Re: [GTER] confiabilidade de circuitos por satélite.

João Carlos Mendes Luís jonny at jonny.eng.br
Fri Nov 5 19:31:08 -02 2004


MARLON BORBA wrote:
> o trf da 3a. região, onde trabalho, pretende implementar um sistema de videoconferência por "multicast" distribuído utilizando protocolo de roteamento igmp. serão servidas, além da capital, quarenta localidades dispersas pelo interior. prevê-se que os circuitos WAN dedicados para esse fim (não pensamos em usar a internet, pelo menos neste momento) possuam roteamento por igmp, qos por diffserv, assured forwarding e expedited forwarding. os circuitos WAN e a rede local serão específicos para videoconferência.

     Roteamento por IGMP?  Quantos roteadores voce pretende passar com 
isso?  IGMP foi feito para ser usado em rede local.  Embora possa ser 
propagado por IGMP proxy, isso não é recomendado principalmente se a 
rede tende a escalar em tamanho.

> uma das propostas de interligação consideradas pelo trf é a utilização de "links" de satélite bidirecional "multicast". considerando a exigência de disponibilidade de 99,8% por circuito, acrescida de uma taxa de erros máxima de 10 elevado a -7 bits, minha pergunta é simples: *satélite dá conta do recado?* é estável? ouvi falar que a comunicação por satélite é muito dependente das condições climáticas de cada localidade...

     Voce precisa realmente de links bidirecionais?  Existem tecnologias 
bem dominadas para uso de satelite com multicast unidirecional. 
Entretanto, se é necessário um feedback para o ponto central, ou se não 
existe um ponto central em particular, realmente serão necessários links 
bidirecionais.  E nesse caso, principalmente, o IGMP deve ser a ultima 
opção.  Acredito que o mais simples seja usar PIM-SM.

     Quanto à opção por satélite, é verdade que depende de condições 
climáticas, mas muito pouco.  Como outras mensagens já citaram, 
dependendo do satélite usado e da tecnologia, pode sofrer interferencias 
solares (raras) ou por chuvas muito fortes (comuns no verao brasileiro, 
mas rápidas o bastante para não incomodar muito).  Acho que a opção por 
satélite depende mais de fatores econômicos:

- Para uma comunicação do tipo um-para-muitos, é muito eficiente, possui 
bastante largura de faixa e acaba saindo mais barato, pois o custo é 
apenas por tempo de mídia (ou quantidade de dados) e não por número de 
receptores.  Uma comunicação por satélite sem retorno pode ser usada, 
tornando a comunicação mais barata.

- Para uma comunicação do tipo muitos-para-muitos, só recomendo para 
localidades mais remotas onde a opção por cabo seria muito mais cara. 
Dependendo da arquitetura usada, a banda de retorno pode ser apertada, 
ou com muito jitter, o que inviabilizaria a comunicação.  Uma 
arquitetura sem esses problemas tende a ser bem mais cara.

- Em aplicacoes onde o trafego maior é um-para-muitos, mas é necessário 
um retorno, ainda que de baixo tráfego, opcionalmente, pode-se usar um 
misto: satélite para o downlink, com o tráfego pesado, cabo para o 
uplink, com o retorno de baixo tráfego.  Se o tráfego de retorno for 
realmente baixo, pode-se usar até linha discada por DDD.    ;-)

> []s do leigo em videoconferência e em satélite,

     Voce pode pegar algumas informações sobre multicast em 
http://www.jonny.eng.br/sgt-mbone/ e embora os links estejam um tanto 
quanto antigos, ainda são bastante uteis.

     Se quiser, pode me contactar em PVT para papear mais sobre o 
assunto Multicast.



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