o mesmo.

> As pessoas às vezes parecem esquecer que para um país subdesenvolvido
> como o nosso chegar a ter uma indústria aeronáutica competitiva no
> cenário mundial, foi necessário começar um trabalho de formiguinha 55
> anos antes, através da criação e uma escola de Engenharia Aeronáutica.
> Partimos do nada e passamos quase 50 anos formando gente capacitada até
> começar a colher os primeiros resultados nesse mercado.
>
 
 A historia nao e' bem essa, voce esta esquecendo um golpe militar e
20 anos de ditadura, a mesma que criou a reserva de mercado, a Cobra
computadores, com os resultados que voce conhece. Os fatores por tras
do sucesso do modelo ITA/Embraer sao especificos de
ITA/Embraer/Ditadura.

> Fato semelhante ocorreu com o setor agropecuário, onde os trabalhos
> pioneiros da ESALQ, Unicamp e EMBRAPA vieram literalmente a dar os
> frutos que colhemos hoje. Existem outros exemplos como o da indústria
> automobilística (apoiada pelo complexo Poli-USP, Mauá e FEI), pela
> indústria do petróleo (Coppe/UFRJ, UFBA, UNICAMP, etc.) e tantos outros
> que inadvertidamente acabei omitindo...
> 

Voce esta confundindo pesquisa e desenvolvimento em software com
software de aplicacao.

> Como dá para perceber, antes do sucesso em algum setor SEMPRE houve
> investimentos na formação de gente qualificada. Não será diferente com o
> setor de software. Aí estão os resultados modestos obtidos pelo Programa
> Softex do MCT, que não me deixam mentir sozinho...
> 

Sim, e na area de software livre nao houve investimento estatatl da
mesma monta do que houve em software proprietario, com excessao da
procergs.

O Softex nao tem nenhuma relacao a ver com o que estamos discutindo aqui

> A grande pergunta que precisa ser respondida é: quem fará o software
> livre funcionar e evoluir no país ? O governo ?...rs...As empresas ? As
> Universidades ? Ou será que teremos de apelar para a divina providência ?
> 

Acho que a pergunta e' idealista. Nao se trata de sair do zero e'
inventar um novo linux, um novo sql, um novo X, um novo TCP/IP e sim o
Estado adotar e estender solucoes onde elas possam merecer o nome de
solucoes. Qual o problema disso?



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