[GTER] First Mile Ethernet

Carlos Ribeiro cribeiro at mail.inet.com.br
Fri May 30 07:31:36 -03 2003


On Tuesday 27 May 2003 17:32, Edson Cardoso wrote:
> All,
> Assunto interessante sobre os avanços do Ethernet rumo ao "last
> mile"...Será o "DSL Killer" ???

Edson,

Acompanhei de perto o desenvolvimento do standard, desde maio de 2001 até o 
começo deste ano, e estive em uma das reuniões plenárias do IEEE802 (St 
Louis, em março de 2002). Desde então, tenho estado meio afastado, já que a 
minha carreira profissional seguiu outros rumos. Recentemente voltei a manter 
contato com os membros do grupo, e é bom ver que o progresso foi grande.

Quanto ao padrão em si, posso dizer que é muito promissor, mas infelizmente o 
'timing' foi muito ruim. Tivesse sido iniciado dois anos antes, o EFM teria 
tido tempo de aproveitar a fase de crescimento da bolha para se firmar no 
mercado, e tenho certeza de que ele seria uma alternativa séria ao ADSL nesta 
situação.

A grande questão quanto ao ADSL, do ponto de vista estritamente técnico, é a 
sua relação com o ATM. Uma rede ADSL nativa precisa de transporte ATM, nem 
que este transporte seja apenas restrito a uns poucos links ponto a ponto. 
Para as grandes operadoras americanas e européias, foi uma panacéia - eles de 
repente descobriram como usar os switches ATM que eles haviam comprado, 
muitas vezes sem saber direito para quê serviriam :-) Para quem não tinha 
rede ATM ou não pretendia instalar uma... ou instalou uma rede ATM, ou teve 
que provisionar STM1's para transporte nativo ATM, sem contar com dezenas de 
placas concentradoras nos terminadores (Cisco 6400, Redbacks e Shastas da 
vida).

Uma rede EFM muda esta equação - o transporte é feito em uma rede comutada 
Ethernet, que tem um custo muito inferior por porta do que uma rede ATM. Mas 
como eu disse mais acima... acho que o EFM chegou um pouco tarde, e perdeu a 
hora de se estabelecer no mercado de forma definitiva. A oportunidade ainda 
não está de todo perdida - o custo para expandir uma rede ADSL continua sendo 
alto, e a proposta de uma rede EFM pode fazer muito sentido, especialmente se 
as telcos resolverem voltar a investir 'de verdade' em banda larga.

Finalmente, há um ponto no padrão EFM que ainda depende de 'bola de cristal', 
que é o futuro das modalidades ópticas de rede de acesso - o famoso 'fiber to 
the home', nas formas ativa e passiva (EP2P e EPON). Se vai acontecer, ainda 
é um mistério. A competição não somente do cobre, mas do wireless, faz com 
que a viabilidade econômica de uma rede 100% óptica seja discutível. Na minha 
opinião, o acesso óptico só será viável com algum tipo de interferência ou 
incentivo governamental, especialmente considerando questões como unbundling 
("para que gastar uma fortuna passando fibra se eu vou ter que ceder de graça 
para o concorrente?") e direito de passagem (outra encrenca - pouca gente 
imagina o quanto está ficando caro passar qualquer tipo de cabo em ruas e 
estradas... e se for fibra óptica, aí então nem se fala, o dono da via pede 
uma fortuna!).

-- 

Carlos Ribeiro
cribeiro at mail.inet.com.br



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