[GTER] Tráfego entre Links Dedicados

T. Ayub listas at ayub.net.br
Mon Nov 2 19:25:19 -03 2020


Aloha,


Recapitulando uma pergunta tua:

> Outra questão: se tenho link de 100 mbps entre um dispositivo e outro,
devo
cosneguir atingir os 100 mbps em tcp, como em udp, e seja com uma sessão
single ou multi sessões, não é mesmo?

Aqui estamos numa zona cinzenta. O que seu fornecedor de trânsito pode
tecnicamente e contratualmente te garantir é uma dada performance apenas na
rede dele. Da rede dele em diante, passando por outros sistemas autônomos,
ele é apenas solidário a você na busca da melhor performance ou no reparo
de um defeito. Entre sistemas autônomos diretamente conectados o
diagnóstico e reparo é bem mais fácil. Mas o cenário mais comum é dois
pontos da rede, como um link dedicado no PR e outro em SP como no seu
exemplo, estarem interconectados por no mínimo um  ou mais ITP (IP Transit
Provider). O que é razoável e esperado é que qualquer má performance, cada
downstream acione seu upstream sucessivamente até a correção do problema.

Se tratando de 100 Mbps do seu exemplo que é uma velocidade muito baixa,
apesar de eu não encontrar lastro contratual ou em norma, é esperado sim
pelas práticas/hábitos de mercado nesse montante que essa velocidade total
seja atingida numa única sessão/fluxo UDP. O TCP tem velocidade máxima
teórica limitada pela latência e garantir a latência entre dois pontos
geográficos via internet não é um compromisso que se possa assumir com
embasamento técnico. Afinal, a rede é muito orgânica e sistemas autônomos
configuram seus critérios de eleição de rota do BGP para que o tráfego
escoe  preferencialmente pelo caminho de menor custo financeiro, não
necessariamente o geograficamente mais curto que seria aquele de maior
performance no TCP.

Abraços,

Ayub
--
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Em seg., 2 de nov. de 2020 às 16:02, Thiago Rheinheimer Costa <
thiago at tryideas.com.br> escreveu:

> Boa tarde senhores! Espero que esteja tudo bem com vocês.
> Desculpe se houver erros na forma de me expressar nesta lista, mas o
> assunto que tenho para debater com os senhores acredito ser relacionado à
> engenharia de tráfego.
>
> Como exemplo, um cliente final contrata link na operadora "a" num
> datacenter na cidade de São Paulo, e contrata link de uma operadora "b" no
> oeste do Paraná. Ambos são trânsito IP dedicado (trânsito de internet
> mesmo, não entre local ou rede x e y).
> Se o link disponível, dedicado ao cliente, entre "a" e "b" não atingir a
> velocidade contratada nas duas pontas, digamos que 100 megabits, não
> deveriam estas operadoras acionar seus fornecedores para fazer troubleshoot
> e descobrir onde é que o tráfego fica lento?
>
> Não seria uma convenção se eu vendo 100 megabits de trânsito na internet
> para um cliente, eu também devo ter contratado isto de um fornecedor, que
> por sua vez pode ter o seu fornecedor, e todos deveriam estar atentos às
> convenções e garantias de tráfego, com interconexões e trocas de tráfego
> bem feitas de maneira a garantir os 100 megabits que se vende, de forma que
> alguém que contrate link dedicado de 100 mbps de trânsito IP em Santa
> Catarina consiga transitar os 100 mbps com alguém que tenha link dedicado
> de 100 mbps na Bahia?
>
> Outra questão: se tenho link de 100 mbps entre um dispositivo e outro, devo
> cosneguir atingir os 100 mbps em tcp, como em udp, e seja com uma sessão
> single ou multi sessões, não é mesmo? Também nesse quesito, por que o
> tráfego entre o cliente final e as operadoras atingiria numa sessão single
> os 100 mbps contratados, porém quando o tráfego sai para as outras
> operadoras há casos em sessões que se limitam a velocidades menores, só
> sendo possível atingir o link total em caso de abertura de múltiplas
> sessões?
>
> Att.
> Thiago Rheinheimer Costa
> --
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>


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